quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Bolsomito!

Jair Bolsonaro é uma figura impar dentro do famigerado sistema político brasileiro. O deputado federal sempre teve um lugar de destaque na mídia por causa do seu temperamento forte, opiniões contundentes, polêmicas, e discussões acaloradas com outros políticos flagradas pelas câmeras. Um desses bate-bocas tem estado ainda mais em evidência nos últimos dias. Trata-se do episódio no qual foi acusado de estuprador por Maria do Rosário e retrucou dizendo que jamais a estupraria, e concluiu chamando-a de vagabunda. A deputada entendeu como quis e armou um barraco frente às câmeras, com direito à lagrimas e saída estratégica se fazendo de única vítima.
Neste triste episódio da política brasileira, Bolsonaro deu mais uma mostra de que não se cala ou se omite frente aos opositores. Por mais que sua conduta seja reprovável numa série de pontos de vista, é preciso respeitar seu forte posicionamento e convicção. Além do mais, ao contrario dos esquerdistas, Bolsonaro aceita opiniões contrárias às dele, e as refute com argumentos, bons ou ruins, mas nos quais acredita veementemente.  Os esquerdistas, por sua vez, raramente aceitam opiniões opostas, e consideram qualquer um que pense diferente deles, um criminoso de alta periculosidade que põe em risco a democracia que eles acreditam existir no país.
Pode ser que Bolsonaro seja o ponto de equilíbrio que a política necessita para chegar a algo que seja bom para o povo. Por defender suas ideias, até as mais polêmicas, ele cria um peso que pode levar as decisões para o centro das opiniões, o que normalmente traz benefícios a maior parte da população. Por mais que chegue a ser um personagem caricato em algumas situações, Bolsonaro precisa, e deve, ter suas opiniões respeitadas por todos, afinal, esse é um direito constitucional. Soma-se a isso sua trajetória política e conduta como cidadão, onde não existem motivos para botar sua idoneidade em cheque. Vale lembrar que o mesmo não pode ser dito da alta cúpula que ocupa o poder a mais de uma década.
Aparentemente Bolsonaro não está sozinho, considerando-se  que foi o Deputado mais votado pelo estado do Rio de Janeiro. Isso me faz pensar que o Brasil deveria ter mais políticos dessa estirpe. Continue, Bolsonaro, e saiba que no caso Maria do Rosário, suas respostas foram simplesmente maravilhosas!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

G12 do Brasil. Em breve G6.

O futebol brasileiro, historicamente, sempre contou com doze grandes clubes. Os quatro de SP e Rio, e os dois do Rio Grande do Sul e de Minas. Mas os rumos e resultados dos últimos anos tendem a mudar esse cenário e podar esse número pela metade.
Em São Paulo, apenas dois dos quatro grandes conseguem manter seu orçamento em dia e buscar resultados na maior parte dos campeonatos que disputam. O Corinthians, depois de um 2007 negro, se reorganizou politicamente a caminhou firme para se tornar uma das grandes forças do futebol brasileiro. O São Paulo, apesar de não conquistar grandes títulos nos anos recentes, nunca deixou de brigar por eles, figurando sempre entre os grandes. O Palmeiras, com o recém acesso conquistado à série A do Brasileirão já corre risco mais uma vez de ser rebaixado e ter que disputar mais uma vez a série B. O Santos é sempre uma grande surpresa. Quando aparenta estar rumando para o fundo do poço, se vale da sua mística e revela um grande craque do futebol brasileiro. Até agora tem funcionado, mas ate quando?
Os clubes do Rio vão de mal a pior. O único com reais chances de se restabelecer num curto prazo é o Flamengo. Mas os escândalos administrativos, discórdias e uma verdadeira bagunça burocrática não deixam sua enorme torcida levantar o time. O Fluminense, se não fosse pelo STJD, estaria disputando a série B hoje, junto ao Vasco. Mas os tricolores tem um patrocinador forte e sempre algumas cartas na manga. O rival de São Januário e o Botafogo estão atolados em dívidas. Não conseguem honrar os vencimentos a alguns anos e devem frequentar as partes inferiores das tabelas por um bom tempo. No Rio, não sobra ninguém entre as grandes forças.
Os clubes gaúchos e mineiros tem se mantido estáveis e tem tudo para encontrar o equilíbrio financeiro e esportivo, mantendo seus lugares entre os grandes e disputando títulos todos os anos. Os mineiros merecem um destaque especial, pois tomaram conta do futebol brasileiro esse ano, disputando juntos os dois campeonatos nacionais e apresentando um futebol de alto nível.
Nada vai apagar da história as épocas gloriosas dos times que vão mal das pernas hoje em dia. Mas se suas administrações não tomarem atitudes urgentes, e a própria CBF não rever pontos críticos do futebol brasileiro, o número de grandes times vai diminuir. E com menos times, o futebol brasileiro tende a perder como um todo.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Vote com responsabilidade!

