Enfim, após muita discussão,
engajamento popular, manifestações, e até apoio pessoal e insistente por parte
do próprio Presidente da República, ontem esteve nas mãos dos deputados o
projeto sobre a melhoria do sistema de votação eletrônica no país. E ele foi
enterrado, praticamente sem chances de voltar a ser discutido num curto prazo.
Não adianta, agora, reclamar, discutir, chorar. Foi um processo democrático,
que respeitou o nosso sistema republicano e essa foi a decisão. Fim! Espero,
inclusive, que esse seja o posicionamento do Presidente Jair Bolsonaro a partir
de agora.
Mas, como em toda grande
derrota, ficam lições valiosas que servirão de aprendizado. A primeira lição é
de que vivemos numa democracia, e ela deve ser defendida com todas as forças. É
o melhor sistema de governo até que se prove o contrário (cuidado com o que vocês pedem bradando EU AUTORIZO). A nossa, particularmente,
não funciona da maneira ideal, mas isso não é culpa do sistema em si, e sim das
pessoas que são eleitas para representar a população. Esse fato leva a segunda
grande lição: preste bem atenção nos deputados que prometeram algo na campanha
e mudaram de posição na última hora. Muitos eram a favor da implementação do
voto impresso e mudaram de opinião pura e simplesmente porque, caso o projeto
fosse aprovado, significaria uma grande vitória ao Presidente. Sendo assim,
esses deputados abdicaram de suas posições e promessas em prol de interesses
políticos. Creio que, sendo assim, não são os melhores representantes para
tratar dos interesses da população. A terceira lição é sobre quem realmente
manda no país: A câmara dos deputados e o STF. O cargo de Presidente fica cada
vez mais vazio e Bolsonaro praticamente não tem ferramentas para agir no
legislativo, o que, se pensarmos um pouco, faz muito sentido. Portando, se
queremos um país melhor, é na Câmara de Deputados que devemos ficar de olho,
pois eles, em colegiado, tem poderes quase que absolutos. Mais um grande motivo
para que todos que se preocupam com o futuro da nação, foquem seus esforços
para a continuidade da renovação da casa. Sobre o STF, é melhor não escrever
nada para esse texto não ser censurado. Mas já deu pra ter uma idéia do tamanho
do poder dos ministros, né?
Sobre o sistema de votação
em si, não existe muito mais o que fazer. A eleição será nas urnas eletrônicas
ultrapassadas e sem impressão de voto que permita auditorias dos resultados.
Entretanto, é certo que não serão eleições comuns e a população estará atenta
para fraudes. Só isso já é uma grande vitória. Creio que para melhorar ainda
mais a situação, seria importante a iniciativa privada investir em levantamentos
e pesquisas de intenção de votos antes e no dia da eleição (boca de urna).
Ainda desconheço como a legislação trata esse assunto, mas é um fato que os
institutos de pesquisa perderam completamente a credibilidade e somente uma
ação privada pode nos dar uma base para analisar se os resultados apurados
convém com a realidade. É importante, inclusive, que sejam feitos levantamentos
sobre intenção de votos para deputados, pois, se existe de fato alguma chance
de fraude, ela não será para a Presidência da República, e sim para a câmara de deputados,
que, como já dito, são quem realmente manda no país.
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