Faltam aproximadamente cinco meses para as eleições desse ano e já podemos dizer que são as eleições mais importantes desde a implantação nova constituinte. Isso se dá pelo fato de que nos encontramos no ápice de uma polarização política nunca antes vista no país. São dois lados bem claros. São dois candidatos bem fixados nos seus valores e opiniões e dois eleitorados cada vez mais convictos de sua escolha. Portanto, por mais que tentem ou que reclamem, eu repito: não há uma terceira opção!
A tal terceira via até que
tentou. Com Bolsonaro e Lula liderando todas as pesquisas os candidatos que
sobraram tentaram de todas as maneiras angariar os milhões de votos de indecisos
ou de anti-bolsonaristas e anti-lulitas. Mas nenhum deles percebeu – ou
percebeu, mas não tinha o que fazer – que essa eleição é, desde o início, entre
esquerda e direita como nunca visto antes. O ideal de terceira via até que era
um bom plano, talvez o melhor. A idéia vendida era que todos os candidatos se
reuniriam em debates ou conferencias para discutir quais os seus projetos e
quais as chances reais de cada um. Dessa maneira, em conjunto, decidiriam o
representante e todos os demais o apoiariam, e ao mesmo tempo, definiriam junto
as prioridades para o país e para o projeto de governo. Essa união, segundo
eles, seria capaz de bater de frente com o favoritismo de Lula e Bolsonaro e
assim a terceira via passaria a ser um sonho real. Eles só esqueceram que a política
também é feita de orgulho, paixões, e apreço pelo poder. Todos estavam
confiantes no projeto, com a condição de que ele próprio seria o escolhido e
ganharia o apoio dos demais, como num passe de mágica ou em um conto de fadas.
Foi assim com Moro, Mandeta, Leite, Dória, Bivar, Tebet e qualquer outro que
sonhou o sonho junto. Esqueceram apenas do mais importante: perguntar para o
povo brasileiro. Se tivessem feito, teriam economizado, tempo, energia e
dinheiro.
A verdade dessas eleições é
que os candidatos em si não significam de fato a motivação do voto. Mas as
idéias às quais eles se tornaram naturalmente representantes. É uma eleição de
direita x esquerda, de socialismo x capitalismo, de menos estado x estado
inchado, de liberdade x regulações, de família x aborto, de educação de
qualidade x doutrinação, de Deus x Caos. São essas as questões que estão na
pauta de discussões. A esquerda tenta dar uma maquiada em alguns temas e
escondê-los do debate, mas a base da sua ideologia não deixa. E é com essas
pautas que chegaremos às urnas no dia do pleito. Será uma eleição de definição
das próximas décadas para nosso país e quanto mais o povo discutir e ter
argumentos para definir suas posições, melho. Espero sinceramente que não
voltemos ao caminho do socialismo, e que as pessoas percebam rapidamente que
ficar em cima do muro, não é mais uma opção.
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