O Brasil é um país realmente maravilhoso. Nenhum outro país possui uma combinação de tantas maravilhas naturais e clima tão agradável. O Brasil possui praias lindas, florestas e bacias hidrográficas abundantes. Aqui existe um dos povos mais acolhedores e felizes do mundo! Mas qual a porcentagem da população brasileira que tem o privilégio de viajar e aproveitar um pouco das maravilhas existentes nesta terra? A maioria dos brasileiros não pode se dar ao luxo de fazer isso nem ao menos uma vez na vida. Isso acontece por que aqui também existe uma das maiores desigualdades sociais do mundo. Aqui as oportunidades não são iguais para todos.
Não falta dinheiro ao Brasil. O que falta são políticos decentes para prover à população melhorias necessárias e concretas para que a desigualdade social diminua. Sobra ao Brasil políticos corruptos que chegam ao poder com a maléfica intenção de ficar eternamente por lá e corromper todo o sistema, que já capenga à mercê da corrupção.
A cada quatro anos o brasileiro tem a oportunidade de expulsar essa escória do alto escalão administrativo do país. Mas infelizmente esse povo tem pouca ou nenhuma noção da importância do seu voto. O brasileiro desperdiça sua mais forte arma democrática banalizando e votando no primeiro candidato que lhe apresente o sorriso mais agradável. Esse cenário agrada o corrupto e coloca um peso a mais no nosso processo de desenvolvimento, que já é tão demorado e doloroso.
Neste Domingo, pense bem no que fará quando estiver em frente a urna eletrônica. Não jogue seu voto no lixo e não entregue ele a qualquer desconhecido. Veja se seu candidato tem noções administrativas e conhecimento técnico sobre o que significa administrar um país. Não vote em palhaços, terroristas ou preconceituosos. Nada contra os palhaços, mas administrar um país não é brincadeira!
Os candidatos mais preparados e de palavras bonitas também não são santos. Nenhum que está no alto escalão é! Mas com pessoas com conhecimento técnico e preparo, o sistema democrático e o desenvolvimento do país tendem a evoluir de maneira mais rápida. E temos pressa! Cuidado com partidos que tentam se perpetuar no poder. A representação do país precisa mudar de mãos, caso contrário, o sistema fica dominado por pessoas perigosas.
Vote com cuidado! Vote com responsabilidade.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Futebol em total decadência.

O futebol brasileiro já foi reconhecido como o mais brilhante e criativo. Não à toa, o país é reconhecido como “país do futebol” mundo afora. Outrora, o esporte apresentava grande glamour e em campo desfilavam verdadeiros craques da bola, preocupados sempre em buscar o gol ou fazer jogadas plásticas que embasbacavam os espectadores, fanáticos pelo futebol arte.
Hoje o futebol brasileiro caminha no sentido contrário. Em campo já não se encontram jogadores com tamanha genialidade dos craques antigos. Os poucos que aparecem logo abandonam os campos brasileiros para atuar no exterior. Não bastasse a debandada, os que ficam, vão se tornando verdadeiros burocratas da bola. Qualquer jogada um pouco mais forte é motivo para minutos de reclamações e caras e bocas de dor e angustia, para logo depois, o jogador estar de volta ao campo como se nada tivesse acontecido. Os árbitros, coitados, além de não receberem o devido status de profissional que merecem, perderam totalmente o respeito dentro em campo, e fora dele, são cobrados como se fossem máquinas blindadas a erros e enganos.
O sistema de disputa do principal campeonato colabora para o esporte se tornar ainda mais desinteressante aos olhos do público. Com a adesão dos pontos corridos, quando um time se desprende o pelotão principal e ganha vantagem, fica muito difícil de ser alcançado pelos demais, e acaba com os sonhos dos torcedores prematuramente. Quando mataram o mata-mata, acabaram também com as chances de grandes viradas no campeonato, ou com o fator surpresa, onde o pequeno podia eliminar o grande e galgar conquistas maiores.
A vontade de vencer foi tomada pelo medo de perder, e em campo os times ficaram acuados, preocupados somente em se defender, deixando a busca pelo gol à mercê de uma jogada de sorte ou de bolas paradas. Os técnicos se especializaram em táticas que pareciam ser modernas, mas esqueceram de mandar seus jogadores ao ataque, buscar o improviso, a essência do futebol arte.
Os reflexos da decadência do esporte no país já começam ser sentidas pelas principais redes de TV e pelos patrocinadores. A cada rodada a audiência recua e começa a preocupar os chefões e cartolas do esporte. A esperança é que, sentindo o baque no bolso, eles comecem a tomar atitudes para devolver aos brasileiros seu grande orgulho nacional.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Carta ao futuro prezidente.

