segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Racismo no Peru

Semana passada o jogador de futebol Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de manifestações racistas por parte dos torcedores do Real Garcilaso, no Peru. A cada vez que o brasileiro pegava na bola, os torcedores rivais imitavam sons e gestos de macacos. O episódio foi tão absurdo ao ponto de câmeras de TV flagrar um pai ensinando ao filho como fazer as imitações.
Parecia que todas as barbaridades já tinham sido vistas no futebol sul-americano, mas dessa vez os peruanos conseguiram se superar. Ao mesmo tempo em que vários países no mundo tentam vencer as barreiras do racismo nos campos, e fora deles, parece que a América do Sul conseguiu retroceder neste sentido. Existem poucos relatos de manifestações similares em estádio de futebol por aqui, mas o que aconteceu no Peru acende um sinal de alerta, ou ao menos deveria. A violência já era famosa e rotineira. Pedras, garrafas e os mais estranhos objetos são atirados no campo, falta de estrutura e desorganização geral para times e público são características e a educação nunca foi exemplar. Mas racismo é novidade, ao menos nos tempos recentes.
Fica a dúvida se a Conmebol, tão rigorosa em punir clubes brasileiros, vai tomar alguma atitude contra os peruanos. Nenhuma notícia sobre punições leves ou pesadas surgiu até o momento. Parece que as entidades organizadoras sofrem do mesmo mal que a torcida, a ignorância. O que o brasileiro passou no estádio peruano ficou gravado em imagens e na cabeça do jogador, e não pode passar impune.
A grande ironia no episódio todo é que algumas características dos macacos, como ignorância e falta de racionalidade, também ficaram evidentes nos peruanos. Só falta agora o resto do mundo aderir à moda, e começar a imitar peruanos na hora na hora de manifestar seus preconceitos. Eu não duvido...