Semana
passada o jogador de futebol Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de manifestações
racistas por parte dos torcedores do Real Garcilaso, no Peru. A cada vez que o
brasileiro pegava na bola, os torcedores rivais imitavam sons e gestos de
macacos. O episódio foi tão absurdo ao ponto de câmeras de TV flagrar um pai
ensinando ao filho como fazer as imitações.
Parecia
que todas as barbaridades já tinham sido vistas no futebol sul-americano, mas
dessa vez os peruanos conseguiram se superar. Ao mesmo tempo em que vários países no mundo tentam vencer as barreiras do racismo nos campos, e fora deles,
parece que a América do Sul conseguiu retroceder neste sentido. Existem poucos
relatos de manifestações similares em estádio de futebol por aqui, mas o que
aconteceu no Peru acende um sinal de alerta, ou ao menos deveria. A violência já
era famosa e rotineira. Pedras, garrafas e os mais estranhos objetos são
atirados no campo, falta de estrutura e desorganização geral para times e
público são características e a educação nunca foi exemplar. Mas racismo é
novidade, ao menos nos tempos recentes.
Fica
a dúvida se a Conmebol, tão rigorosa em punir clubes brasileiros, vai tomar
alguma atitude contra os peruanos. Nenhuma notícia sobre punições leves ou
pesadas surgiu até o momento. Parece que as entidades organizadoras sofrem do
mesmo mal que a torcida, a ignorância. O que o brasileiro passou no estádio
peruano ficou gravado em imagens e na cabeça do jogador, e não pode passar
impune.
A
grande ironia no episódio todo é que algumas características dos macacos, como ignorância
e falta de racionalidade, também ficaram evidentes nos peruanos. Só falta agora
o resto do mundo aderir à moda, e começar a imitar peruanos na hora na hora de
manifestar seus preconceitos. Eu não duvido...
Grande ValmEx, agradeço seu comentário lá no Marreta, que está passando por um período meio nebuloso, sob ameaças anônimas. Por enquanto, o blog ficará desativado, quem sabe, um dia, eu possa voltar a escrever nele.
ResponderExcluirAbraço