Domingo tem final de Copa do
Mundo e a seleção brasileira não estará em campo. A população do país do
futebol testemunhará a poderosa Alemanha ou sua maior rival, Argentina,
levantar a taça. Assim chegará ao fim a Copa, de maneira melancólica e com uma
derrota história no currículo. Mas como diz o ditado, “há males que vem para
bem”.
Talvez somente uma derrota
contundente como a sofrida na semi-final, faça com que os cartolas do futebol brasileiro revejam seus
conceitos e organizem a balburdia que o esporte se tornou. Já tem algum tempo
que profissionais da área chamam a atenção e pedem que medidas sejam tomadas
para tal. Entretanto, os grandes patrões nunca deram ouvidos e só fizeram insistir
nos erros. Acreditaram que somente a
habilidade de jogadores brilhantes como Neymar, seria capaz de mantê-los no
topo do mundo. Ledo engano. As atuais grandes potencias do futebol se
organizaram, se adaptaram, se reinventaram.
Os pecados começam já nas
categorias de base, onde não são investidas grandes cifras na formação e
profissionalização dos jovens jogadores. Existem poucos profissionais
preparados para instruir corretamente a garotada e existem muitos empresários
prontos para aliciá-los com contratos e promessas. Nesta etapa da vida, o
futebol é mais que um esporte. Ele serve como instrumento de formação do caráter
dessas crianças. Muitos deles não tem uma base familiar onde aprender noções de
respeito, cidadania e responsabilidade. E o futebol tem a capacidade de lhes
oferecer isso.
O calendário do futebol brasileiro
é totalmente arcaico, inchado e desorganizado. Não permite que os times se
planejem adequadamente ou façam uma pré-temporada para preparar corretamente
seus jogadores. Campeonatos estaduais que a cada ano perdem mais do interesse
do público, continuam sendo longos e desgastantes, além de começar muito cedo.
A organização do espetáculo
em si não é atraente. O país é apenas o 13º do mundo em média de público. Com
os novos estádios é possível que essa posição melhore, mas o produto que é
vendido precisa melhorar. Um jogo de futebol pode ser um programa para o dia
todo. O publico pode chegar cedo, fazer
compras em lojas licenciadas, visitar o gramado e os vestiários, almoçar em
bons restaurantes, e somente depois, assistir ao jogo. A legislação brasileira
também precisa se adaptar. Punições
contra torcedores violentos precisam ser duras e eficazes. Não é aceitável que
famílias fiquem longe dos estádios por medo da insegurança.
A administração dos clubes
brasileiros se tornou um caos. Não investiram na sua gestão e responsabilidade
fiscal. A dívida de todos os clubes da série A juntos supera a casa dos
bilhões. Deveriam deixar de bancar cartolas e conselheiros vitalícios e
contratar profissionais preparados para exercer funções administrativas, que
seriam cobrados para atingir metas previamente estipuladas.
Os culpados pela
vergonha brasileira da Copa do Mundo, não são apenas aqueles que entraram em
campo com a camisa amarela. Os grandes vilões estão nos bastidores do esporte. Agora
é torcer para esses mesmos reverem suas ações e tomarem atitudes para
reorganizar o futebol do país, talvez seja preciso reinventá-lo. É um longo
caminho, mas não impossível. E quando detalhes administrativos não atrapalharem
nossos jogadores, a habilidade deles triunfará.
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