quarta-feira, 30 de julho de 2014

Carta ao futuro prezidente.

Oi Sr. Prezidente. Sou aluno de uma piquena escola do interior e tenho muitos probremas pra estudar. Moro muito lomge da minha escolinha e o onibus que pego para ir até lá sempre ta com probremas. Em dias de xuva ele nem passa perto de mim, e tenho que andar muito tempo pra chegar nele. Minha escola é bem piquena e acho que por isso não ressebe muito dinheiro de vosses. As veses falta meremda e a fome aperta quamdo vem chegamdo o finau da aula. Na minha sala tem poucas cadeira e algums sentam no chão. Agente reveza. Minha profeçora se esforssa pra dar uma aula boa, mas ela recrama que os livros que vosses prometeram estão demorando muito pra chegar. Eu numca tive um livro. Gosto de cienssias e matematica, mas a profeçora fala que sem os livros não pode emsinar muita coisa pra nóis. Espero que nesse ano coloquem vidros nas janelas da minha sala. Quamdo faz frio venta muito aqui. Fas tempo que minha mae não compra roupas novas pra mim e sofro bastante com o vemto gelado. Agente tambem ta esperamdo os uniformes que vosses prometeram. Consserteza vosses estão bastante ocupados com as coizas que realmente tem importamcia. Mais pesso que o prossimo prezidente tenha um tempinho pra olhar pra minha escola. Quero ser sientista quando crescer mais sei que tenho que estudar bastante pra conceguir. Prometo estudar bastamte Sr. Prezidente. E vou ficar muito feliz se o Sr. ler minha cartinha. Obrigado!


Esta carta poderia ter sido escrita por qualquer uma das milhares de crianças brasileiras que enfrentam os mais variados desafios para frequentar a escola. Infelizmente a maioria delas vai chegar à idade adulta semianalfabetas e sem condições de almejar uma carreira digna dos seus sonhos. Espero que o próximo Presidente da República esteja a par e com intenção de resolver os problemas do ensino no país. Somente assim teremos uma sociedade digna no futuro. Educação é a chave para um país melhor!

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Os pecados do futebol Brasileiro

Domingo tem final de Copa do Mundo e a seleção brasileira não estará em campo. A população do país do futebol testemunhará a poderosa Alemanha ou sua maior rival, Argentina, levantar a taça. Assim chegará ao fim a Copa, de maneira melancólica e com uma derrota história no currículo. Mas como diz o ditado, “há males que vem para bem”.
Talvez somente uma derrota contundente como a sofrida na semi-final, faça com que os  cartolas do futebol brasileiro revejam seus conceitos e organizem a balburdia que o esporte se tornou. Já tem algum tempo que profissionais da área chamam a atenção e pedem que medidas sejam tomadas para tal. Entretanto, os grandes patrões nunca deram ouvidos e só fizeram insistir nos erros.  Acreditaram que somente a habilidade de jogadores brilhantes como Neymar, seria capaz de mantê-los no topo do mundo. Ledo engano. As atuais grandes potencias do futebol se organizaram, se adaptaram, se reinventaram.
Os pecados começam já nas categorias de base, onde não são investidas grandes cifras na formação e profissionalização dos jovens jogadores. Existem poucos profissionais preparados para instruir corretamente a garotada e existem muitos empresários prontos para aliciá-los com contratos e promessas. Nesta etapa da vida, o futebol é mais que um esporte. Ele serve como instrumento de formação do caráter dessas crianças. Muitos deles não tem uma base familiar onde aprender noções de respeito, cidadania e responsabilidade. E o futebol tem a capacidade de lhes oferecer isso.
O calendário do futebol brasileiro é totalmente arcaico, inchado e desorganizado. Não permite que os times se planejem adequadamente ou façam uma pré-temporada para preparar corretamente seus jogadores. Campeonatos estaduais que a cada ano perdem mais do interesse do público, continuam sendo longos e desgastantes, além de começar muito cedo.
A organização do espetáculo em si não é atraente. O país é apenas o 13º do mundo em média de público. Com os novos estádios é possível que essa posição melhore, mas o produto que é vendido precisa melhorar. Um jogo de futebol pode ser um programa para o dia todo.  O publico pode chegar cedo, fazer compras em lojas licenciadas, visitar o gramado e os vestiários, almoçar em bons restaurantes, e somente depois, assistir ao jogo. A legislação brasileira também precisa se adaptar.  Punições contra torcedores violentos precisam ser duras e eficazes. Não é aceitável que famílias fiquem longe dos estádios por medo da insegurança.
A administração dos clubes brasileiros se tornou um caos. Não investiram na sua gestão e responsabilidade fiscal. A dívida de todos os clubes da série A juntos supera a casa dos bilhões. Deveriam deixar de bancar cartolas e conselheiros vitalícios e contratar profissionais preparados para exercer funções administrativas, que seriam cobrados para atingir metas previamente estipuladas.
Os culpados pela vergonha brasileira da Copa do Mundo, não são apenas aqueles que entraram em campo com a camisa amarela. Os grandes vilões estão nos bastidores do esporte. Agora é torcer para esses mesmos reverem suas ações e tomarem atitudes para reorganizar o futebol do país, talvez seja preciso reinventá-lo. É um longo caminho, mas não impossível. E quando detalhes administrativos não atrapalharem nossos jogadores, a habilidade deles triunfará.