terça-feira, 30 de julho de 2019

São iguais


Nos últimos tempos aprendi a repudiar o Petismo. Nunca consegui entender muito bem o que o move, o alimenta. Não digo dos petistas mortadelas, aqueles que ganham efetivamente algo para participar de protestos, manifestações e fazem a coisa toda acontecer. Digo do cidadão normal, que tem seu emprego e não vive da política. Como era possível que essas pessoas defendessem cegamente um partido que quebrou o país. Defender políticos que fizeram de tudo para comprar todo o sistema à custa de bilhões de reais que poderiam ter sido utilizados em saúde, segurança e educação. Era quase que uma fé, uma doutrina. Onde todas as atitudes do seu líder eram defendidas pelos seguidores irrestritamente, sem opinião ou qualquer tipo de julgamento. Sempre considerei algo doentio e altamente prejudicial ao país. Entretanto, houve um alento. O país disse que acordou, e foi às ruas contra os corruptos. Falamos que não tínhamos mais políticos de estimação e os colocamos contra a parede. Novas eleições, um novo presidente, otimismo e grande entusiasmo. Esse país não se curvaria nunca mais às artimanhas dos colarinhos brancos. Mas me entristeço hoje, ao ver que todo o ciclo pode estar se iniciando mais uma vez. Parece que o carma do brasileiro é ser uma vítima eterna de um looping de ignorância. Que não consegue aprender com os erros e mudar os rumos da própria história.
Os seguidores mais fieis do novo Presidente, fazem igual ou pior do que os petistas faziam com Lula e Dilma no poder. Apoiam quase que irrestritamente toda ação ou palavras ditas pelo presidente. Vejo malabarismos vergonhosos para justificar coisas injustificáveis. A última delas foi o deboche ao desaparecimento do pai do presidente da OAB. Algo totalmente desnecessário e totalmente descabido para o ocupante de cargo mais alto do país. Indefensável. Mas os bolsonaristas conseguem defender e até mesmo elogiar a atitude do Presidente, afinal, pode tudo valer em nome do projeto? Esse é um caminho perigoso, o caminho do poder. Se existe algo que pode cegar um homem, é o fato de ele se cercar de bajuladores e não ter ninguém ao seu lado para repreende-lo e corrigi-lo. A sensação de invulnerabilidade leva ao egoísmo, narcisismo e à certeza de que se é infalível, perfeito. Isso é muito perigoso para um chefe de estado, ainda mais um que fala tantas bobagens. Não acredito que o governo Bolsonaro signifique um perigo de corrupção e aparelhamento geral do estado como foi o governo Petista. Mas os caminhos para a escuridão são muitos, e é preciso se manter vigilante.
Sempre soubemos que Bolsonaro nunca foi de ter papas na língua. Votamos em Bolsonaro porque foi o único representante que se mostrou em condições de por fim a uma sequencia de governos de esquerda que levaria o país à derrocada. Seguramo-nos na última esperança frente à ameaça do socialismo. Mas não encontraremos evolução se trocarmos um regime totalitário por outro. Bolsonaro precisa de ajuda. Bolsonaro precisa de pessoas com coragem para repreende-lo e avisá-lo quando sair da linha. Bolsonaro precisa de menos bajuladores e de mais amigos ao seu lado.