sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Sobra amadorismo no futebol brasileiro.

 


Vasco, Cruzeiro, Grêmio e Bahia vão disputar a série B do campeonato brasileiro ano que vem. Algo totalmente inimaginável há alguns anos por qualquer um que conheça um mínimo da história do futebol brasileiro. São times enormes, com grandes torcidas, e todos eles campeões brasileiros. Grêmio e Cruzeiro são casos ainda mais absurdos, pois estavam disputando, e ganhando, títulos de expressão nacional e internacional até pouco tempo atrás. Mas esse cenário é somente a colheita de um plantio pobre e generalizado no futebol brasileiro. Há anos que os clubes vem apresentando, de maneira geral, um fraco desempenho de gestão, e uma hora a conta chega. Sempre chega.

Para compreender o abismo que o futebol brasileiro se encontra, é preciso olhar bem mais fundo do que apenas o desempenho dos onze que entram em campo. Além do fato de estarmos perdendo talentos cada vez mais novos para o futebol europeu, a gestão brasileira não consegue acompanhar o desempenho do resto do mundo. A tecnologia tomou conta dos gramados, a eficiência na gestão é fator básico para um clube, e o planejamento ainda mais. A gravidade do peso contra o amadorismo ainda foi inflada por mudanças nas leis que punem a irresponsabilidade na gestão e com o descolamento de alguns clubes, inclusive pequenos, que melhoraram muito seus setores administrativos. Mas o problema não está somente nos clubes. Está na CBF, na arbitragem, na imprensa e nas torcidas, que parecem viver em pleno anos 80. Nada evoluiu e o futebol está cada vez mais enfadonho e perdendo público. O produto entregue ao cliente final, como eu já disse muitas vezes, é extremamente ruim. Não tem atratividade, não encanta, não se diferencia.

Mas nem tudo é desespero por aqui. A legislação continua mudando e logo teremos clubes empresas como acontece no resto do mundo. A CBF deve perder cada vez mais espaço para a criação de novas ligas e a gestão dos clubes terá que se profissionalizar, pois não haverá espaço para amadores, ou corruptos na liderança dos clubes. Vai ser uma lenta caminhada, mas que não deixa espaços para alternativas. O que vai mudar mesmo é presença de grandes caciques e clubes com a administração inchada de conselheiros que só atrapalham, além da reformulação do quadro de equipes principais, com alguns deixando de ser “grandes” e dando lugar para clubes até então coadjuvantes. Segue a velha máxima: a vida odeia amadores.

 


terça-feira, 30 de novembro de 2021

Há esperança?

 


Não me considero nenhum especialista em política e sequer tenho a ambição de um dia sê-lo. Mas sei que um dia já fui um completo ignorante nesse assunto, o que também já não sou mais. Esse tempo, apesar de já ter passado há muito, ainda me traz boas recordações. Comecei a me interessar pelo assunto bastante jovem, mas antes disso, lembro que não tinha que carregar esse peso de frustração que a política brasileira proporciona. Era um tempo que pouco importava o que os políticos estavam fazendo e pouco sabia sobre o assunto. Mas, como tudo na vida, as coisas foram mudando e, depois de muito ler sobre o assunto, comecei a ter algumas opiniões, a defender algumas pautas e, inclusive, alguns políticos. Muita coisa aconteceu desde então. Mas pouco, muito pouco, melhorou. Se isso não é a definição de frustração, eu não sei mais o que é. Claro que minha participação nisso foi ínfima, se não, nula. Entretanto, sempre tive a esperança de que o nosso povo iria melhorar com o passar dos anos. Que teríamos opiniões mais embasadas, e dessa maneira poderíamos analisar e escolher melhor nossos políticos. Nada disso aconteceu.

Posso me dizer pertencente à ala conservadora. À ala do Presidente Jair Bolsonaro, e totalmente contra quase tudo que a esquerda prega. Isso me leva a seguir outras pessoas com pensamentos e opiniões similares. Pessoas que, até pouco tempo, eu considerava sábias e preparadas para expressar opiniões coerentes. Mas o que tenho visto e ouvido nos últimos dias é absurdo e desolador. Hoje, o cenário político brasileiro se tornou tão polarizado que as pessoas simplesmente escolheram um herói, que aparentemente pode fazer o que bem entender, e julgam as outras pessoas com somente duas opções: concordam ou não com seus pontos de vista. Se concordam, estão salvos, se discordam, são jogados na fogueira. Dessa maneira, vejo esses formadores de opinião passando uma vergonha abissal ao tecerem comentários contra políticos que, até pouco tempo atrás louvavam. O caso mais claro é o do, agora político, Sergio Moro. Chegaram a chamar o homem de comunista! COMUNISTA! Outro exemplo é o do comentarista Caio Coppola, que ao fazer um comentário bastante sóbrio na Jovem Pan, foi atacado intensamente, somente por dizer que estava disposto a dar uma chance ao Ex-juiz. Mas não é somente isso. Existe uma insanidade coletiva que transforma opiniões em regras e uma miopia generalizada para com os erros do Governo Bolsonaro. Quem disse que era proibido criticar? Quando foi que concordamos em prometer auxílios eternos aos brasileiros, ao invés de proporcionar condições para sair da miséria? Quando concordamos que os privilégios da classe política deveriam ser mantidos? Quando concordamos que era pra fazer alianças com o centrão para atingir a tal governabilidade? Quando concordamos que Roberto Jefferson é um cara legal? Quando concordamos com censura de jornalistas? Quando concordamos com pedaladas fiscais para bancar um Estado falido? Se existem problemas difíceis, que pessoas técnicas tomem decisões e venham a público dar as explicações. Esse era para ser um governo técnico, de combate ao sistema, e não de entrega ao sistema. Era pra irmos pra guerra se as coisas não mudassem. Não era pra aceitar as velhas leis da política brasileira. Sim, o governo acertou muito, mas acerta cada vez menos. Até quando vamos nos manter nesse caminho sem apresentar as devidas cobranças e questionamentos?

Infelizmente esse é o nosso cenário atual. De desilusão com o futuro do nosso país. Os erros e acertos desse governo sequer estão como questão principal, mas o julgamento e sabedoria do nosso povo. A esquerda vai voltar e vai voltar mais forte, porque a direita não se preparou, não tem opinião e não tem capital político. A direita sequer sabe que tem esses problemas, para que possa buscar soluções. Poucos estudam, poucos leem, todos brigam por qualquer intriga, e muitos passam pano para todos os erros do governo. Se hoje somos chamados de gado, não me parece que seja tão injusto. Estamos sendo gado, da mesma maneira que a esquerda foi durante todos os anos do governo petista. A diferença é que eles eram unidos e respeitavam mais as opiniões alheias. Nós estamos perdidos, brigando por coisas pequenas e não somos unidos. Uma ala assim não pode estar à frente do país.


sexta-feira, 29 de outubro de 2021

O Presidente precisa de ajuda!

 


Jair Messias Bolsonaro é um cara verdadeiro! Essa afirmação esteve muito presente na mídia e nas redes sociais nos últimos dias, após o Presidente ser tirado do sério por uma humorista no programa Pânico e em seguida abandonar a entrevista. É uma afirmação que pode ser vista como um grande elogio, ou como uma sonora crítica, mas é um fato, e não é novidade nenhuma, que esse governo precisa urgentemente profissionalizar sua comunicação. O Governo precisa de um assessor de imprensa capaz de se comunicar de maneira clara com o público, que esclareça dúvidas, consiga derrubar narrativas e que evite que ocorram mal-entendidos junto à opinião pública. O Governo precisa de um setor de relações públicas que demonstre os pontos positivos da gestão, divulgue o que está sendo feito, os planos e projetos e trabalhe para melhorar a imagem do país. É péssimo para o Brasil que a comunicação esteja sendo executada de maneira tão amadora e atabalhoada.

É verdade que o Presidente é um cara verdadeiro. Inclusive, foi esse jeito peculiar de se comunicar que convenceu o povo a votar nele, pois, cansado de políticos sem tempero e quase que robóticos, Jair se posicionou como algo diferente, e sua sinceridade, mesmo que muitas vezes inoportuna, o levou à cadeira presidencial. Entretanto, hoje, Bolsonaro é o Presidente do país, e desde o primeiro dia de mandato, a comunicação vem sendo um dos pontos mais baixos do Governo. O Presidente optou por cuidar ele mesmo desse setor e, de maneira bastante amadora e sem planejamento, faz lives e concede entrevistas improvisadas que acabam rendendo polêmicas e minando a popularidade do governo. Essa situação é péssima para o país e para o próprio Presidente, que a cada dia parece mais esgotado e fatigado.