Oi Sr. Prezidente. Sou aluno de uma piquena escola do interior e tenho muitos probremas pra estudar. Moro muito lomge da minha escolinha e o onibus que pego para ir até lá sempre ta com probremas. Em dias de xuva ele nem passa perto de mim, e tenho que andar muito tempo pra chegar nele. Minha escola é bem piquena e acho que por isso não ressebe muito dinheiro de vosses. As veses falta meremda e a fome aperta quamdo vem chegamdo o finau da aula. Na minha sala tem poucas cadeira e algums sentam no chão. Agente reveza. Minha profeçora se esforssa pra dar uma aula boa, mas ela recrama que os livros que vosses prometeram estão demorando muito pra chegar. Eu numca tive um livro. Gosto de cienssias e matematica, mas a profeçora fala que sem os livros não pode emsinar muita coisa pra nóis. Espero que nesse ano coloquem vidros nas janelas da minha sala. Quamdo faz frio venta muito aqui. Fas tempo que minha mae não compra roupas novas pra mim e sofro bastante com o vemto gelado. Agente tambem ta esperamdo os uniformes que vosses prometeram. Consserteza vosses estão bastante ocupados com as coizas que realmente tem importamcia. Mais pesso que o prossimo prezidente tenha um tempinho pra olhar pra minha escola. Quero ser sientista quando crescer mais sei que tenho que estudar bastante pra conceguir. Prometo estudar bastamte Sr. Prezidente. E vou ficar muito feliz se o Sr. ler minha cartinha. Obrigado!


Esta carta poderia ter sido escrita por qualquer uma das milhares de crianças brasileiras que enfrentam os mais variados desafios para frequentar a escola. Infelizmente a maioria delas vai chegar à idade adulta semianalfabetas e sem condições de almejar uma carreira digna dos seus sonhos. Espero que o próximo Presidente da República esteja a par e com intenção de resolver os problemas do ensino no país. Somente assim teremos uma sociedade digna no futuro. Educação é a chave para um país melhor!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Os pecados do futebol Brasileiro

