quinta-feira, 24 de outubro de 2013

E acabou...

E acabou o ano para o Corinthians. Eliminado na Copa do Brasil nesta quarta pelo Grêmio e com chances mínimas de disputar uma vaga na Libertadores do ano que vem. Quem dera isso fosse mesmo verdade. O time ainda é assombrado pelo risco do rebaixamento e precisa de pelo menos oito pontos para se ver totalmente salvo. Serão longos oito pontos.
Depois do ano mais glorioso de sua história, o Corinthians vive um momento que ninguém esperava, nem mesmo os torcedores rivais. As atuações do time chegam a arrepiar os fios de cabelo da fiel torcida, tão acostumada com raça e determinação em campo. Os jogadores estão entregues, e mesmo com dois títulos no bolso em 2013, pode-se dizer que grande parte da torcida vai terminar o ano envergonhada com os portadores do manto sagrado. Nem mesmo o time que foi rebaixado em 2007 se portava de maneira tão apática dentro de campo. Aquele elenco era fraco, ruim mesmo, mas ainda tinha brio e lutava até o fim das partidas. Caímos para a série B aquele ano. Mas caímos lutando.
O que se viu ontem na Arena do Grêmio e em muitos jogos durante o ano foi qualquer coisa, menos jogadores com brio. Salvo raras exceções, a maioria estava entregue, caminhando e como sempre, sem vontade de buscar o gol, que daria a classificação. Não sabemos dos detalhes que acontecem nos bastidores, mas esse elenco claramente está rachado. Muitos colocam Tite como maior culpado pelo fraco desempenho apresentado, mas custo a acreditar que uma pessoa pode passar de melhor técnico do Brasil e campeão do Mundo, para um total ignorante em período tão pequeno de tempo. Como fazer o time ganhar se a grande estrela do grupo, no qual foram investidos 40 milhões, apronta uma bizarrice extrema na hora de bater seu pênalti e recua a bola para o goleiro adversário? Os outros que erraram também não bateram bem, principalmente o Edenilson, mas o que esse moleque fez, escapa a qualquer coisa dentro do aceitável. Foi uma falta de respeito com a torcida, companheiros, diretoria e até com o adversário. Por mim esse playboy seria dispensado já e nunca mais portaria o manto alvinegro. Não tem nosso perfil, não sabe o que é Corinthians, e está mais preocupado com o gel que passa no cabelo do que com seu rendimento em campo.
A grande verdade nisso tudo é que em nenhum momento merecemos ganhar a partida e a classificação. Fizemos uma apresentação horrorosa e esperamos a sorte ajudar. Não ajudou. Agora é juntar os cacos e terminar o ano com um mínimo de dignidade. A era Tite realmente ruma para o fim. Não por incapacidade sua, mas pelo desgaste gigantesco à qual foi colocada. Chega ao fim também o tempo de muitos jogadores. Agradecemos pelos títulos e terão espaço nos nossos corações eternamente, mas acabou. Que venha um novo treinador, novas caras, e um novo planejamento ao longo prazo. Esta pode ser a única parte boa em não participar da Libertadores do ano que vem. Vamos começar do zero, do ponto inicial, e poderemos conquistar o mundo novamente em 2015 ou 2016. VAI CORINTHIANS!!!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

É mais fácil bater.

A onda de protestos segue firme no Brasil. Inúmeros prestadores de serviços estão em greve, e alguns continuam nas ruas a protestar. O que marca as manifestações é a onda de violência que segue acontecendo na maioria dos eventos. Uma mistura de vandalismo com falta de preparo das autoridades faz com que os enfrentamentos se tornem inevitáveis.
Por parte da população é, no mínimo, compreensível a revolta. São décadas sendo roubada pelos políticos num silêncio assustador. Os escândalos de corrupção são inúmeros, a impunidade constante e os serviços públicos cada vez mais precários. Uma hora a bolha iria estourar, e agora todos querem dar seu grito de revolta. As autoridades por sua vez ficam entre a cruz e a espada. Muitos deles com certeza apóiam os protestos, mas são subordinados e tem que seguir ordens dos escalões mais altos. E o mais alto deles é a politicagem. As ordens devem ser das mais específicas: Combater qualquer tipo de manifestação, se necessário com armas em punho. É mais fácil marginalizar e tirar a legitimidade dos protestos do que solucionar os problemas que motivaram os mesmos.
O que mais assusta, entretanto, é o silêncio do governo. Mesmo com os caos instaurado nas ruas, nenhuma atitude eficaz é tomada. A presidenta está ocupada com a mágoa motivada pelas espionagens americanas e não consegue arrumar tempo para cuidar do seu próprio quintal. Quando vai a eventos públicos é vaiada, e acaba chamando o público de mal educado, caindo em total contradição, pois esquece que é o seu governo o responsável por prover tal educação.
O governo se protege. Coloca seguranças ao redor do Palácio do Planalto e a cavalaria nas ruas. O povo fica cada vez mais impaciente, pois além de ser feito de palhaço, agora também apanha e é humilhado. Ninguém ainda tem idéia exata de onde isso pode parar. Eu tenho medo, mas uma coisa é certa, o povo quando quer tem o poder nas mãos e faz mudanças acontecerem. A história e o presente provam isso, falta o Brasil, mais uma vez, provar também.