O Presidente não precisa mudar seu jeito de ser. A sinceridade e a informalidade transmitem segurança para o seu público, mas é necessário um acompanhamento profissional e um planejamento para evitar situações que fujam do controle. A imensa maioria dos Presidentes no mundo não concedem entrevistas sem ter controle das perguntas que serão feitas. É um direito e uma segurança controlar esse ambiente para evitar que jornalistas coadjuvantes tentem tomar o lugar de destaque do entrevistado e queriam se tornar a notícia, como aconteceu no programa Pânico. Bolsonaro não está totalmente sem razão em abandonar a entrevista, pois a pergunta foi claramente feita com desdém e ares de provocação, mas o Presidente sabia muito bem onde estava entrando, e aceitou se colocar nessa posição. Um erro básico e amador. Agora, todos têm noção clara desse ponto fraco do Presidente e muitos farão de tudo para despertar sua fúria e tira-lo do sério, principalmente no ano eleitoral que está prestes a começar. Se o Presidente for para um debate, então, tudo pode acontecer. E ele precisará ir! Portando, Bolsonaro precisa de ajuda urgentemente. Precisa de profissionais capacitados para gerir a comunicação e a imagem do governo. Jair precisa, ele mesmo, se capacitar, se preparar, se profissionalizar, pois o mundo odeia amadores.


sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Um jogo perigoso

 


O presidente Jair Bolsonaro está jogando um jogo muito perigoso, o jogo de se manter no poder, pelo poder. Até esse momento, o Brasil praticamente não conseguiu ver o que poderia ser esse governo. Durante o primeiro ano tivemos uma fase de adaptação, organização, e reparo dos inúmeros problemas causados pelos governos anteriores. No segundo ano veio a pandemia e ainda estamos aguardando ela chegar ao fim.  Restará apenas um ano para deixar algum tipo de legado para o futuro, ou buscar a reeleição, e aqui começa o perigo. Esse governo tem basicamente três pilares. Bolsonaro e sua agenda conservadora; Paulo Guedes e sua equipe econômica; Tarcísio e sua sina em concluir obras abandonadas por outros governos. Guedes e Tarcísio vêm fazendo um trabalho espetacular, pois se não fosse o primeiro, ninguém sabe a situação que poderíamos nos encontrar nesse momento, talvez à beira de um colapso econômico, o segundo está deixando o país pronto para decolar, mas o Presidente vem apenas se segurando no cargo, com seu tempo quase que inteiramente ocupado em se defender dos ataques da oposição.

A agenda conservadora vai aos poucos sendo abandonada com os erros de um presidente que parece estar perdendo fôlego e forças, e  cometendo erros que podem custar caro. Bolsonaro errou na indicação que lhe cabia ao STF, pois indicou alguém que seu eleitor não confia, pois Kassio Nunes tem cara, jeito, cheio e textura de um esquerdista. Errou em tantas entrevistas quando falou, ameaçou e não cumpriu, e está errando em sacrificar o teto de gastos para despejar dinheiro em auxílios. O Presidente está agindo para jogar o jogo do poder, onde precisa dar alguns passos atrás para depois dar muitos à frente? Ninguém sabe. O que parece mesmo é que já viramos de costas e estamos caminhando no sentido contrário. A carta ao STF após as manifestações do dia 7 de setembro pareceu uma atitude sábia e honrosa em prol do país, mas foi uma ação de via única, e o outro lado continua sua sana enlouquecida por comandar o país. Isso leva a outro grande problema, e provavelmente ao maior erro de Bolsonaro: abandonar seus aliados mais fiéis. Daniel Silveira foi preso, e Bolsonaro não se manifestou. Oswaldo Eustáquio foi preso, e Bolsonaro não se manifestou. Allan dos Santos será preso, e Bolsonaro não vai se manifestar? Não existe conservadorismo sem lealdade, e sem conservadorismo não existe esse governo.

O Presidente vai caminhando por uma linha muito tênue, onde pode perder uma enxurrada de aliados a qualquer momento. Ontem, 4 secretários do ministério da Economia pediram demissão, certamente já exaustos de não serem ouvidos. Se Guedes fizer o mesmo nos próximos dias ou meses será o maior golpe sofrido, e junto com Guedes, muita gente vai mudar de opinião sobre as eleições do ano que vem. Se Bolsonaro não defender os jornalistas que estão sendo presos, nem que seja somente com palavras, qual a segurança de outros tantos em continuar? Hoje, já é quase um crime falar bem do governo, e muitos ainda acreditam nesse sonho de livrar o país da esquerda, de montar um time capacitado para gerir o país, de resgatar nossos valores. Mas até quando? Se os pilares do governo começarem a desmoronar, nada vai sobrar, pois Bolsonaro, sozinho, é somente mais um político de carreira. Seu time é que tem valor. Depois, não adianta chorar sobre o Leite derramado - e o L está em maiúsculo aqui, porque não se trata apenas de um substantivo. Fiquem de olho nele, pois se vencer as prévias do PSDB, teremos uma terceira via nas eleições de 2022.


quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O Circo acabou.

 

A CPI da pandemia foi chamada de Circo da Pandemia desde o seu início. Não era mistério que o único objetivo era político e que as verdadeiras investigações para apurar corrupções seriam enterradas uma a uma, como de fato foram. Uma comissão com seus membros escolhidos a dedo, onde o grande líder era o Senador Renan Calheiros, que dispensa apresentações. Calheiros é mais um entre tantos políticos de carreira no Brasil que reúne no seu passado uma miríade de escândalos políticos, denúncias por corrupção, lavagem de dinheiro e tantos outros crimes de colarinho branco tão comuns na política brasileira. Seu fiel escudeiro, Omar Aziz, carrega na sua sombra a suspeita de envolvimento num escândalo de corrupção que desviou 200 milhões da saúde do seu estado, quando era Governador. Somente isso já bastaria para qualquer cidadão minimamente razoável não levar a sério a CPI. Mas ela seguiu.

Durante os trabalhos, o grande foco da CPI foi desmoralizar o governo Bolsonaro. A única meta foi a de encontrar um fio para puxar que desestabilizasse todo o governo. A mente desses senhores, bandidos de carreira, funciona de maneira muito previsível. Ora, se a corrupção é a sua principal atividade, eles pensavam: “Se eu fosse do governo, de onde desviaria verbas públicas”? A cada nova ideia que tinham, eles iniciavam uma nova investigação. Era óbvio para eles, por exemplo, que o governo estaria superfaturando os contratos da compra de vacinas, pois é o que eles fariam. E por isso criaram uma narrativa transformando uma suposição das suas mentes diabólicas em verdade absoluta. Em vão, pois nenhum pagamento foi efetuado. E dessa mesma maneira foram criadas dezenas de outras narrativas pela CPI que foram se desmanchando como castelos de areia. Nada prosperou e a credibilidade, que já era baixa, foi enterrada enquanto ficava claro que a pressão em cima do governo não era justificável.

Ainda assim, a CPI chegou perto de desenterrar o grosso da corrupção. Quando algo realmente tinha chances de prosperar e identificar os corruptos que fazem nosso país seguir à margem do mundo desenvolvido e que foram – esses, sim – responsáveis por mortes na pandemia, eles optaram por não investigar. Isso aconteceu quando os escândalos de desvios de recursos enviados pelo Governo Federal foram descobertos nos Estados: Superfaturamento na compra de respiradores, verbas direcionadas para centros de atendimentos nunca construídos, empresas fantasmas e de fachada, lobistas atuando na intermediação de contratos. Tudo estava claro e cristalino. Mas a CPI fechou os olhos e optou por não investigar os governadores.

Hoje, o Circo chega ao fim. Dos meses de trabalhos e recursos públicos desperdiçados, deve sobrar um relatório de mil páginas com as denúncias contra o governo Federal. Um relatório que já estava todo montado na cabeça corrupta de Renan Calheiros desde antes de os trabalhos começarem. Ele sonha com esse momento desde o início, onde a CPI deveria chegar ao seu ápice e ele mesmo ser reconhecido com um herói nacional ao colaborar ativamente para retirar Bolsonaro da cadeira Presidencial. O relatório é um balde de água fria na cabeça de Renan e de todos que torceram pela CPI durante todo esse tempo. São mil páginas de delírios e pornografia mental de velhos lobos da política brasileira. Como a CPI não tem poder de indiciar ninguém, apenas de sugerir ao Ministério Público, certamente quase nada prosperará. Se bem usada pelo Governo Federal, pode até servir de munição para a campanha de Bolsonaro para o ano que vem. Afinal, jamais um governo foi tão minuciosamente investigado por tanto tempo e por tanta gente. Se, ainda assim nada de relevante é encontrado, certamente esse é o Governo mais transparente e honesto que já esteve à frente desse país.

