quarta-feira, 15 de maio de 2013

Por que não vou à missa.

A pouco estava me perguntando porquê não vou à missa. Sendo criado numa família católica e frequentadora da igreja, deveria ser do meu costume seguir a tradição. Acredito em Deus e gosto muito desse Senhor misterioso, pois vejo nele o motivo da vida ser maravilhosa e a resposta de vários porquês em momentos de dúvidas ou aflição. Mas não consigo ter pela igreja essa mesma admiração. Muito provavelmente essa desconfiança seja oriunda do fato de a igreja ser formada e mantida por homens, assim como eu, cheios de pecados e de dúvidas na vida. O problema é que por ser da igreja, algumas dessas pessoas vestem uma máscara de hipocrisia e se sentem mais santas que todos as demais. Não só na igreja, mas também nas redes sociais, vejo todos os dias pessoas postando mensagens maravilhosas e juras de amor a Deus. Mas esses mesmos canalhas se escondem nessa máscara maldita e no seu dia a dia se empenham em ser mais sacanas o quanto conseguirem.
Por não ir muito à igreja, estou meio por fora das leis pregadas por ela hoje em dia - as quais mudam de acordo com que lhe convém -, mas creio que para Deus não existe ser mais pecador do que esses que estão fazendo juras de amor a Ele e ferrando seus irmão aqui em vida.
Tentei me lembrar da última vez que fui à missa. E cheguei à conclusão que lá dentro me sentia muito mais pecador do que fora dela. A concentração nas palavras não vinha porque tinha que ficar preocupado se estava acompanhando direito o festival de rituais feito por todos. Levantar, sentar, ajoelhar, levantar, sentar, ajoelhar. Tinha ainda que cantar músicas longas e bater palmas feito um robô. Sem contar nas olhadelas de lado que lançava toda vez que avistava um mocinha bonitinha. Na hora da hóstia ficava observando a cara de santo que todos faziam para recebe-la e pensava: "qual desses é o mais sacana na sua vida fora daqui?".
Não. Na igreja não conseguia me concentrar, e este deve ser outro motivo que fez diminuir minhas idas até lá. Quando troco umas palavras com Ele dentro do meu quarto, no silêncio da madrugada, a concentração é muito melhor e as palavras saem, no mínimo, mais sinceras que em qualquer outro lugar. Penso que é melhor assim..

Um comentário:

  1. Bela reflexão! De fato como eu diversas pessoas provavelmente compartilhem de suas reflexões, pertinentes e bem ajustadas à crise da crença na religião pela qual atravessa a humanidade atualmente. De minha parte, declaro que encontrei a Deus no mesmo momento em que os rituais mecanizados deixaram de fazer parte dos meus hábitos mais apreciados. O melhor modo de "fazer religião" (se é que isso é possível), a meu ver, é esse mesmo ressaltado em sua fala: no particular de cada dia, numa conversa "tete a tete" com o divino, sem mediações.

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