Tite, o menor culpado.

O Corinthians iniciou o ano como um dos grandes favoritos a grande parte dos títulos que estariam em disputa. O que credenciava o time a isso era o excelente ano vivido em 2012, um plantel com várias opções e um grupo unido sob um comando firme do Técnico Tite. Após dez meses passados, o time realmente conquistou dois dos três títulos disputados até agora e ainda briga pela Copa do Brasil. Entretanto foi eliminado – de maneira injusta – do mais importante deles, a Libertadores, e já não tem mais chances no brasileiro. Mesmo com esse aproveitamento o time tem sido vaiado em algumas partidas e alguns torcedores, como sempre acontece no Brasil, já pedem a cabeça do técnico Tite. Mas afinal, qual a verdadeira culpa do professor nessa queda brusca de rendimento?
Sim, o Sr. Adenor tem lá sua parcela de culpa. Mas nem de longe isso é motivo para esquecer que ele é o maior campeão da história do clube, muito menos para fazer com que saia pela porta dos fundos após tantas glórias. O time foi prejudicado esse ano por uma série de fatores. A começar pelo vergonhoso calendário, onde o número excessivo de partidas sobrecarrega grande parte dos jogadores e estes acabam sofrendo com contusões. Quando não estão no departamento médico, desfalcam a equipe sendo convocados para as seleções, que num absurdo total, tem seus jogos marcandos junto com as rodadas do campeonato nacional. O campeonato regional é outro absurdo e um desrespeito, não tendo lógica durar tanto tempo, num período onde os times deveriam estar em pré-temporada. Este número grandioso de jogos em busca de bilheteria acaba por ter um efeito contrário, tirando a graça do espetáculo e fazendo a torcida se afastar dos estádios.
Outro grande culpado pela queda do time atende pelo nome de Carlos Amarilla. O paraguaio apitou uma das partidas mais vergonhosas da história recente do futebol, e eliminou o Corinthians precocemente da Libertadores. Foi um balde de água fria num time que vinha em pleno crescimento de rendimento. Fica complicado para um grupo acostumado a brigar pelo mundo, se ver refém de um árbitro covarde e ter que se contentar com o campeonato regional. De onde buscar determinação assim?
A diretoria pode ser lembrada aqui também, pois suas contratações não fizeram o efeito esperado. Mas minha memória para esses assuntos é muito boa, e me lembro bem que no início do ano a aprovação era quase unânime com a vinda de Pato e a permanência dos principais jogadores. A desconfiança sempre ficou por conta dos laterais, mas convenhamos, quais as opções disponíveis no mercado. A grande burrada fica por conta das contratações de Ibson e Maldonado. Esses sim nunca contaram com o apoio da torcida.
O time sofreu ainda com punições estranhamente rigorosas, como o caso de Oruro, e do Mané Garrincha. Mas em alguns desses episódios a torcida, ou uma pequena parte dela também tem sua culpa no cartório. E parece que a lição não foi aprendida, visto que um torcedor atirou uma garrafa de água num dos bandeirinhas do jogo passado, e provavelmente novas punições venham por ai.
Por fim os jogadores. Todos entendem que é complicado manter o desempenho por tanto tempo, mas vale lembrá-los que seus salários continuam entrando em suas contas da mesma maneira. A camisa que ventem é merecedora do mesmo respeito que ano passado, e os torcedores continuam fazendo sacrifícios para acompanhar o time seja onde ele for. Nenhum tipo de acomodamento é aceitável no Corinthians e sempre serão cobrados, seja no jogo, no treino ou nas ruas.
Sou um defensor da permanência de Tite. Após o jogo contra o Santos na Vila na Libertadores prometi a mim mesmo que nunca mais falaria mal desse cara e sigo cumprindo minha promessa. O professor merece uma despedida honrosa, se tiver mesmo que sair. Fez por merecer isso. Chega de fazer com que nossos ídolos saiam do clube às avessas e sem o reconhecimento merecido.