A ganância vai derrubar a esquerda. (Mais uma vez)


Quem já jogou futebol na infância conhece uma expressão que era usada com certo desdém por alguns mais habilidosos que os demais: “eu contra rapa”. Esse termo significava que era um contra o resto, contra todos. Durante esses três primeiros anos de governo Bolsonaro, foi isso que vimos no cenário político brasileiro. Foi todo mundo contra Bolsonaro. Todos que discordavam de algo do governo, ou eram de fato oposição declarada desde antes das eleições de 2018, se uniram em uníssono para bradar “fora Bolsonaro”. Acontece que ano que vem teremos novas eleições e bastante coisa vai mudar até lá, além de que algumas coisas nunca mudam: A ganância pelo poder não vai permitir que os opositores se mantenham unidos.

Faltando um ano para as eleições, os bastidores da política nacional começar a ficar cada vez mais aquecidos. É nessa época que as reuniões dos partidos começam a acontecer para definir quem serão os candidatos, quem terá destaque maior para reunir capital político, e outros detalhes menos nobres mais ligados ao poder, como quem organizará os “esquemas”, quem indicara ou será indicado para cargos importantes, normalmente na presidência de estatais, etc. Esse é o modus operandi da esquerda brasileira. Sempre foi, e sempre será. Mas isso leva a discussões calorosas e a uma guerra de egos que certamente causará abalos na oposição. Essa ruptura já começou, com Ciro discutindo com Lula e Dilma nos bastidores e Dória e Leite trocando farpas. A coisa tende só a aumentar.

Em 2018, Bolsonaro conseguiu se manter firme na disputa pela presidência exatamente por esse motivo. A esquerda apresentou diversos candidatos e nenhum deles conseguiu aglutinar votos o suficiente para derrubar o capitão. Essa luta de egos pode ser, mais uma vez, fator fundamental para a continuidade de Bolsonaro na Presidência, que aos trancos e barrancos, mas de maneira muito eficiente, conseguiu reunir uma cúpula de líderes fieis. Não vemos os principais ministros batendo de frente com Bolsonaro, e por mais que existam rusgas e a imprensa tente transformá-las em escândalos, nada tem saído do controle bolsonarista. Mais uma vez a esquerda tomará do seu próprio veneno e amargará mais quatro anos sendo coadjuvante no poder. Assim espero. Assim, será melhor para o Brasil.

terça-feira, 19 de outubro de 2021

Bandido bom é bandido morto?

 



Nesse Domingo uma ação da PM de Maringá foi amplamente registrada e divulgada nas redes sociais. Na situação um veículo é perseguido por várias viaturas até ser fechado ficar sem saída. Aparentemente os bandidos disparam contra os policiais que revidaram prontamente com uma dezena de disparos contra levando os três meliantes a óbito. Tudo testemunhado e filmado por vários cidadãos. A reação do público foi imediata e uma famosa frase logo estava presente na boca da maioria: bandido bom é bandido morto.

É compreensível que a população esteja exausta da situação da criminalidade no país. Muitos não aguentam mais ser vítimas de assaltos ou crimes de toda natureza praticados por bandidos que simplesmente parecem não temer a nada nem a ninguém. O caos urbano tomou proporções incontroláveis e ações do tipo por parte da polícia são amplamente comemoradas pelos cidadãos. Alguns também exigem a liberação das armas e o livre acesso para que possam se defender quando as forças policiais não conseguem faze-lo. Entretanto, quando se trata de uma análise séria sobre o assunto é preciso ter cautela em julgar rapidamente esse tipo de ocorrência. Precisamos nos perguntar primeiro, o que leva pessoas a cometer crimes e os motivos dessas ações estarem se tornando mais numerosas e violentas.

Não é saudável para a sociedade concluir que algumas pessoas simplesmente nascem ruins e escolhem a seu bel prazer seguir o caminho do crime. Existe um contexto, principalmente nas comunidades mais carentes. O crime tem sido, em certa medida, “glamourizado”, e vemos crianças brincando de assaltar seus amiguinhos e poucos deles estão brincando de ser policiais. Isso pode ser motivado pela imprensa, filmes e novelas, mas também pelas expectativas deles que presenciam criminosos levando uma “vida boa” e esbanjando dinheiro oriundo de crimes e do tráfico de drogas. Falta na nossa sociedade a divulgação e valorização de valores conservadores como respeito, ética, moral, honestidade, família, Fé em Deus e companheirismo. Sobra a valorização de individualismo e de como é possível levar vantagem em cima do próximo com alguma malandragem ou até mesmo com alguns delitos. Nossos representantes precisam trabalhar com políticas sociais para recuperar os valores bons da sociedade e divulga-los aos mais jovens. São diversos os caminhos: a educação nas escolas; pratica de esportes; acompanhamento para entender o que essas crianças estão pensando e sentindo; palestras, livros e filmes para educa-los. Outro fator determinante para o crescimento da criminalidade é a clara impunidade no nosso sistema legal, onde bandidos ficam pouco tempo presos ou são liberados para saidinhas de feriados. São muitos direitos para os bandidos e poucos direitos para as vítimas. Se não existe uma punição seria e exemplar para criminosos, outros ficarão tentados a se desviar da lei achando que o crime compensa.

Quando tudo dá errado, o crime cometido, e ainda um policial é alvejado durante a fuga dos criminosos, como aconteceu em Maringá, não existe mais muito a ser feito, e a PM foi perfeita na sua ação. Com tantas falhas no sistema e na sociedade, é de se comemorar que bandidos sejam definitivamente impedidos de cometer crimes. É triste que tenhamos chegado tão longe e a uma percepção tão cruel por parte da população. É triste que muitos queiram comprar armas e fazer justiça com as próprias mãos ou procurem alguma chance de se defender. Mas é o que temos hoje e, a depender do interesse dos nossos políticos no assunto, será assim por um bom tempo, e para muitos, continuará sendo uma verdade: Bandido bom, é bandido morto!

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Blitz na rua Paranaguá

 


Durante essa semana, algo curioso chamou a atenção das pessoas que passam pela rua Paranaguá ou frequentam os comércios daquela região. Durante todos os dias, no mesmo horário, ocorreram blitz da polícia nas proximidades ao cruzamento com a rua Piauí e Pará. Uma ação tão insistente e repetitiva, que claramente prejudica o comercio de bares da região, faz levantar questionamento sobre a necessidade e as motivações. É também uma oportunidade para se analisar como os longos braços do Estado podem prejudicar alguns e privilegiar outros, de maneira bastante seletiva.

Há algumas semanas, um grupo de moradores da região organizou um abaixo-assinado contra a atividade dos bares. Esses moradores reclamam da recorrente atividade noturna, cercada por barulhos, música, conversa alta e grande movimentação de veículos. Por coincidência ou não, alguns dias depois, houve essa ação ostensiva, com objetivos que ainda desconhecidos, mas que claramente vem de encontro com a demanda dos moradores. Por se tratar de uma região central, a demanda dos moradores é frágil, pois a rua Paranaguá é famosa pela concentração de comércios noturnos há tempos. Entretanto, estão claramente no seu direito de se manifestar. A questão é que, na falta de mecanismos legais para alcançar seu objetivo, parecem estar contando com uma “mãozinha” das autoridades.

É preciso deixar claro que a atividade dos bares da região não é nem de perto criminosa ou ilegal. É uma atividade honesta e que demanda muito esforço e investimento, além de gerar uma grande quantidade de empregos. Os bares são a porta de entrada de muitos jovens no mercado de trabalho, e provém a oportunidade de uma receita extra para aqueles que precisam. Para se trabalhar no atendimento de um bar, não são necessários requisitos muito abrangentes e é uma ótima oportunidade para jovens no começo da carreira. Esse setor é ainda um grande polo comercial na cidade de Londrina, que por ser uma cidade universitária, tem grande demanda por estabelecimentos desse nicho. Ou seja, os bares são importantes e grandes geradores de receita e empregos para a cidade.

A ação localizada e calculada pode colocar fim a vários comércios da região, que verão o movimento cair, e com os custos altos, sofrerão um grande baque (mais um) no seu fluxo e caixa. Os alugueis são caros e a mão de obra numerosa, portanto, uma semana de interferência pode sim custar a vida de um comercio nesse setor. Não custa lembrar que é um dos setores que foi mais afetado durante a pandemia. É uma ação da polícia seletiva e injusta, pois todas as outras regiões com bares na cidade estão atuando tranquilamente. E aqui, vemos como a atuação do Estado pode prejudicar alguns e privilegiar outros.

