terça-feira, 8 de outubro de 2013

Tite, o menor culpado.

O Corinthians iniciou o ano como um dos grandes favoritos a grande parte dos títulos que estariam em disputa. O que credenciava o time a isso era o excelente ano vivido em 2012, um plantel com várias opções e um grupo unido sob um comando firme do Técnico Tite. Após dez meses passados, o time realmente conquistou dois dos três títulos disputados até agora e ainda briga pela Copa do Brasil. Entretanto foi eliminado – de maneira injusta – do mais importante deles, a Libertadores, e já não tem mais chances no brasileiro. Mesmo com esse aproveitamento o time tem sido vaiado em algumas partidas e alguns torcedores, como sempre acontece no Brasil, já pedem a cabeça do técnico Tite. Mas afinal, qual a verdadeira culpa do professor nessa queda brusca de rendimento?
Sim, o Sr. Adenor tem lá sua parcela de culpa. Mas nem de longe isso é motivo para esquecer que ele é o maior campeão da história do clube, muito menos para fazer com que saia pela porta dos fundos após tantas glórias. O time foi prejudicado esse ano por uma série de fatores. A começar pelo vergonhoso calendário, onde o número excessivo de partidas sobrecarrega grande parte dos jogadores e estes acabam sofrendo com contusões. Quando não estão no departamento médico, desfalcam a equipe sendo convocados para as seleções, que num absurdo total, tem seus jogos marcandos junto com as rodadas do campeonato nacional. O campeonato regional é outro absurdo e um desrespeito, não tendo lógica durar tanto tempo, num período onde os times deveriam estar em pré-temporada. Este número grandioso de jogos em busca de bilheteria acaba por ter um efeito contrário, tirando a graça do espetáculo e fazendo a torcida se afastar dos estádios.
Outro grande culpado pela queda do time atende pelo nome de Carlos Amarilla. O paraguaio apitou uma das partidas mais vergonhosas da história recente do futebol, e eliminou o Corinthians precocemente da Libertadores. Foi um balde de água fria num time que vinha em pleno crescimento de rendimento. Fica complicado para um grupo acostumado a brigar pelo mundo, se ver refém de um árbitro covarde e ter que se contentar com o campeonato regional. De onde buscar determinação assim?
A diretoria pode ser lembrada aqui também, pois suas contratações não fizeram o efeito esperado. Mas minha memória para esses assuntos é muito boa, e me lembro bem que no início do ano a aprovação era quase unânime com a vinda de Pato e a permanência dos principais jogadores. A desconfiança sempre ficou por conta dos laterais, mas convenhamos, quais as opções disponíveis no mercado. A grande burrada fica por conta das contratações de Ibson e Maldonado. Esses sim nunca contaram com o apoio da torcida.
O time sofreu ainda com punições estranhamente rigorosas, como o caso de Oruro, e do Mané Garrincha. Mas em alguns desses episódios a torcida, ou uma pequena parte dela também tem sua culpa no cartório. E parece que a lição não foi aprendida, visto que um torcedor atirou uma garrafa de água num dos bandeirinhas do jogo passado, e provavelmente novas punições venham por ai.
Por fim os jogadores. Todos entendem que é complicado manter o desempenho por tanto tempo, mas vale lembrá-los que seus salários continuam entrando em suas contas da mesma maneira. A camisa que ventem é merecedora do mesmo respeito que ano passado, e os torcedores continuam fazendo sacrifícios para acompanhar o time seja onde ele for. Nenhum tipo de acomodamento é aceitável no Corinthians e sempre serão cobrados, seja no jogo, no treino ou nas ruas.
Sou um defensor da permanência de Tite. Após o jogo contra o Santos na Vila na Libertadores prometi a mim mesmo que nunca mais falaria mal desse cara e sigo cumprindo minha promessa. O professor merece uma despedida honrosa, se tiver mesmo que sair. Fez por merecer isso. Chega de fazer com que nossos ídolos saiam do clube às avessas e sem o reconhecimento merecido.

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