segunda-feira, 31 de outubro de 2022

O Brasil perdeu.


Você pode considerar o título desse texto um tanto quanto arrogante, afinal, metade do Brasil ganhou. Para ser exato, 60.345.999 eleitores votaram no candidato vencedor e hoje estão felizes e comemorando a vitória. Mas eu não olho a política como uma partida de futebol, e sei, com quase certeza absoluta, que todos perderam. A única possibilidade de essa afirmação estar errada é o ex-presidiário executar um governo com uma boa administração pública, e sem assaltar o país, o que acho impossível. As outras possibilidades, todas, são ruins. E o Brasil perdeu, também, porque seu povo está dividido como nunca esteve. Não temos mais coalizão como nação.

A minha derrota nessa eleição é um pouco mais complexa que para a maioria. Significa o fim de uma etapa e um fim de um sonho. Hoje, começo uma reestruturação pessoal e profissional. Pretendo vender minha empresa e fazer um currículo para trabalhar em qualquer lugar. Cresci dentro de uma empresa familiar e fui direcionado ao empreendedorismo desde muito cedo. Passei todos os anos dos governos petistas sendo empresário. Fui a inúmeras audiências de reclamações trabalhistas e sei bem o que é ser humilhado por um juiz que está defendendo a parte “mais fraca”, a qual está se valendo de inúmeras mentiras  - não é figura de linguagem, é uma regra. Sei bem o que é receber um fiscal da prefeitura e vê-lo olhando minuciosamente cada detalhe da empresa até encontrar algo errado para justificar a negativa da licença. Sei bem o que é perder horas para organizar aparatos burocráticos para cumprir as regras fiscais e a legislação. Não tenho saúde para isso mais.

Também acho que o país perdeu porque voltaremos a ser fornecedores de verba para os países vizinhos, seremos a central do Foro de São Paulo e pilar de sustentação financeira de ditaduras, até que, ao fim, teremos uma ditadura para chamar de nossa. A irresponsabilidade com o dinheiro público vai levar, inevitavelmente, o país para uma nova recessão nos próximos anos e teremos mais uma década perdida. Logo os escândalos de corrupção começarão a pipocar nos noticiários, mas dessa vez nada poderá ser feito, pois os “erros” que o PT cometeu na década passada não voltarão a acontecer e, dessa vez, terão êxito em ocultar os desmandos. O dinheiro que deveria ir para a saúde, segurança e infraestrutura acabará no bolso dos corruptos. Sobrarão ao povo somente as esmolas e restos dos pratos de picanha.

Meu objetivo aqui não é ser apocalíptico e pessimista, mas é apenas uma constatação de uma realidade que já aconteceu e deverá se repetir. Espero do fundo do coração estar errado, e que todos vocês que estão rindo nesse momento, estejam certos. Vou orar por isso. Mas a minha elevação espiritual acaba aqui. Não sentirei pena quando a coisa desandar. Não sentirei pena das regiões do Brasil que foram decisivas para isso, pois elas serão as primeiras a ser mantidas na escravidão ideológica. A escolha foi feita e as conseqüências serão fortes.  De hoje em diante, meus esforços para tentar “fazer a minha parte” chegam ao fim. Focarei na minha família e no trabalho e em ignorar e esquecer essa triste etapa da minha vida. Espero um dia olhar para isso apenas como uma triste lembrança. Derrotas sempre são ruins. Já passei por muitas com o meu Corinthians. Mas, você dorme e no outro dia tudo acabou. Essa é muito pior, pois nossa desgraça acabou apenas de começar.

sábado, 22 de outubro de 2022

Como fazer uma revolução comunista.


O comunismo, depois de adormecido pelos próprios comunistas, voltou a ser pauta dos debates nos últimos anos. Parte da população alerta para os perigos da volta dos regimes e parte ridiculariza tal possibilidade. A realidade mostra, para quem quer ver, que o primeiro grupo tem razão. Basta olhar os caminhos que muitos países na América do Sul tem seguido, como Venezuela, Argentina e Chile. Mas, hoje, a revolução comunista mudou de cara e aposta na revolução a longo prazo. 

As primeiras revoluções comunistas em meados do século XIX apostaram na mudança brusca e através da luta armada e tomada do poder. Grupos se utilizaram das teorias marxistas e transformaram o grande trunfo da revolução industrial, que era a multiplicação de riqueza em um embuste, chamado de desigualdade social. Assim, se apropriaram do proletariado para combater a burguesia, angariando força para fazer a revolução. O objetivo principal nunca foi o de defender os trabalhadores, mas sim, utilizá-los como massa de manobra para a tomada do poder e do Estado. As revoluções foram um “sucesso”, pois o poder foi tomado, mas a população logo percebeu que foi enganada e teve de ser domada à força e trancafiada dentro de muros. O resultado foi milhões de mortes, fome, miséria e caos social. 

Com a realidade sendo enfrentada, os comunistas voltaram ao planejamento para criar novas estratégias de implantar o regime de maneira mais eficiente. Dentro do complexo mix de ações, estava a conversão massiva de pessoas adeptas ao regime, para que somente depois de ter milhões de seguidores, o poder fosse tomado através das vias democráticas. Esses seguidores deveriam estar espalhados por toda a sociedade civil do país, mas em sua maioria, acomodados nas instituições estatais, como universidades e funcionalismo público, além é claro, de dominar a produção cultural e a imprensa. De início a cooptação das pessoas foi feita com promessas utópicas de bem estar social e igualdade, focando majoritariamente na juventude, que pouco tem de noções da realidade e dos valores ocidentais, como Deus, pátria e família e, portanto, presas fáceis para as insanidades comunistas. Mas aos poucos aquele lema de defesa do proletariado foi abandonado e trocado pela defesa das minorias, levando a mais divisão social, onde cada grupo teria um objetivo de luta da sua “classe” e o Estado seria o grande provedor de força para suas conquistas, e o ideal de Liberdade trocado por libertinagem, a progressiva destruição da fé e da família.

Nos países vizinhos essa receita foi um sucesso, pois são menores e foi mais rápido. No Brasil, chegamos à beira do precipício, com uma sociedade inerte e adormecida, que viu o PT governar o país por 14 anos. Apenas o colapso da gestão pestista com as denuncias da Lava Jato fez com que o país acordasse. As pessoas saíram das cavernas intelectuais e começaram a perceber que algo estava errado naquele sistema e notaram o risco que o país corria. Muitos saíram sedentos por aprender as teorias conservadoras e liberais, onde o Estado não deve ser o provedor de bem estar social, apenas um suporte. Assim, com o esforço intelectual e com a ajuda da tecnologia, o movimento conservador rapidamente ganhou corpo e hoje é de grande relevância no país, conseguindo ter um Presidente eleito e a maioria na Câmara de deputados e no Senado para 2023.

Apesar das conquistas, muitos ainda se enganam ao acreditar que o movimento comunista está morto ou é apenas um espantalho usado pelos conservadores. As táticas comunistas foram aperfeiçoadas e por muito pouco o poder não foi tomado de maneira definitiva pela extrema esquerda brasileira. Precisamos, hoje, mais do que nunca, entender as nuances desse movimento sanguinário e suas estratégias. Por hora estamos salvos, mas o voto em Jair Bolsonaro dia 30 de outubro é essencial para que o comunismo continue a ser combatido.