Espero, realmente, que existam outros objetivos nas recorrentes blitz na região e que não seja algo calculado. Mas ao que tudo indica, o objetivo é claramente o de minar os comércios a expulsá-los para dar “paz” aos moradores. Se você é da região, antes de apoiar tal ação, tente ver a situação com os olhos dos empresários e trabalhadores da região que terão que arcar com prejuízos e com seus empregos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

O Capitalismo e o livre mercado

 


O capitalismo é, sem sombra de dúvidas, a maior revolução econômica da história da nossa civilização. Ele permitiu a geração de riquezas, aumento de renda, expansão e aumento da população e desenvolvimento tecnológico que trouxe o mundo à sua situação atual, onde temos acesso a um conjunto de regalias e conforto jamais visto na história. O capitalismo também é responsável pelo crescimento da desigualdade social, mas ao contrário do que tentam colocar na sua cabeça, esse também é um ponto positivo do capitalismo, pois antes dele, toda a população era igualmente miserável, vivendo da caça, pesca e pequenas trocas de bens, sem nunca ter possibilidade alguma de ascensão social, uma vez que apenas as famílias tradicionais da aristocracia tinham condições de ter uma vida tranquila e confortável.  Entretanto, nos últimos cinquenta anos (talvez mais), o capitalismo vem passando por uma série de transformações impulsionadas pelas regulações estatais que o prostituem como ideal de geração de riquezas e troca justa de valores para se tornar um sistema de castas e privilégios, permitindo que existam no mundo corporações gigantescas, monopólios, oligopólios e pouca concorrência nos mercados, que é a base e o motor do progresso e desenvolvimento das sociedades capitalistas.

O livre mercado, que permitiria ampla concorrência e dificultaria a existência de grandes corporações, vem sendo dinamitado pela influência estatal e minado o desenvolvimento das pequenas empresas. Com o crescimento da burocracia, criação massiva de leis, regulamentações e engessamento das livres relações contratuais e de negociação, o mercado se torna um ambiente inóspito para pequenos empreendedores, que não tem capital para enfrentar o aparato burocrático. Esse contexto é um prato cheio para grandes players que possuem um robusto sistema jurídico e organizacional e, com os pequenos enfrentando dificuldades, tem o caminho livre para dominar o mercado, comprando as empresas menores e inovadoras, estabelecendo monopólios e controle da economia. Por esse motivo, apesar de parecer contraproducente, a influência exercida pelo estado nas relações comerciais é muito interessante para as grandes corporações. Um exemplo claro dessa influência, foi a recente ocupação de mercado exercida pelas empresas UBER e IFOOD no país. Ainda no início da implantação desses serviços houve um grande debate sobre os direitos trabalhistas dos motoristas e usuários do sistema. Essa nova variável, apesar de aparentar um grande golpe para o modelo de negócios, na verdade serviu como obstáculo para o desenvolvimento de novas startups nesse segmento, que poderiam se aproveitar da revolução no setor e estabelecer seus mercados. O risco era grande demais para investir, pois um passivo trabalhista dessa magnitude inviabilizaria o projeto e a insegurança jurídica era alta. Pouco tempo depois, curiosamente após as duas grandes corporações dominarem seus mercados criando seus monopólios, essa polêmica foi enterrada, e não se fala mais nesse tema – ao menos não na grande mídia. Mas agora é tarde demais para alguma empresa pequena conseguir capacidade estrutural para concorrer com as gigantes.

Esses dois exemplos servem para ilustrar a situação como um todo, mas também temos a influência das grandes corporações na legislação nacional, como a taxação de dividendos. Mais uma vez, algo que pode parecer muito danoso para eles, serve na verdade como obstáculo para os menores, que terão maior dificuldade para estabelecer uma concorrência nos mercados. Como sabemos, sem concorrência fica muito mais fácil de estabelecer preços de mercado e ditar os rumos econômicos de qualquer setor. Esse controle exercido pelas grandes corporações também já atingiu o desenvolvimento de novas tecnologias no mundo, com a compra de patentes, ou ataques a inovações que gerariam produtos substitutos aos mercados já estabelecidos. Portanto, é necessário clarear esse ambiente e mostrar como as coisas realmente são e as consequências de algumas estratégias econômicas e políticas. É muito comum ver algumas pessoas defendendo maior regulamentação estatal, taxação de grandes fortunas e dividendos ou leis trabalhistas e ambientais mais rígidas e ao mesmo tempo fazendo campanha contra grandes corporações capitalistas e até mesmo contra o próprio capitalismo. Lamento informar, mas essa posição é contraditória e boa parte das bandeiras que essas pessoas defendem, servem, na verdade, como proteção para esses grandes “vilões capitalistas”. Por hora, apenas uma conclusão: somente o livre mercado salva o capitalismo.

 


segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Foi ainda melhor!

 



Nesse domingo, dia 12, aconteceram as “grandiosas” manifestações contra o governo Bolsonaro. Foi um fiasco. Quase ninguém tomou a decisão de ir às ruas e se manifestar pelo impeachment do Presidente. Os protestos foram ocupados basicamente por assessores, militantes dos partidos envolvidos e curiosos. Um golpe maior ainda no evento foi dado pelo PT e pela extrema esquerda que, espertos que são, previram a pouca adesão popular e pularam fora do barco enquanto havia tempo. O que se viu foi alguns grupos de pessoas assistindo discursos desesperados de políticos que tentam se colocar como terceira opção para as eleições do ano que vem. Ficou provado: nenhum deles tem capacidade e apelo popular para bater de frente com as outras duas vertentes. Ficou provado também que as pesquisas de intenções de votos são falaciosas e que a tal rejeição dita que o governo enfrenta é só mais um delírio da oposição. Foi muito bom para o governo!

O passo dado por Bolsonaro no meio da semana, a carta, foi certamente um dos principais ingredientes para o fracasso das manifestações. Esse sim foi um golpe do governo. Com um passo atrás e uma abertura para o diálogo, Bolsonaro golpeou seus opositores mostrando que há esperança de dias mais tranquilos e que o Presidente pode ser qualquer coisa, menos golpista. Ficou notável o sentimento de frustração do MBL com a baixa adesão e muitos partiram para agressões verbais contra a população, como se ela tivesse a obrigação de segui-los nos seus planos utópicos e caóticos.

Nesse momento o PT prepara a sua própria manifestação, no próximo final de semana. Essa sim deve ter uma adesão maior, pois o partido ainda conta com o aparato criado por décadas de investimentos em militância, sindicatos e movimentos “sociais”. Será uma bela amostra de quem são “eles”. Devemos ver os absurdos e barbaridades que essa turma sempre apronta, tentando chocar, agredir e destruir. Entretanto nada é certo mais, e podemos ver um novo fiasco nas ruas.

Cada vez fica mais fácil ver quem está preocupado com a melhora e evolução do país e quem está simplesmente olhando para projetos de poder e cargos remunerados. A população brasileira, o grosso dela, quer apenas tocar sua vida, sem ser escrachada pelos entes públicos e instituições. Não dá para sonhar com soluções em poucos dias de problemas que vem se construindo a décadas. Precisamos de estabilidade para recuperar o país da crise econômica, do baque da COVID19 e dos desmandos do PT. Vamos com calma, vamos em frente e não vamos parar. 


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

A esquerda odiou!

 



Jair Messias Bolsonaro: você pode odiá-lo ou amá-lo, mas não pode negar que é um político, no mínimo, incomum. O homem é fora da caixa, ou talvez seja simplesmente do contra, e mais uma vez tirou uma carta da manga inesperada por todos. No momento em que ele teve ao seu dispor a maior manifestação de apoio ao seu governo, talvez de qualquer governo desse país, e em um momento que todos esperavam uma ação enérgica e até na base da força, ele simplesmente decidiu apaziguar os ânimos e abrir uma via de diálogo com seus inimigos declarados.

Até ontem, existiam dois grupos que gostariam de uma ação forte do Presidente: seus apoiadores mais fervorosos e a extrema esquerda. Os primeiros, por achar que só assim se chegaria ao fim de um sistema de poder que domina o país e as instituições, os opositores, por terem a certeza de que, quanto mais extremo o Presidente fosse, mais seu capital político aumentaria. Somente com um fantasma em quem bater é que a esquerda teria alguma chance nas eleições do ano que vem. Lula precisa de um Bolsonaro extremista para justificar sua volta ao poder, e agora, pelo menos hoje, não tem mais esse coringa disponível. Podem fazer o maior malabarismo intelectual, mas não podemos chamar Bolsonaro de golpista, hoje. Alguém que nos seus discursos, pede pelo respeito à constituição e dá o primeiro passo para o diálogo entre os poderes, não pode ser golpista.

Essa nova e surpreendente ação, uma carta se retratando pelos excessos, não há de ter saído de graça. Certamente muita conversa houve nesse meio tempo e deveremos ver novidades nos próximos dias, que, talvez, mudem todo o cenário. Simplesmente não faz sentido algum, após as manifestações do dia 07 de Setembro, Bolsonaro recuar totalmente e se entregar de mãos beijadas aos opositores. Entretanto, é inconcebível para a realidade do país um presidente abrir guerra em tantas frentes ao mesmo tempo. Não dá pra brigar com o STF inteiro, e por conseqüência com os deputados e senadores, pois esses jamais apoiariam um golpe em qualquer poder. A única solução seria um golpe generalizado, e convenhamos, esse tipo de golpe só é possível de existir em países com sua estrutura democrática e econômica em níveis de formação. Em países mais estruturados, onde já existe um robusto setor de conglomerados empresariais, bancário e de produção, não há espaço para golpes como alguns sonhavam. Ninguém quer pagar o preço dos efeitos colaterais danosos de uma situação assim. Nem Bolsonaro.