Domingo tem final de Copa do Mundo e a seleção brasileira não estará em campo. A população do país do futebol testemunhará a poderosa Alemanha ou sua maior rival, Argentina, levantar a taça. Assim chegará ao fim a Copa, de maneira melancólica e com uma derrota história no currículo. Mas como diz o ditado, “há males que vem para bem”.
Talvez somente uma derrota contundente como a sofrida na semi-final, faça com que os  cartolas do futebol brasileiro revejam seus conceitos e organizem a balburdia que o esporte se tornou. Já tem algum tempo que profissionais da área chamam a atenção e pedem que medidas sejam tomadas para tal. Entretanto, os grandes patrões nunca deram ouvidos e só fizeram insistir nos erros.  Acreditaram que somente a habilidade de jogadores brilhantes como Neymar, seria capaz de mantê-los no topo do mundo. Ledo engano. As atuais grandes potencias do futebol se organizaram, se adaptaram, se reinventaram.
Os pecados começam já nas categorias de base, onde não são investidas grandes cifras na formação e profissionalização dos jovens jogadores. Existem poucos profissionais preparados para instruir corretamente a garotada e existem muitos empresários prontos para aliciá-los com contratos e promessas. Nesta etapa da vida, o futebol é mais que um esporte. Ele serve como instrumento de formação do caráter dessas crianças. Muitos deles não tem uma base familiar onde aprender noções de respeito, cidadania e responsabilidade. E o futebol tem a capacidade de lhes oferecer isso.
O calendário do futebol brasileiro é totalmente arcaico, inchado e desorganizado. Não permite que os times se planejem adequadamente ou façam uma pré-temporada para preparar corretamente seus jogadores. Campeonatos estaduais que a cada ano perdem mais do interesse do público, continuam sendo longos e desgastantes, além de começar muito cedo.
A organização do espetáculo em si não é atraente. O país é apenas o 13º do mundo em média de público. Com os novos estádios é possível que essa posição melhore, mas o produto que é vendido precisa melhorar. Um jogo de futebol pode ser um programa para o dia todo.  O publico pode chegar cedo, fazer compras em lojas licenciadas, visitar o gramado e os vestiários, almoçar em bons restaurantes, e somente depois, assistir ao jogo. A legislação brasileira também precisa se adaptar.  Punições contra torcedores violentos precisam ser duras e eficazes. Não é aceitável que famílias fiquem longe dos estádios por medo da insegurança.
A administração dos clubes brasileiros se tornou um caos. Não investiram na sua gestão e responsabilidade fiscal. A dívida de todos os clubes da série A juntos supera a casa dos bilhões. Deveriam deixar de bancar cartolas e conselheiros vitalícios e contratar profissionais preparados para exercer funções administrativas, que seriam cobrados para atingir metas previamente estipuladas.
Os culpados pela vergonha brasileira da Copa do Mundo, não são apenas aqueles que entraram em campo com a camisa amarela. Os grandes vilões estão nos bastidores do esporte. Agora é torcer para esses mesmos reverem suas ações e tomarem atitudes para reorganizar o futebol do país, talvez seja preciso reinventá-lo. É um longo caminho, mas não impossível. E quando detalhes administrativos não atrapalharem nossos jogadores, a habilidade deles triunfará.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Copa do Mundo. Futebol total!

Chegou ao fim a primeira fase da Copa do Mundo no Brasil. Depois de tantas discórdias, contratempos e escândalos, o torneio se mostrou digno dos maiores elogios. Para isso, esqueça os bastidores e foque apenas no verdadeiro motivo de existir um campeonato assim, o futebol.
Trinta e duas seleções chegaram por aqui e apresentaram em campo o ápice do espetáculo futebolístico. Numa Copa onde o modelo de disputa privilegia a essência do futebol arte, não sobrou espaço para a burocracia na qual o futebol moderno se encurralou. Numa Copa do Mundo, o empate nunca é um resultado favorável, e esse ingrediente faz com que os times lutem arduamente pela disputa da bola e pela conquista do gol. Até o momento ninguém segurou o resultado. Os times partiram para cima do adversário apenas buscando o real objetivo do esporte, a bola no fundo da rede.
Seleções com grande história e magia enfrentaram seleções pequeninas no nome, mas enormes na garra e determinação. Muitas acabaram surpreendidas pelo imponderável. E isso torna o futebol o esporte mais maravilhoso que existe. Quando onze contra onze estão dentro das quatro linhas, o inesperado corriqueiramente acontece. Foi assim que no chamado grupo da morte, formado por três seleções campeãs mundiais e cheias de craques internacionais, uma coadjuvante, a Costa Rica embasbacou o mundo derrubando gigantes e ganhou a fama de grande zebra da Copa até o momento. É impossível prever até onde ela vai, mas é certo que já entrou para a história do esporte e levou muitas alegrias ao seu povo.  Foi assim que a atual campeã entrou em campo mais com nome do que com futebol e deu adeus ao torneio logo após sua segunda apresentação. É assim o futebol, uma saudação ao inesperado.
Fica marcada ainda a grande recepção e festa do povo brasileiro, aquele que sorri frente a frente com os contratempos e nunca se nega em estender a mão a um desconhecido.  Alguns chamam essa de “A Copa das Copas”, e talvez realmente seja. Ao menos até o momento é a Copa do futebol arte, da determinação e da alegria. Os brasileiros tem muito a reclamar do seu governo, dos desvios de verbas e da corrupção. Mas nada disso deixaria de existir, com ou sem a Copa. O que fica então é a saudação a esse esporte tão maravilhoso, que une desconhecidos e premia os determinados e os predestinados. O esporte dessa terra, chamada país do futebol. Começa agora a segunda fase, e tenha certeza, muita luta, surpresas e heroísmos acontecerão. Viva o Futebol!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

A Copa do Mundo é nossa.

