O Corinthians iniciou o ano
como um dos grandes favoritos a grande parte dos títulos que estariam em
disputa. O que credenciava o time a isso era o excelente ano vivido em 2012, um
plantel com várias opções e um grupo unido sob um comando firme do Técnico Tite.
Após dez meses passados, o time realmente conquistou dois dos três títulos
disputados até agora e ainda briga pela Copa do Brasil. Entretanto foi
eliminado – de maneira injusta – do mais importante deles, a Libertadores, e já
não tem mais chances no brasileiro. Mesmo com esse aproveitamento o time tem
sido vaiado em algumas partidas e alguns torcedores, como sempre acontece no
Brasil, já pedem a cabeça do técnico Tite. Mas afinal, qual a verdadeira culpa
do professor nessa queda brusca de rendimento?
Sim, o Sr. Adenor tem lá sua
parcela de culpa. Mas nem de longe isso é motivo para esquecer que ele é o
maior campeão da história do clube, muito menos para fazer com que saia pela
porta dos fundos após tantas glórias. O time foi prejudicado esse ano por uma
série de fatores. A começar pelo vergonhoso calendário, onde o número excessivo
de partidas sobrecarrega grande parte dos jogadores e estes acabam sofrendo com
contusões. Quando não estão no departamento médico, desfalcam a equipe sendo
convocados para as seleções, que num absurdo total, tem seus jogos marcandos
junto com as rodadas do campeonato nacional. O campeonato regional é outro
absurdo e um desrespeito, não tendo lógica durar tanto tempo, num período onde
os times deveriam estar em pré-temporada. Este número grandioso de jogos em
busca de bilheteria acaba por ter um efeito contrário, tirando a graça do
espetáculo e fazendo a torcida se afastar dos estádios.
Outro grande culpado pela
queda do time atende pelo nome de Carlos Amarilla. O paraguaio apitou uma das
partidas mais vergonhosas da história recente do futebol, e eliminou o
Corinthians precocemente da Libertadores. Foi um balde de água fria num time
que vinha em pleno crescimento de rendimento. Fica complicado para um grupo
acostumado a brigar pelo mundo, se ver refém de um árbitro covarde e ter que se
contentar com o campeonato regional. De onde buscar determinação assim?
A diretoria pode ser
lembrada aqui também, pois suas contratações não fizeram o efeito esperado. Mas
minha memória para esses assuntos é muito boa, e me lembro bem que no início do
ano a aprovação era quase unânime com a vinda de Pato e a permanência dos
principais jogadores. A desconfiança sempre ficou por conta dos laterais, mas
convenhamos, quais as opções disponíveis no mercado. A grande burrada fica por
conta das contratações de Ibson e Maldonado. Esses sim nunca contaram com o
apoio da torcida.
O time sofreu ainda com
punições estranhamente rigorosas, como o caso de Oruro, e do Mané Garrincha.
Mas em alguns desses episódios a torcida, ou uma pequena parte dela também tem
sua culpa no cartório. E parece que a lição não foi aprendida, visto que um
torcedor atirou uma garrafa de água num dos bandeirinhas do jogo passado, e
provavelmente novas punições venham por ai.
Por fim os jogadores. Todos
entendem que é complicado manter o desempenho por tanto tempo, mas vale
lembrá-los que seus salários continuam entrando em suas contas da mesma
maneira. A camisa que ventem é merecedora do mesmo respeito que ano passado, e
os torcedores continuam fazendo sacrifícios para acompanhar o time seja onde
ele for. Nenhum tipo de acomodamento é aceitável no Corinthians e sempre serão
cobrados, seja no jogo, no treino ou nas ruas.
Sou um defensor da
permanência de Tite. Após o jogo contra o Santos na Vila na Libertadores
prometi a mim mesmo que nunca mais falaria mal desse cara e sigo cumprindo
minha promessa. O professor merece uma despedida honrosa, se tiver mesmo que
sair. Fez por merecer isso. Chega de fazer com que nossos ídolos saiam do clube
às avessas e sem o reconhecimento merecido.
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