Realmente foi uma carta inesperada e surpreendente. E, para o curto prazo do país, certamente foi a melhor escolha. Ao se analisar o risco de negociar com o sistema, não há como negar: é extremamente temeroso politicamente. Essa mesa de negociação é suja e ardilosa. Provavelmente, Bolsonaro acaba de abrir mão dos seus planos de reeleição e tentará terminar seu mandato com capacidade de indicar um sucessor. Esse novo cenário abre, agora sim, chances para uma terceira via, com muitas possibilidades de ser alguém do centro. Para o país, pode ser uma boa alternativa. De qualquer maneira, se Bolsonaro se mantiver com essa postura, estará salvado a nação da volta da esquerda ao poder. E só isso, somente isso, já é um ato de heroísmo digno de elogios. O centro, apesar de ser formado pelos políticos que tem mais apetite pelo poder, não é tão insensato como os esquerdistas, pois eles sabem que para ter paz política, é preciso um país estável e próspero. Muito ao contrário da esquerda, que leva o povo à miséria para depois escravizá-lo. Sejam quais forem os acontecimentos das próximas semanas, uma coisa é certa: ficou tudo muito interessante! De qualquer maneira, se a esquerda está nervosa com o que o presidente fez, é sinal de que vai ser bom para todo o povo brasileiro.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Por que essa revolta?

 


Hoje, vejo muitas pessoas inconformadas com a polarização política no país. Muitos nos questionam que essa guerra é uma criação do governo atual, e que isso só vai trazer mais crise e inflação e desemprego para todos. Pedem que busquemos a convergência de opiniões e o arrefecimento dos ânimos para evitar o pior. Entretanto, é necessário fazer uma breve recapitulação das duas últimas décadas para tentar entender o contexto dessa situação. Para entender MESMO seria necessário fazer isso com as últimas 6 décadas, mas duas bastam aqui.

Vamos lembrar que esse é um fenômeno novo no país. Quando Lula foi eleito, isso não existia. Não havia um grupo de conservadores fazendo passeatas e manifestações contra o PT. Na verdade, muitos deles, inclusive, votaram no Lula. É um reflexo do domínio cultural e institucional longamente planejado pela esquerda, que culminou em formadores de opinião adeptos ao governo petista. Os conservadores, apesar de maioria, estavam sonolentos e cuidando das suas vidas, das suas empresas, dos seus empregos e das suas famílias. Nós só queríamos continuar fazendo isso e, se possível, jamais se envolver com política. Portanto, Lula governou tranquilo e em um cenário extremamente positivo para fazer política.

Entretanto, as coisas começaram a se desenrolar e vimos que não poderiam acabar bem. Rapidamente os escândalos de corrupção começaram a aparecer. Primeiro o mensalão, depois deputados presos com dólares na cueca. Aí, o aparato do estado começou a crescer a sufocar esses conservadores com impostos, legislação abusiva, controle estatal e mais corrupção. Os sindicatos começaram a dominar o país e as ações trabalhistas se tornaram regra. Pequenos empresários se viram muitas vezes sendo extorquidos por fiscais corruptos ou sendo obrigados a fazer acordos trabalhistas sem ter havido qualquer irregularidade, simplesmente porque o sistema era assim. Quando a crise começou a aumentar, vimos políticos reajustando seus salários, políticos de carreira votando em mais benefícios para si próprios. Enquanto o povo amargurava na fila do desemprego, ou empresários sofriam para conseguir crédito, via-se notícias de que o BNDES, ao invés de investir no país, emprestava dinheiro para Cuba, Venezuela e países amigos do governo. Os juros foram às alturas e qualidade de vida foi caindo cada dia mais. Os pais notaram que a educação dos seus filhos já não era a mesma e os cristãos viram sua fé ser atacada com militantes enfiando crucifixos - o maior símbolo da sua fé - no orifício anal. Vimos a liberdade individual começar a ser atacada, o crescimento do politicamente correto tomar conta do cotidiano e, de repente, tínhamos que pensar duas ou três vezes antes de dizer qualquer frase em público. Vimos artistas consagrados arrecadando milhões em verbas públicas ao mesmo tempo que pequenos projetos eram ignorados. Vimos a criminalidade aumentar, junto com os homicídios e com a impunidade. Vimos políticos condenados saírem impunes e voltar ao poder. E foi assim, nessa sequência de acontecimentos que os conservadores começaram a dizer: OPA!!! AÍ JÁ É DEMAIS, NÉ? Quando, aos poucos as pessoas começaram a se questionar, surgiu uma mídia independente que aflorou ainda mais essa visão. Canais como o Terça Livre ou o Brasil Paralelo trouxeram informações que não se via na grande mídia. E, ainda que aos trancos e barrancos, essas pessoas perceberam que havia uma visão alternativa dos fatos e até mesmo da história do país. E o que aconteceu? Esses canais começaram a ser sufocados pelo estado e seu direito de expressão cerceado através de abusos legais. Alguns foram presos. Alguns ainda estão presos!!!

Foi essa sequência de acontecimentos que nos trouxe até aqui. É isso que estimula pessoas comuns a arriscarem seu bem-estar parar lutar por algo que acreditam. É isso que os faz sair de casa.  O movimento conservador não tem estrutura alguma. É formado por jornalistas independentes, por tias do zap, e pessoas sem nenhum aparato financeiro. Isso até prejudica, pois não há uma centralização, um projeto ou objetivos claros, como há na esquerda. Por vezes essas pessoas acabam compartilhando notícias falsas, não por maldade, mais por puro desconhecimento, e isso acaba prejudicando a causa como um todo. E vai continuar acontecendo porque são pessoas simples, comuns que querem apenas voltar a viver suas vidas sem ser escravizadas pelo estado. Essa luta vai continuar, mas nunca podemos nos esquecer porque começou. Quem acordou essas pessoas foi a esquerda, com sua política corrupta e utópica. E vai demorar muito para voltarmos a dormir.

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

E agora?

 


Tivemos nesse dia 07 de setembro uma das maiores manifestações populares que esse país já viu. Goste ou não, é impossível lutar contra as imagens. Foram milhões de pessoas às ruas expressar seu descontentamento acumulado de anos ou décadas com um sistema corrupto e imoral que governa o país. Se engana quem pensa que as manifestações foram somente de apoio ao Presidente Bolsonaro. Mas, de uma maneira que não poderia ser diferente, é na personalidade dele que essas pessoas acabaram por depositar suas esperanças. À sua maneira, Bolsonaro se personificou numa capa de herói e grande parte da população acreditou nesse ideal e faz um grande esforço para demonstrar isso. Até onde isso é verdade? Só o tempo dirá. Bolsonaro não é um novato na política, e tem rusgas no seu passado político que deixam sua imagem exposta. Entretanto foi quem aceitou o desafio bater de frente com esse sistema e desafiá-lo. Algo que ninguém teve coragem até então. Até mesmo Lula, que prometia faze-lo, se entregou de bandeja e acabou comprando o direito de governar e criar seu projeto de perpetuação no poder, o que sabemos, não deu muito certo. Mas e agora? Quais serão as próximas jogadas e o que o futuro nos reserva? Não adianta ser fantasioso nesse momento: num curto prazo, a turbulência será grande e nada de bom acontecerá para a população. No médio e longo prazo, os próximos meses dirão se vamos rumar para a liberdade ou para a “venezuelização”. Explicarei a seguir:

Hoje, exatamente hoje, dia 08 de setembro, é o dia do governo Bolsonaro em que ele possui maior força política. Essa força não vem dos seus aliados ou grupos criados na câmara ou no senado, mas da força que as manifestações de ontem mostraram. Por mais que muitos neguem, todos viram o povo se posicionando, e, por mais que se façam de cegos, os políticos não o são. Então, caso Bolsonaro queira ter uma sobrevida política e ter chances de continuar no poder, ele precisa agir com rapidez e eficiência. As demandas apresentadas nas manifestações precisam caminhar, e o país precisa voltar aos trilhos. Para isso, o Presidente precisa ser cirúrgico. Uma ruptura muito brusca com os demais poderes jogará o país num caos econômico e grande instabilidade jurídica (maior ainda?). Nenhum dos outros players do poder abrirá mão dos privilégios sem lutar. Portanto, Bolsonaro precisa escolher rápido quem são os principais alvos e ataca-los com força e determinação, ao mesmo tempo que faz alianças com os demais para não ser engolido ou até assassinado. A primeira opção foi dar mais tempo aos poderes para se organizarem, e isso foi uma sábia jogada. Afinal, já dizia Sun Tzu em “A Arte da Guerra”: “Numa batalha, não encurrale o inimigo. Deixe sempre uma saída. Senão, não restará outra alternativa a não ser lutar pela própria vida. Então, cada soldado inimigo valerá por dez dos seus.”. É hora dos ministros do STF entenderem que boa parte dos seus pares está corrompida e agir para que a instituição se mantenha, ou será o fim desse poder, que deverá ser refundado, com novas regras para evitar indicações políticas e privilegiar o conhecimento jurídico e o histórico profissional. Caso Bolsonaro perca tempo demais protelando suas ações mais urgentes, veremos esse clamor popular esfriar e a população não o verá mais como representante legítimo das suas demandas. Esse será o fim do seu mandato e veremos um novo processo de impeachment acontecer, mais rápido e mais cruel para o país que os dois anteriores, ou teremos um ano de 2022 sem vida, apenas aguardando o resultado das eleições, que já saberemos com antecedência: a derrota de Bolsonaro e o fim da sua carreira política.