Chegou... depois de tantos anos de planejamentos, desvios de verbas e obras inacabadas, é chegada a hora da Copa do Mundo no Brasil. As seleções começam a desembarcar nos tumultuados aeroportos das terras canarinhas,  e o país todos respira o esporte. Será?
Aqui, país do futebol, lugar de um povo alegre, festeiro e receptivo. A Copa do Mundo tinha tudo para ser uma dos eventos mais bem sucedidos de toda a história. Os organizadores acreditavam que o brasileiro abraçaria a Copa como sendo um patrimônio querido e idolatrado. Depois da famoso maracanazo da Copa de 50, a seleção brasileira terá, enfim, a chance de sagrar-se campeã dentro dos seus domínios, dentro da sua terra.
Mas algo muito errado aconteceu durante os preparativos. O povo, cansado de anos seguidos de escândalos com corrupção, desvio de verbas e obras superfaturadas, não aguentou o novo tapa na cara. Os governantes utilizaram uma das poucas coisas que o brasileiro se orgulha, o futebol, para roubar mais, para ter mais poder. Foi a gota d'água para uma população carente de bons governantes. O brasileiro esqueceu sua paixão fervorosa pelo esporte e o sentimento que reina às vésperas da copa é o de vergonha, insatisfação, desânimo. Não dá pra esconder mais, a Copa está na iminência do caos.
A mídia luta para despertar o orgulho na população, mas nem o esforço da Rede Globo é capaz de esconder os gargalos do país em diversas áreas, principalmente na mobilidade urbana. Os protestos, que foram tão enfáticos no ano passado, agora são menos contundentes, pois a ideia inicial foi prostituída por veículos de impressa e governantes. Mas a armadilha que o país caiu, pode ser bem mais agressiva para o sucesso da Copa: A população simplesmente não está vendo muita graça nela. Apesar da grande procura por ingressos, não creio que o mundo sentirá a magia e a alegria do brasileiro. Não se vê camisas da seleção brasileira nas ruas, bandeiras nas casas e comércios. Não se vê o verde e amarelo na cara do povo, como era de se esperar com o mundial sendo jogado em casa. A seleção nacional, que culpa nenhuma tem nessa história, também é vítima e já foi alvo de protestos quando se apresentou. 
A poucos dias do início dos jogos, as obras prometidas não estão nem perto de serem concluídas. Pudera, se nem os estádios estão prontos, não era de se esperar que o trem bala da Dilma e Lula estivesse a pleno vapor. Bala mesmo, só no lombo da população...
Resta agora às autoridades colocar a polícia montada a cavalo e bem armada nas ruas, e torcer para que o pior seja evitado. Missão complicada! Quando o primeiro gringo for alvo do cassetete de algum policial a copa estará manchada, e de forma irreversível.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Caos social

Episódios recentes, onde a população decide fazer justiça com as próprias mãos, vem ganhando grande destaque nos noticiários do país todo. Os primeiros casos se tratavam de possíveis meliantes amarrados em postes e sendo espancados por populares, e no mais recente e bárbaro, a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, foi linchada por moradores de Guarujá, litoral de SP, e acabou falecendo nesta segunda-feira pela manhã. Fabiane foi confundida com uma suposta seqüestradora de crianças no bairro Morrinhos, periferia da cidade. Fabiane era inocente!
Independente da culpa de qualquer criminoso, é inaceitável que a população tenha que partir às vias de fato e fazer justiça no meio da rua. Entretanto, tal comportamento coletivo evidencia o desgaste ao qual a sociedade brasileira vem sendo submetida. São incontáveis os casos de injustiça e impunidade. Jovens cometem crimes bárbaros e são protegidos por um conjunto de leis inapropriado para o contexto social ao qual pertence. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), por exemplo, seria muito apropriado para um país desenvolvido, onde a educação oferecida às crianças nas escolas é estruturada e de qualidade. Mas no Brasil, onde existe um verdadeiro caos nas salas de aula e um ensino que pouco agrega para a criação de cidadãos decentes, o ECA é apenas um escudo protetor que propicia aos jovens mordomias dignas de marajás e poucas, ou nenhuma obrigação social.
Aos criminosos maiores de idade, as leis não criam obstáculos mais difíceis de ser superados. Com presídios superlotados e um sistema carcerário que permite a entrada de todos os tipos de objetos nas celas, os detentos comandam de dentro dos presídios o crime que se organiza fora deles. Não bastasse as regalias oferecidas, a lei não tem força para segurar os detentos presos, e seus advogados encontram uma infinidade de atalhos para voltar os criminosos às ruas. Sendo assim, o sistema que deveria recuperar cidadãos para o convívio social só serve como graduação para sua arte criminal, e das celas eles saem PHDs do crime organizado.
À sociedade que permanece à mercê desse imbróglio social resta contar com os políticos, que deveriam tomar medidas para sanar as necessidades e a anseios da população. Mas estes, por sua vez, estão apenas preocupados em perpetuar-se no poder, independente das alianças, crimes e corrupções que precisem praticar. Não seria de surpreender se a população se revoltasse contra os políticos, como de fato aconteceu quando foram às ruas em meados do ano passado. Mas as manifestações logo foram tratadas pela mídia como tentativas de caos fomentadas por vândalos e criminosos.
Em meio a esse caos social, não é um fenômeno que populares de algumas regiões mais carentes e atingidas pela violência passem a agir por conta própria para buscar a justiça que tanto lhes falta. Infelizmente com esse tipo de atitude pessoas inocentes acabam pagando por crimes que não cometeram a se transformam em réus, sem direito à defesa, e a pena, vez ou outra, é paga com a própria vida.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

