O futebol brasileiro, historicamente, sempre contou com
doze grandes clubes. Os quatro de SP e Rio, e os dois do Rio Grande do Sul e de
Minas. Mas os rumos e resultados dos últimos anos tendem a mudar esse cenário e
podar esse número pela metade.
Em São Paulo, apenas dois dos quatro grandes conseguem
manter seu orçamento em dia e buscar resultados na maior parte dos campeonatos
que disputam. O Corinthians, depois de um 2007 negro, se reorganizou
politicamente a caminhou firme para se tornar uma das grandes forças do futebol
brasileiro. O São Paulo, apesar de não conquistar grandes títulos nos anos recentes,
nunca deixou de brigar por eles, figurando sempre entre os grandes. O Palmeiras,
com o recém acesso conquistado à série A do Brasileirão já corre risco mais uma
vez de ser rebaixado e ter que disputar mais uma vez a série B. O Santos é
sempre uma grande surpresa. Quando aparenta estar rumando para o fundo do poço,
se vale da sua mística e revela um grande craque do futebol brasileiro. Até agora
tem funcionado, mas ate quando?
Os clubes do Rio vão de mal a pior. O único com reais
chances de se restabelecer num curto prazo é o Flamengo. Mas os escândalos
administrativos, discórdias e uma verdadeira bagunça burocrática não deixam sua
enorme torcida levantar o time. O Fluminense, se não fosse pelo STJD, estaria
disputando a série B hoje, junto ao Vasco. Mas os tricolores tem um
patrocinador forte e sempre algumas cartas na manga. O rival de São Januário e
o Botafogo estão atolados em dívidas. Não conseguem honrar os vencimentos a
alguns anos e devem frequentar as partes inferiores das tabelas por um bom
tempo. No Rio, não sobra ninguém entre as grandes forças.
Os clubes gaúchos e mineiros tem se mantido estáveis e
tem tudo para encontrar o equilíbrio financeiro e esportivo, mantendo seus
lugares entre os grandes e disputando títulos todos os anos. Os mineiros
merecem um destaque especial, pois tomaram conta do futebol brasileiro esse
ano, disputando juntos os dois campeonatos nacionais e apresentando um futebol
de alto nível.
Nada vai apagar da história as épocas gloriosas dos times
que vão mal das pernas hoje em dia. Mas se suas administrações não tomarem
atitudes urgentes, e a própria CBF não rever pontos críticos do futebol
brasileiro, o número de grandes times vai diminuir. E com menos times, o
futebol brasileiro tende a perder como um todo.
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