Nos dois cenários apresentados, como dito, nada de bom haverá para a população. A economia continuará patinando, o desemprego vai aumentar e não veremos horizonte seguro nos próximos meses. Se Bolsonaro vencer, e se ele diz a verdade nos seus pronunciamentos, poderemos almejar um país livre, produtivo e em crescimento nos próximos anos. Poderemos sonhar com liberdade de expressão, fomento do empreendedorismo, criação de empregos e aumento da renda. Caso Bolsonaro seja derrotado, veremos a volta da esquerda, o retorno dos projetos utópicos que levarão o país a mais décadas perdidas, crescimento da máquina pública, corrupção generalizada, fome, desemprego e um processo de "venezuelização" acelerado. E não se iludam! Hoje, não há terceira opção. Não há terceira via.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Eis a Democracia

 


Enfim, após muita discussão, engajamento popular, manifestações, e até apoio pessoal e insistente por parte do próprio Presidente da República, ontem esteve nas mãos dos deputados o projeto sobre a melhoria do sistema de votação eletrônica no país. E ele foi enterrado, praticamente sem chances de voltar a ser discutido num curto prazo. Não adianta, agora, reclamar, discutir, chorar. Foi um processo democrático, que respeitou o nosso sistema republicano e essa foi a decisão. Fim! Espero, inclusive, que esse seja o posicionamento do Presidente Jair Bolsonaro a partir de agora.

Mas, como em toda grande derrota, ficam lições valiosas que servirão de aprendizado. A primeira lição é de que vivemos numa democracia, e ela deve ser defendida com todas as forças. É o melhor sistema de governo até que se prove o contrário (cuidado com o que vocês pedem bradando EU AUTORIZO). A nossa, particularmente, não funciona da maneira ideal, mas isso não é culpa do sistema em si, e sim das pessoas que são eleitas para representar a população. Esse fato leva a segunda grande lição: preste bem atenção nos deputados que prometeram algo na campanha e mudaram de posição na última hora. Muitos eram a favor da implementação do voto impresso e mudaram de opinião pura e simplesmente porque, caso o projeto fosse aprovado, significaria uma grande vitória ao Presidente. Sendo assim, esses deputados abdicaram de suas posições e promessas em prol de interesses políticos. Creio que, sendo assim, não são os melhores representantes para tratar dos interesses da população. A terceira lição é sobre quem realmente manda no país: A câmara dos deputados e o STF. O cargo de Presidente fica cada vez mais vazio e Bolsonaro praticamente não tem ferramentas para agir no legislativo, o que, se pensarmos um pouco, faz muito sentido. Portando, se queremos um país melhor, é na Câmara de Deputados que devemos ficar de olho, pois eles, em colegiado, tem poderes quase que absolutos. Mais um grande motivo para que todos que se preocupam com o futuro da nação, foquem seus esforços para a continuidade da renovação da casa. Sobre o STF, é melhor não escrever nada para esse texto não ser censurado. Mas já deu pra ter uma idéia do tamanho do poder dos ministros, né?

Sobre o sistema de votação em si, não existe muito mais o que fazer. A eleição será nas urnas eletrônicas ultrapassadas e sem impressão de voto que permita auditorias dos resultados. Entretanto, é certo que não serão eleições comuns e a população estará atenta para fraudes. Só isso já é uma grande vitória. Creio que para melhorar ainda mais a situação, seria importante a iniciativa privada investir em levantamentos e pesquisas de intenção de votos antes e no dia da eleição (boca de urna). Ainda desconheço como a legislação trata esse assunto, mas é um fato que os institutos de pesquisa perderam completamente a credibilidade e somente uma ação privada pode nos dar uma base para analisar se os resultados apurados convém com a realidade. É importante, inclusive, que sejam feitos levantamentos sobre intenção de votos para deputados, pois, se existe de fato alguma chance de fraude, ela não será para a Presidência da República, e sim para a câmara de deputados, que, como já dito, são quem realmente manda no país.


quarta-feira, 21 de julho de 2021

Urna Eletrônica: Uma questão de evolução

 


O debate acerca da inclusão do processo de impressão dos votos segue acalorado nas redes sociais e entre políticos e formadores de opinião. As eleições de 2022 se aproximam e o tempo fica cada vez mais curto para que uma decisão seja tomada a tempo. E algumas perguntas seguem sem respostas: Por que devemos implementar esse recurso? O investimento valeria a pena? Existe fraude no nosso sistema atual?

É importante se ater ao fato de que a urna eletrônica, criada na década de 90, passou por uma série de melhorias e evoluções nessas três décadas. A urna que o Brasil utiliza é a da primeira geração, e já existem outras duas gerações de urnas disponíveis no mercado. A questão é que as urnas evoluíram para oferecer a possibilidade de impressão de votos – entre outras medidas de segurança –, uma vez que diversas nações se recusaram a implantar o sistema exatamente porque sentiram nele ausência da segurança necessária no processo. A Alemanha, inclusive, declarou a urna eletrônica de primeira geração inconstitucional no país, por não atender o Princípio da Publicidade no processo eleitoral, isto é, por não permitir ao eleitor conferir o destino do seu voto sem precisar de conhecimento técnico especializado. Portanto, implantar essa melhoria, hoje, se justifica pelo fato de que nosso sistema de votação está claramente obsoleto, e, uma vez que é a única opção de votação para o povo brasileiro é de se entender que se mantenha a busca pelo sistema mais eficiente e confiável.

Sobre a existência de fraudes no sistema eleitoral brasileiro, é preciso aceitar que não existem provas palpáveis o suficiente para apontá-lo como inseguro. Inclusive, profissionais que trabalham na linha de frente da organização das eleições são taxativos ao defender a segurança do modelo atual. O que sobram são quase que teorias da conspiração, onde se põe em dúvida as esferas mais altas na organização estatal, que poderiam adulterar o resultado dos votos. Somente isso, claramente é insuficiente para bancar uma posição acusatória contra o TSE ou até o STF. Entretanto, o simples fato de existir uma crescente dúvida popular já deveria bastar para que o país busque deixar o processo mais transparente e confiável, através de esclarecimentos convincentes à população ou de melhoria do sistema. Não é necessário dizer aqui, que palavras não bastam.

São muitos os desafios que vem junto com a implantação do voto impresso. A logística teria que ser aprimorada e o aparato de segurança aumentado, e este também é mais um problema a ser resolvido. E problemas significam aumento de verbas. Mas, mais uma vez: Todo esforço no sentido de oferecer transparência no nosso principal símbolo da democracia deve ser feito. Portanto, a questão da melhoria sistema eleitoral não pode ser baseada apenas na opinião ou torcida pelo político A ou B. A luta principal é pela transparência no sistema e garantia da confiança popular nos resultados aferidos. Caso ela não exista, não temos motivos para ter eleições.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

Brasil, o país da malandragem.

 


“O brasil é um país do futuro”. A expressão criada por Stefan Zweig, judeu alemão radicado no RJ para fugir do nazismo na década de 40, se tornou popular no país e, com razão, trazia junto dela grande otimismo para o futuro da nação. Afinal, o Brasil é um país continental, com um povo trabalhador e com condições climáticas e geográficas que propiciam possibilidades infinitas de produção e progresso. Mas passadas sete décadas desde então, o Brasil continua a ser o país do futuro, e talvez esse futuro nunca chegue. Esse mesmo povo trabalhador, que na década de 70, tinha no ensino fundamental disciplinas como Latim, Técnicas Comerciais, Educação Moral e Cívica, além de aprender equações complexas de matemática, hoje chega ao fim do ensino médio (alguns do ensino superior) sem saber sequer operações matemáticas básicas, assim como não conseguem interpretar um texto simples. Durante esse tempo, o povo brasileiro passou por um processo de idiotização com a escola “Paulofreiriana” e viu a produtividade, salários e poder de compra, se estagnarem durante os anos. Mais que isso, nosso povo foi apresentado à cultura da malandragem, do jeitinho brasileiro, da corrupção e da impunidade. O brasileiro não tem hoje nenhuma confiança nas suas instituições e nos seus representantes e o país está à deriva num mar cheio de tubarões, num navio sem capitão.