As emoções de ver o Londrina Campeão.


Já sofri muito com o Tubarão. Cansei de ir ao estádio pra ver o time sucumbir nos minutos finais tomando empates e viradas inesperadas e inacreditáveis. O trauma se tornou tão grande que comecei a acreditar que era eu o culpado, o grande vilão da história. Parei de ir ao campo e prendi-me em casa para ouvir pelo rádio ou ver pela TV. Mas esse ano o time mostrava algo diferente. Um poder de reação e um controle emocional característico de times campeões. Arrisquei-me diante do Criciúma pela Copa do Brasil e vi um time maravilhoso em campo. Era o convite para voltar à beira do gramado. Dessa vez aderi a um novo ritual: sempre sem camisa do time ou bandeira, só com o coração e o grito forte na garganta. O tubarão não me decepcionou, atropelou os adversários e chegou à grande final do campeonato Paranaense.
O clima na cidade durante a semana decisiva foi a essência do futebol clássico. Aquele que nem cheguei a conhecer, apenas li e ouvi falar. O futebol onde não existia esse glamour exacerbado em torno dos ídolos em campo. Sem esse distanciamento criado pela mídia e pelas grandes marcas. Dessa vez os protagonistas eram próximos. Alguns até conhecidos. O clássico do Café voltava a ser grandioso como nas épocas de outrora e um dos dois times de guerreiros levantaria a taça.
Tentei adquirir um ingresso para assistir o jogo em Maringá, mas a disputa era enorme e nem perto cheguei de garantir minha ida, mesmo ficando duas horas numa ingrata fila. O jeito foi se contentar em assistir o jogo pela TV e enviar vibrações positivas a distancia. Mas como todo grande título, essa história vem acompanhada de reviravoltas que faz o coração parar por alguns momentos. Aos 45 do segundo tempo, o que se traduz por meio-dia e meia do dia do jogo, um amigo avisa que tem um ingresso sobrando para a final e que eu deveria correr para a rodoviária. Não pensei duas vezes. Corri contra o tempo. Sem café da manhã, sem almoço, sem banho, apenas com o básico nos bolsos. Quinze minutos até a rodoviária e logo dentro do ônibus, ainda sem acreditar muito. Iria ver o Tubarão na final.
Depois de uma viagem surreal, com uma caravana de dezenas de ônibus e vans, estávamos dentro do estádio Willie Davids em Maringá. Invadimos a casa adversária e tudo que se via e ouvia eram cores e vozes de torcedores do Londrina: “Não é mole não. O Willie Davids virou o Cafezão!”
Que aperto, que sufoco. Pressão do time adversário, bolas na trave, defesas históricas, gritos de alívio, olhares para o céu em busca de um milagre. Gol do Londrina, explosão, vibração, abraços em desconhecidos, gritos para espantar o peso da tensão. Empate do Maringá, dúvidas por um instante, e novos gritos para apoiar o time. O sufoco continuou até o fim do segundo tempo. O adversário perdeu gols, às vezes por incompetência, às vezes por que realmente não era dia da bola entrar. E quando é assim, a gente sente que o caneco vai ser nosso.
A disputa por pênaltis foi tão nervosa quanto o jogo. Mas tudo se encaminhou para o grito de redenção. É CAMPEÃO!!! Centenas de pessoas que nunca tinham sonhado presenciar esse momento corriam sem rumo, de um lado para o outro, como se quisessem apenas se libertar de um fantasma que os acompanhara durante a vida toda. Uns chorando, outros sorrindo, ajoelhados, deitados, abraçados. Cada um vibrava da maneira mais irracional possível. Apenas para mostrar que conquistou tão sonhada glória.
Depois do jogo o alívio era geral. Cada um ali parecia ter perdido uns quinhentos quilos que carregava nos ombros. Viagem de volta cheia de histórias e comentários sobre lances do jogo: “Você viu aquela bola na trave?” “E o último pênalti? Pensei que o goleiro tinha defendido!” “Resolvi nem olhar mais para o campo!”
Na chegada em Londrina só nos restava ir ao encontro dos outros milhares de emocionados no tradicional ponto de comemorarão da cidade, a Avenida Higienópolis, e esperar a chegada do time de campeões. Mas dessa vez o campeão era dessa terra. E todos entoavam um grito só, uma alma só.

