quarta-feira, 8 de setembro de 2021

E agora?

 


Tivemos nesse dia 07 de setembro uma das maiores manifestações populares que esse país já viu. Goste ou não, é impossível lutar contra as imagens. Foram milhões de pessoas às ruas expressar seu descontentamento acumulado de anos ou décadas com um sistema corrupto e imoral que governa o país. Se engana quem pensa que as manifestações foram somente de apoio ao Presidente Bolsonaro. Mas, de uma maneira que não poderia ser diferente, é na personalidade dele que essas pessoas acabaram por depositar suas esperanças. À sua maneira, Bolsonaro se personificou numa capa de herói e grande parte da população acreditou nesse ideal e faz um grande esforço para demonstrar isso. Até onde isso é verdade? Só o tempo dirá. Bolsonaro não é um novato na política, e tem rusgas no seu passado político que deixam sua imagem exposta. Entretanto foi quem aceitou o desafio bater de frente com esse sistema e desafiá-lo. Algo que ninguém teve coragem até então. Até mesmo Lula, que prometia faze-lo, se entregou de bandeja e acabou comprando o direito de governar e criar seu projeto de perpetuação no poder, o que sabemos, não deu muito certo. Mas e agora? Quais serão as próximas jogadas e o que o futuro nos reserva? Não adianta ser fantasioso nesse momento: num curto prazo, a turbulência será grande e nada de bom acontecerá para a população. No médio e longo prazo, os próximos meses dirão se vamos rumar para a liberdade ou para a “venezuelização”. Explicarei a seguir:

Hoje, exatamente hoje, dia 08 de setembro, é o dia do governo Bolsonaro em que ele possui maior força política. Essa força não vem dos seus aliados ou grupos criados na câmara ou no senado, mas da força que as manifestações de ontem mostraram. Por mais que muitos neguem, todos viram o povo se posicionando, e, por mais que se façam de cegos, os políticos não o são. Então, caso Bolsonaro queira ter uma sobrevida política e ter chances de continuar no poder, ele precisa agir com rapidez e eficiência. As demandas apresentadas nas manifestações precisam caminhar, e o país precisa voltar aos trilhos. Para isso, o Presidente precisa ser cirúrgico. Uma ruptura muito brusca com os demais poderes jogará o país num caos econômico e grande instabilidade jurídica (maior ainda?). Nenhum dos outros players do poder abrirá mão dos privilégios sem lutar. Portanto, Bolsonaro precisa escolher rápido quem são os principais alvos e ataca-los com força e determinação, ao mesmo tempo que faz alianças com os demais para não ser engolido ou até assassinado. A primeira opção foi dar mais tempo aos poderes para se organizarem, e isso foi uma sábia jogada. Afinal, já dizia Sun Tzu em “A Arte da Guerra”: “Numa batalha, não encurrale o inimigo. Deixe sempre uma saída. Senão, não restará outra alternativa a não ser lutar pela própria vida. Então, cada soldado inimigo valerá por dez dos seus.”. É hora dos ministros do STF entenderem que boa parte dos seus pares está corrompida e agir para que a instituição se mantenha, ou será o fim desse poder, que deverá ser refundado, com novas regras para evitar indicações políticas e privilegiar o conhecimento jurídico e o histórico profissional. Caso Bolsonaro perca tempo demais protelando suas ações mais urgentes, veremos esse clamor popular esfriar e a população não o verá mais como representante legítimo das suas demandas. Esse será o fim do seu mandato e veremos um novo processo de impeachment acontecer, mais rápido e mais cruel para o país que os dois anteriores, ou teremos um ano de 2022 sem vida, apenas aguardando o resultado das eleições, que já saberemos com antecedência: a derrota de Bolsonaro e o fim da sua carreira política.

Nos dois cenários apresentados, como dito, nada de bom haverá para a população. A economia continuará patinando, o desemprego vai aumentar e não veremos horizonte seguro nos próximos meses. Se Bolsonaro vencer, e se ele diz a verdade nos seus pronunciamentos, poderemos almejar um país livre, produtivo e em crescimento nos próximos anos. Poderemos sonhar com liberdade de expressão, fomento do empreendedorismo, criação de empregos e aumento da renda. Caso Bolsonaro seja derrotado, veremos a volta da esquerda, o retorno dos projetos utópicos que levarão o país a mais décadas perdidas, crescimento da máquina pública, corrupção generalizada, fome, desemprego e um processo de "venezuelização" acelerado. E não se iludam! Hoje, não há terceira opção. Não há terceira via.

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