quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Crise na PEL II

Algumas dezenas de mulheres, que se dizem parentes de detentos da PEL II, estão travando todo o transito da PR 445 desde a noite de terça-feira. Tudo parado por ali. Quem precisa passar por aquele trecho para sair ou entrar em Londrina está parado num engarrafamento que já conta com quilômetros de extensão. O Motivo? As senhoras exigem a entrada dos Direitos Humanos na penitenciaria, que recentemente foi destruída pelos detentos.
Essas senhoras, que tem muito empenho em protestar, não tem alguma ocupação? Como podem ficar dias a fio em campana promovendo o caos? Provavelmente muitas delas não estão preocupadas em ter um trabalho ou responsabilidades. Já recebem todo mês o famoso Auxílio Reclusão, e estão com suas vidas medíocres garantidas durante o tempo em que seus conjugues estiverem detidos pelo sistema penal. Elas não tem que se preocupar se alguém vai ter prejuízo com suas ações.
Segundo informações da imprensa, as condições internas da penitenciaria são gravíssimas e resta à força policial manter os presos na parte externa das celas (destruídas) e fazer vigilância 24 horas por dia. As autoridades estão corretas em não deixar ninguém mais entrar dentro do presídio. As chances de novos reféns e mais vítimas são enormes. Ninguém pode prever o que um criminoso vai fazer na primeira oportunidade que lhe for dada.
Já fui assaltado e tive uma arma apontada para a cabeça por mais de meia hora. Nesses momentos qualquer noção de humanidade lhe é furtada, pois aquele que aponta a arma pode decidir puxar o gatilho, e sua vida terá fim instantaneamente. Ninguém dos Direitos Humanos apareceu para perguntar se estava tudo bem ou algum trauma tinha ficado. Mas quando os criminosos quebram toda a penitenciaria e promovem  a balbúrdia, inclusive assassinando outros detentos, logo os Direitos Humanos correm lá para saber se os "coitadinhos" não estão sofrendo abusos.
Este cenário social reflete uma inversão de valores que não tem fim. O Cidadão comum se tornou um refém que não tem para onde correr. Ora está sendo ameaçado por bandidos, ora está sendo roubado por políticos. A pouca noção de liberdade e paz cada dia mais é furtada dos nossos lares, e o mais grave de tudo: estamos nos habituando com tudo isso.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Deixa o cara morrer em paz...

Quanto burburinho em decorrência da morte do cantor Cristiano Araújo. Milhares de inconformados invadiram as redes sociais reclamando da abrangente cobertura feita pela Rede Globo sobre a morte do famoso artista – ou nem tão famoso assim, segundo muitos. Dizem ser um absurdo a Rede Globo de televisão disponibilizar tanto tempo e tratar como chefe de estado um cantor desconhecido por grande parte do público.
Algumas perguntas surgem em conseqüência dessa reclamação toda. Afinal, por que vocês assistem a Rede Globo então? Esse é o produto que ela vende. Vende notícia, vende tragédia, vende fofoca! A Rede Globo de televisão e todas as empresas ligadas a ela vivem de audiência. Gostem ou não, a notícia de uma morte trágica, como foi a do cantor e da sua namorada, atrai muita atenção e apelo do público-alvo da emissora. Por conseqüência disso, ela foca nessa notícia, e todos os envolvidos ganham muito dinheiro com isso. E você, que tanto reclama, está ajudando a pagar a conta! Existe uma regra básica e preciosa no mercado: Crie produtos para atender as necessidades do seu cliente. E se tem um público que tem necessidade em fofocar e dar pitacos na vida alheia, este é o público brasileiro.
A galera do “Mimimi” diz que o cantor era um mero desconhecido. Mas será que eles fazem alguma idéia do tamanho do público ao qual estão se referindo? O Brasil tem uma população superior a duzentos milhões de pessoas e provavelmente mais da metade delas gosta de música sertaneja. Então tenha certeza, muita gente ficou realmente triste e abalada com a morte do cantor e ficaram ligados na TV para saber as últimas notícias. Claro que muita gente também foi no embalo da toada, mas ainda assim, são expectadores sedentos por notícias e parte do mercado.
Como se já não bastasse o burburinho todo, o apresentador Zeca Camargo foi dar sua opinião sobre o assunto, criticando a fraca diversidade cultural brasileira, a comoção exacerbada em decorrência da tragédia, além da exagerada cobertura da mídia. Pobre Zeca, se meteu num mato sem cachorro ao comprar uma briga com o público geral e com seu patrões ao mesmo tempo. E qual foi o pecado do Zeca? Ele se esqueceu que é proibido ter opinião, além de ser quase fatal expressá-la ao grande público. As únicas opiniões aceitas são as que seguem o modismo e estão de acordo com os padrões da galera do “mimimi”. Se estão defendendo a união homoafetiva, trate de ser a favor, caso contrário correrá um sério risco de ter ser perfil no facebook execrado por todos. Se estão achincalhando os pastores, faça o mesmo ou fique em silêncio. E por ai vai...
Dessa maneira seguem as redes sociais, com maravilhas imensuráveis e discussões idiotas que nada vem a somar. Tudo depende do quão ocupados são os seus contatos que nelas se encontram.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Contra a redução da maioridade penal

Se você começou a ler esse texto na esperança de ver uma saraivada de argumentações vazias sobre as maravilhas do ECA e as injustiças na redução da maioridade penal, vá com calma. O problema é bem mais complexo que reduzir em um ou dois anos a idade mínima para punir criminosos.
É fato que existe o ECA e, no papel, ele realmente parece ser muito eficiente. Prevê uma serie de punições e medidas socioeducativas a menores infratores e, num país decente e organizado, funcionaria de maneira positiva. Acontece que no Brasil, a desorganização, a burocracia e a falta de estrutura, fazem com as leis não sejam aplicadas de maneira devida. É fato também que seria uma injustiça lançar jovens recém chegados no mundo do crime dentro dos presídios brasileiros, onde impera o crime organizado, e o real objetivo de ressocialização se transforma num PHD para o mundo do crime.
A situação se tornou tão complexa e descabida que uma simples redução na maioridade penal não vai surtir efeito algum nos menores que debandam ao mundo do crime. Mas uma coisa não pode ser negada, existem jovens e jovens.  Menores infratores que cometem crimes leves, ou que não possuem longos antecedentes criminais, realmente devem ser beneficiados por leis menos rigorosas e devem ser mantidos longe dos chefes do crime organizado, pois a eles ainda resta esperança de ver o quão tortuoso é o caminho que estão seguindo e podem ser inseridos novamente na sociedade justa. E de fato a barreira dos dezoito anos é uma boa idade de limite para estes. Mas é uma falta de respeito e uma verdadeira injustiça para com o cidadão honesto, quando marmanjos, já experientes e infiltrados mundo do crime, são beneficiados pelas mesmas leis que os primeiros aqui citados. Cometem latrocínios, homicídios a sangue frio, ou assumem crimes de maiores infratores, e depois de pouco tempo encarcerados se vêem livres para cometer novas atrocidades. Estes, independente da idade, devem ser julgados e punidos de acordo com a gravidade do crime cometido, a ainda mais, de acordo com o dano causado à sociedade ou ao cidadão honesto e sua família.
Para decidir em qual instancia o jovem deve ser julgado, seria necessário um pré-julgamento onde um juiz analisaria os vários fatores que levaram o jovem a cometer determinado crime, e assim, depois da definição, ele ficaria disponível aos rigores da lei. Seja sendo beneficiado pelo ECA, ou à mercê de longos e duros anos numa cela fria e imunda em qualquer presídio brasileiro.