Hoje o brasil é o país da malandragem, onde fazer o errado acaba sendo premiado. É mais vantajoso ser esperto por aqui. Empregados procuram jeitinhos para dobrar seus patrões porque a lei os protege, e o os patrões “espertos”, também procuram brechas para prejudicar seus empregados, porque, pasmem, a lei também os protege, se forem espertos o suficiente. O Brasil é o país do esquema, do “toma lá dá cá”, onde as pessoas só fazem algo pensando no que vão ganhar com isso. É o país que impõe dificuldades para vender facilidades, em que fiscais do Estado vão procurar incansavelmente um motivo para arrancar uma propina do cidadão. O Brasil é o país da corrupção, onde quem rouba milhões dos cofres do estado fica tranquilo atrás do aparato jurídico muito bem pago e do jogo das instâncias. Políticos por aqui, podem até assassinar pessoas que continuam desfilando pelos corredores das casas legislativas. O Brasil é o país que o poder judiciário assume a vez do poder executivo e legislativo, praticamente tomando todo o poder para si, e que os juízes são praticamente deuses na terra e ninguém os detém.

O povo brasileiro assiste tudo isso incrédulo, mas sem deixar de perceber que a impunidade reina por aqui. E num país onde não existe punição, por que seguir as leis? Só idiotas fariam isso! E assim esse povo segue se tornando mais corrupto e mais malandro. Nenhum país nessas condições pode almejar o título de “pais do futuro”. Nunca será! Até poucos anos atrás, nosso principal problema era econômico. Com algumas reformas que levassem ao aumento de produtividade e competitividade, nosso país poderia deslanchar e alcançar benefícios incríveis para toda a população, mas hoje, nosso principal problema começa a ser outro: o caráter do seu povo. Se as condições não mudarem rapidamente, o nível de corrupção, esperteza e malandragem do povo brasileiro vai aumentar consideravelmente. E quem não aprender e aceitar e as regras do jogo, não terá vez por aqui.

quarta-feira, 31 de março de 2021

Olavo tinha razão!

 


Em 2018, com Bolsonaro vencendo as eleições para presidente, e com vários políticos novos que se diziam conservadores, a direita brasileira ficou em polvorosa. Após 30 anos da nova constituição, seria a primeira vez que o Brasil teria um governo, de fato de direita. Melhor ainda, seria o fim da hegemonia da esquerda e o do seu principal partido, o PT. A nova gestão prometia o fim do esquema político brasileiro baseado na troca de favores e corrupção generalizada, além de grandes reformas no sistema político, econômico e legislativo do país. Os conservadores também prometiam dar um fim à agenda ideológica implantada pela esquerda, que dominou as instituições brasileiras formando uma base sólida e quase intransponível. À parte disso, apesar de compartilhar de boa parte do otimismo, o filósofo Olavo de Carvalho, não se mostrava tão otimista quanto a essas pautas, e alertava diariamente sobre as fragilidades do governo e dos desafios que iria enfrentar.

Olavo dizia que a vitória nas eleições era extremamente prematura e inesperada, e que sem uma base sólida e um projeto a longo prazo, o Governo poderia se perder rapidamente caso não tomasse medidas urgentes para se organizar. Para isso, sempre mostrava como a esquerda brasileira se preparou por mais de 40 anos para assumir o poder. Foi um trabalho longo, de formação das bases e com claros objetivos a longo prazo. A direita, recém-eleita, tinha apenas um amontoado de políticos, muitos no primeiro mandato e que pouco ou nada conheciam das entranhas do poder e das burocracias do governo. Além disso, muitos desses políticos poderiam mostrar a verdadeira cara rapidamente e se virar contra o governo, passando a ser oposição. Olavo tinha razão, e quase tudo que previu, aconteceu.

Sem uma base sólida o governo Bolsonaro nunca teve a tal governabilidade para tomar decisões e colocar pautas importantes em votação. Desde o início foi travado pelo poder legislativo e judiciário, e hoje, são esses dois que comandam o país. A base dita conservadora se dissipou e cada um luta apenas pelos seus próprios interesses, e a onda otimista de direita perdeu boa parte da força e apoio popular com as constantes denúncias de desmandos do passado da cúpula do poder, em principal, da família do Presidente. Olavo também sempre alertou que, mais importante que o cargo de presidente para a direita, seria ter sob sua influência, ao menos um grande editorial de jornal, pois somente assim poderia refutar o bombardeio que seria feito pela mídia. Os ataques vieram, e nunca existiu um contraponto à altura. Pior, o governo fez o que prometeu, cortando as milionárias verbas que historicamente sempre compraram os noticiários, e assim ganhou um inimigo poderoso.

A pandemia do Coronavírus veio e contribuiu ainda mais para minar o governo, que hoje agoniza com quase nenhum poder de decisão sobre os rumos do país. Bolsonaro se segura fazendo alianças com todos, e tentando brecar os ministros do STF, o que tem se mostrado em vão. O país se encontra numa situação muito parecida com o que era o governo Dilma nos seus últimos meses, sem expectativas e sem esperança. Olavo chegou ainda a dizer o que seria necessário para a direita brasileira fazer frente a esquerda e assim conseguir governar o país: um longo trabalho de formação e educação das pessoas, mostrando a verdade e os fatos; Formação de base popular de apoio; Projeto onde os principais personagens se mantivessem fiéis e alinhados aos objetivos; Controle ou ao menos influência sobre as instituições e a mídia; Aparato jurídico de enfrentamento das calúnias e mentiras disseminadas pela oposição; Clara e constante comunicação com a população para que os fatos fossem esclarecidos e divulgados. A esquerda, à sua maneira, fez tudo isso. A direita, não!


sexta-feira, 5 de março de 2021

Os números não mentem. A mídia sim!

Fonte: Portal das Transparência - Registro Civil.

Neste mês de março, completamos pouco mais de um ano da chamada Pandemia do COVID 19. O que vimos nesse período foi um completo caos mundial, com países restringindo as liberdades da população, fechando empresas, e obrigando pessoas a ficar trancadas em casa. Muito disso foi sustentado com o argumento da gravidade e letalidade da doença. No Brasil, um youtuber e blogueiro foi alçado ao status de especialista no assunto e sua previsão de “1 milhão de mortos até Agosto de 2020” foi utilizada amplamente pela mídia para convencer a população a aceitar todos os abusos que viriam a seguir, afinal, se esses números realmente se confirmassem, um verdadeiro massacre aconteceria. Com a chegada de 2021, e com os números do ano anterior à disposição, a verdade vai aparecendo, e o mais grave: fica cada vez mais claro que o número de vítimas relacionadas à COVID 19 pode ter sido inflado propositalmente, com objetivo de manter a população alarmada e derrubar governos com viés conservador, como nos EUA e no Brasil, curiosamente, os países mais “afetados” pela pandemia.

Para se ter uma ideia do panorama geral, é preciso buscar informações que estão cada vez mais difíceis de se encontrar, mas não impossível – ainda. Uma análise pode ser feita se comparando a evolução do número de óbitos total no país nos últimos anos. A primeira coisa a se notar é que, historicamente, o número de óbitos sempre aumenta de um ano para o outro. Essa é uma tendência, visto que a população está mais numerosa e envelhecendo. Outro detalhe é que a variação do número de óbitos apresenta picos em determinados anos. No caso dos últimos 5 anos, isso aconteceu ano sim, ano não – e provavelmente aconteceria novamente. A verdade é que para o ano de 2020 já deveria ser esperado um número de óbitos bem próximo do que aconteceu. Ora, se temos uma pandemia que vitimou 196 mil pessoas somente ano passado como dizem os números informados pela mídia, era de se esperar os 1.262.079 óbitos de 2019, acrescido da já esperada variação anual, que tem uma média de 8,84% nos últimos anos, mais os quase 200 mil originados pela pandemia, um número final que deveria ser de aproximadamente 1.570.000 mil óbitos no país. Entretanto, o que vemos é uma curva natural na evolução, com uma pequena anomalia, mas nada que justifique a caos que o país se encontra. Nem sequer o aumento simples de 2019 para 2020 (188.695) atinge o valor de 196 mil óbitos informados. Ou seja: algo de muito errado existe nesses números, ou estamos vendo um caso único de mudança de uma tendência sem motivo algum.