É CAMPEÃO!!! Parabéns LEC e muito obrigado por nos proporcionar tamanha alegria. Que muitas outras glórias venham. E que Deus cuide para estarmos lá para presenciar.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Sangue preto e branco.

Apesar dos contratempos enfrentados nesse início de ano, os Corintianos não abandonam sua causa jamais. Para provar tal empenho, neste dia 22 será lançada a campanha nacional “Sangue Corintiano”.
Alvinegros do Brasil e do Mundo vestirão o manto sagrado e irão até os postos de coleta para doar sangue durante os dias 22 e 28 desse mês. A campanha ocorre três vezes por ano e a participação aumenta em todas as edições.
Em Londrina, o Clube dos Corintianos preparou um evento especial para lançar a campanha. A viúva do Dr. Sócrates, Katia Bagnarelli, chega à cidade para uma tarde de autógrafos do livro "Socrates Brasileiro", que será realizada na livraria Saraiva do shopping Boulevard, a partir das 19:30 hs do dia 22. Katia será recepcionada pelos diretores do clube e seu presidente Naym Libos às 10:00 hs do mesmo dia no aeroporto de Londrina. Todos estão convidados.
O momento dentro de campo não é dos melhores, mas a torcida corintiana continua fazendo bonito fora dele e honrando o apelido pela qual é conhecida: Fiel Torcida.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Racismo no Peru

Semana passada o jogador de futebol Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de manifestações racistas por parte dos torcedores do Real Garcilaso, no Peru. A cada vez que o brasileiro pegava na bola, os torcedores rivais imitavam sons e gestos de macacos. O episódio foi tão absurdo ao ponto de câmeras de TV flagrar um pai ensinando ao filho como fazer as imitações.
Parecia que todas as barbaridades já tinham sido vistas no futebol sul-americano, mas dessa vez os peruanos conseguiram se superar. Ao mesmo tempo em que vários países no mundo tentam vencer as barreiras do racismo nos campos, e fora deles, parece que a América do Sul conseguiu retroceder neste sentido. Existem poucos relatos de manifestações similares em estádio de futebol por aqui, mas o que aconteceu no Peru acende um sinal de alerta, ou ao menos deveria. A violência já era famosa e rotineira. Pedras, garrafas e os mais estranhos objetos são atirados no campo, falta de estrutura e desorganização geral para times e público são características e a educação nunca foi exemplar. Mas racismo é novidade, ao menos nos tempos recentes.
Fica a dúvida se a Conmebol, tão rigorosa em punir clubes brasileiros, vai tomar alguma atitude contra os peruanos. Nenhuma notícia sobre punições leves ou pesadas surgiu até o momento. Parece que as entidades organizadoras sofrem do mesmo mal que a torcida, a ignorância. O que o brasileiro passou no estádio peruano ficou gravado em imagens e na cabeça do jogador, e não pode passar impune.
A grande ironia no episódio todo é que algumas características dos macacos, como ignorância e falta de racionalidade, também ficaram evidentes nos peruanos. Só falta agora o resto do mundo aderir à moda, e começar a imitar peruanos na hora na hora de manifestar seus preconceitos. Eu não duvido...