terça-feira, 24 de maio de 2022

Vou repetir: não há terceira via!


Faltam aproximadamente cinco meses para as eleições desse ano e já podemos dizer que são as eleições mais importantes desde a implantação nova constituinte. Isso se dá pelo fato de que nos encontramos no ápice de uma polarização política nunca antes vista no país. São dois lados bem claros. São dois candidatos bem fixados nos seus valores e opiniões e dois eleitorados cada vez mais convictos de sua escolha. Portanto, por mais que tentem ou que reclamem, eu repito: não há uma terceira opção!

A tal terceira via até que tentou. Com Bolsonaro e Lula liderando todas as pesquisas os candidatos que sobraram tentaram de todas as maneiras angariar os milhões de votos de indecisos ou de anti-bolsonaristas e anti-lulitas. Mas nenhum deles percebeu – ou percebeu, mas não tinha o que fazer – que essa eleição é, desde o início, entre esquerda e direita como nunca visto antes. O ideal de terceira via até que era um bom plano, talvez o melhor. A idéia vendida era que todos os candidatos se reuniriam em debates ou conferencias para discutir quais os seus projetos e quais as chances reais de cada um. Dessa maneira, em conjunto, decidiriam o representante e todos os demais o apoiariam, e ao mesmo tempo, definiriam junto as prioridades para o país e para o projeto de governo. Essa união, segundo eles, seria capaz de bater de frente com o favoritismo de Lula e Bolsonaro e assim a terceira via passaria a ser um sonho real. Eles só esqueceram que a política também é feita de orgulho, paixões, e apreço pelo poder. Todos estavam confiantes no projeto, com a condição de que ele próprio seria o escolhido e ganharia o apoio dos demais, como num passe de mágica ou em um conto de fadas. Foi assim com Moro, Mandeta, Leite, Dória, Bivar, Tebet e qualquer outro que sonhou o sonho junto. Esqueceram apenas do mais importante: perguntar para o povo brasileiro. Se tivessem feito, teriam economizado, tempo, energia e dinheiro.

A verdade dessas eleições é que os candidatos em si não significam de fato a motivação do voto. Mas as idéias às quais eles se tornaram naturalmente representantes. É uma eleição de direita x esquerda, de socialismo x capitalismo, de menos estado x estado inchado, de liberdade x regulações, de família x aborto, de educação de qualidade x doutrinação, de Deus x Caos. São essas as questões que estão na pauta de discussões. A esquerda tenta dar uma maquiada em alguns temas e escondê-los do debate, mas a base da sua ideologia não deixa. E é com essas pautas que chegaremos às urnas no dia do pleito. Será uma eleição de definição das próximas décadas para nosso país e quanto mais o povo discutir e ter argumentos para definir suas posições, melho. Espero sinceramente que não voltemos ao caminho do socialismo, e que as pessoas percebam rapidamente que ficar em cima do muro, não é mais uma opção.