Ainda é preciso considerar que milhares de pessoas no país ficaram sem receber tratamento ou acompanhamento ideal por doenças, como o câncer, vindo a falecer, e outras milhares podem ter deixado de ser diagnosticadas, e virão a sofrer as consequências num futuro próximo. Somado a isso, temos a grave crise econômica e o flerte com um colapso financeiro, que se torna cada vez mais ameaçador, com milhares de empresas falidas e milhões de desempregados nas ruas. É inegável que o COVID 19 mata e é uma doença grave. Inclusive, nas últimas semanas, depois de vencida a luta contra os protocolos de tratamento precoce, os casos parecem ter se agravado e as UTIs de todo o país estão lotadas. Mas quanto a COVID 19 é letal? Qual a gravidade real e sua taxa de mortalidade? Era realmente necessário e eficiente fazer lockdowns, prender empresários e pessoas por caminhar nas ruas? Certamente deveríamos ter nos cuidado, talvez até mais. Entretanto, os números e as mentiras contadas pela mídia se tornam cada mais evidentes!


terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

O favor de Karol Conká e do BBB.

 


Todo início de ano é a mesma coisa: muitos fãs aguardando o Big Brother Brasil, e muitos inconformados por um programa tão fútil ganhar um destaque de tamanhas proporções. Esse ano não foi diferente, entretanto o programa tem recebido uma atenção extra, inclusive daqueles que sempre repudiaram a atração. Entre os fatores que inflam a audiência estão as discussões acaloradas sobre temas em grande debate atualmente, como preconceito, racismo, abuso, machismo e sexualidade. Também chama a atenção a transparência com que os participantes são expostos, ficando claro seus interesses, estratégias, e como se utilizam de temas que são tabus sociais para ganhar vantagem e manipular psicologicamente os demais. O grande expoente desses “estrategistas” é a cantora Karol Conká. A participante faz um verdadeiro terror psicológico na cabeça dos seus companheiros de casa. Manipula, conspira, trai, tira proveito, faz tortura psicológica, mente, cria narrativas e situações e tem feito um verdadeiro reboliço dentro da casa. Por ser assim, e por suas ações serem tão claras para o público que observa de fora da casa, Karol passou a ser odiada por quase unanimidade nas redes sociais e é grande o apelo popular pela sua eliminação ou até mesmo expulsão. Mas uma questão fica: Se ela consegue enganar seus adversários, como seria se não tivéssemos as câmeras para mostrar a realidade? Seriamos manipulados facilmente por ela também?

A verdade é que Karol faz um favor a todos mostrando claramente seus lados mais obscuros. Mostra como pessoas podem ser ruins e manipuladoras, se escondendo atrás de um personagem carismático e com status social. Ela ainda escancara a loucura que vivemos atualmente, com pautas extremamente legítimas sendo utilizadas para alguns ganharem vantagens ou manipular as pessoas e a opinião pública. Não é de agora que se aproveitam de temas como racismo, preconceito, feminismo, e diversos abusos para ganhar destaque ou para cancelar adversários. Também está cada vez mais insuportável o clima de acusação constante, como se brancos devessem pedir desculpas a negros o tempo todo pelo histórico escravocrata que o Brasil carrega, ou a comunidade LGBT que tenta empurrar sua sexualidade goela abaixo de quem é heterossexual, tentando até mesmo que as palavras dos dicionários sejam revisadas, assim como os pronomes, segundo eles, para evitar qualquer tipo de preconceito. Personagens históricos ou programas de TV e filmes estão sendo cancelados ou revisados pela patrulha social, que o tempo todo aponta o dedo para uma nova vítima e faz campanha para que a história seja apagada e esquecida, ou para que a reputação de pessoas sejam destruídas, se esquecendo que a história é importante para aprender lições e não repetir erros, e que a opinião das pessoas é essencial para a democracia, por mais que sejam discordantes. É a indústria do cancelamento!

A grande verdade é que ninguém aguenta mais essa campanha progressista que procura o tempo todo importunar a vida das pessoas. Todos reconhecem e se preocupam com as desigualdades sociais e com abusos de todos os tipos, mas as pessoas buscam tranquilidade e paz, e não gostam de ser acusadas e forçadas a mudar comportamentos e costumes o tempo todo. Nesse ponto, Karol Conká e o BBB estão ajudando a mostrar, até mesmo para os mais adeptos dessas pautas, o quão insuportável eles são. Estão notando como os temas pelos quais dizem lutar, podem facilmente ser manipulados e usados por pessoas que tenham más intenções, como políticos, artistas e influenciadores. Estão vendo inclusive, que seus ídolos e referências, não são bem os melhores exemplos de caráter, ética, igualdade e justiça social que pregam. Esperamos que aprendam com essa dura lição, assimilem o tapa na cara, e passem a ser mais compreensivos e menos ditadores de regras, pois essa pressão constante somente deslegitima essas lutas, que sim, tem grande importância e relevância social, mas tudo tem limites. 

 

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Como chegamos nessa situação?



No mundo corporativo, pessoas são alçadas a cargos de liderança de acordo com a meritocracia. Entre os aspectos analisados estão: conquistas profissionais, metas atingidas, comportamento, habilidade em gestão, capacidade de liderar pessoas, respeito adquirido, conhecimento técnico, produtividade, proatividade. resiliência, entre outros. As empresas procuram profissionais com essas qualidades porque buscam a melhoria constante dos resultados, mantendo um ambiente organizacional com fluidez nos processos, harmonia e eficiência. Para um líder ser aceito pelos demais, ele precisa carregar uma bagagem que lhe mantenha em posição sustentável na hierarquia da corporação. Quando essa regra é quebrada, começam a existir ruídos e desconfiança, que levam a um desequilíbrio e queda no rendimento geral. Se essa regra é válida para corporações, como é possível que em cargos públicos eletivos, a situação ser tão diferente? Como é possível que nossos líderes, escolhidos pelo próprio povo, possuírem poucas, ou às vezes nenhuma das qualidades citadas acima? Países são, em suma, como grandes corporações. O que muda, basicamente, são os objetivos. Transfere-se o foco do lucro para metas mais subjetivas, como: bem-estar social, justiça, ordem, crescimento sustentável, desenvolvimento.

Exatamente pelo motivo da organização de países ser similar à de grandes corporações, os processos e as exigências para escolher líderes, deveriam ser parecidos. Todavia, o que vemos na realidade não é nada similar. Os líderes escolhidos pelo voto não carregam qualidades objetivas de gestores e nem estão nos seus cargos por meritocracia. A qualidade mais evidente na grande maioria é a capacidade de fazer política em sua forma menos nobre, a politicagem. Com acordos, artimanhas, promessas que nunca serão cumpridas, e muito apadrinhamento, conseguem destaque e votos para chegar ao cargo almejado. Esse sistema nos coloca em uma situação bastante inusitada: em um país com tantas mentes capazes, nos vemos liderados por grandes exemplos de incapacidade. O grande exemplo é o governo atual. Alçado ao poder como uma forma de ruptura com as gestões anteriores, Bolsonaro encabeça um verdadeiro circo em algumas áreas. Falta organização, comunicação, conhecimento técnico, cronograma, fluidez, capacidade de resolver conflitos, entre outros. Por mais que alguns ministérios tenham conseguido trabalhar e alcançar bons resultados, tudo que está próximo ao Presidente é uma verdadeira bagunça, que acaba servindo de munição para a oposição. Antes dele, tivemos Dilma, o mais pitoresco exemplo de incapacidade técnica e organizacional que já vimos. Foi alçada ao poder somente com apadrinhamento, e levou o país ao caos com sua falta de liderança e preparo. Seu padrinho político, Lula, apesar da incapacidade técnica, foi – por mais incrível que possa parecer – o que tinha maior poder de liderança e organização entre os últimos. Infelizmente essa liderança se mostrou comprada ao custo de Bilhões dos cofres públicos, e não com merecimento. E para agravar esse quadro, a incompetência é geral no país, desde menores cargos até os maiores.

Talvez a grande responsabilidade dessa situação, esteja em nosso processo democrático, afinal, em grandes empresas, se o processo de seleção também fosse através do voto, veríamos pessoas incompetentes serem alçadas a cargos de liderança apenas por serem amigos dos maiores grupos dentro da empresa. Mas é no processo democrático que os países encontram a sustentação para a sociedade se manter harmônica. Temos aqui uma situação paradoxal e um impasse na busca de uma solução. Uma opção seria exigir uma qualificação maior para os candidatos terem o direito de concorrer a cargos públicos. É um pequeno risco para uma democracia plena, mas nos colocaria frente a opções melhores na hora de votar. O conhecimento técnico, ficha limpa, reputação ilibada, conhecimento da constituição e leis, bem como o respeito às mesmas, seriam atributos necessários. Algo claramente muito difícil de ser concebido pelos nossos políticos atuais, visto que isso simplesmente daria um fim ao seu direito de continuar na política. É, portanto, um longo caminho, que precisa ser primeiramente entendido pela população e depois discutido com calma. Dessa forma, resta concluir que, infelizmente, teremos ainda muitos Bolsonaros, Dilmas e Lulas pela frente.