Jair Messias Bolsonaro: você
pode odiá-lo ou amá-lo, mas não pode negar que é um político, no mínimo,
incomum. O homem é fora da caixa, ou talvez seja simplesmente do contra, e mais
uma vez tirou uma carta da manga inesperada por todos. No momento em que ele
teve ao seu dispor a maior manifestação de apoio ao seu governo, talvez de
qualquer governo desse país, e em um momento que todos esperavam uma ação
enérgica e até na base da força, ele simplesmente decidiu apaziguar os ânimos e
abrir uma via de diálogo com seus inimigos declarados.
Até ontem, existiam dois
grupos que gostariam de uma ação forte do Presidente: seus apoiadores mais
fervorosos e a extrema esquerda. Os primeiros, por achar que só assim se
chegaria ao fim de um sistema de poder que domina o país e as instituições, os
opositores, por terem a certeza de que, quanto mais extremo o Presidente fosse,
mais seu capital político aumentaria. Somente com um fantasma em quem bater é
que a esquerda teria alguma chance nas eleições do ano que vem. Lula precisa de
um Bolsonaro extremista para justificar sua volta ao poder, e agora, pelo menos
hoje, não tem mais esse coringa disponível. Podem fazer o maior malabarismo intelectual,
mas não podemos chamar Bolsonaro de golpista, hoje. Alguém que nos seus
discursos, pede pelo respeito à constituição e dá o primeiro passo para o
diálogo entre os poderes, não pode ser golpista.
Essa nova e surpreendente
ação, uma carta se retratando pelos excessos, não há de ter saído de graça.
Certamente muita conversa houve nesse meio tempo e deveremos ver novidades nos
próximos dias, que, talvez, mudem todo o cenário. Simplesmente não faz sentido
algum, após as manifestações do dia 07 de Setembro, Bolsonaro recuar totalmente
e se entregar de mãos beijadas aos opositores. Entretanto, é inconcebível para
a realidade do país um presidente abrir guerra em tantas frentes ao mesmo
tempo. Não dá pra brigar com o STF inteiro, e por conseqüência com os deputados
e senadores, pois esses jamais apoiariam um golpe em qualquer poder. A única
solução seria um golpe generalizado, e convenhamos, esse tipo de golpe só é
possível de existir em países com sua estrutura democrática e econômica em
níveis de formação. Em países mais estruturados, onde já existe um robusto
setor de conglomerados empresariais, bancário e de produção, não há espaço para
golpes como alguns sonhavam. Ninguém quer pagar o preço dos efeitos colaterais
danosos de uma situação assim. Nem Bolsonaro.
Realmente foi uma carta
inesperada e surpreendente. E, para o curto prazo do país, certamente foi a
melhor escolha. Ao se analisar o risco de negociar com o sistema, não há como
negar: é extremamente temeroso politicamente. Essa mesa de negociação é suja e
ardilosa. Provavelmente, Bolsonaro acaba de abrir mão dos seus planos de
reeleição e tentará terminar seu mandato com capacidade de indicar um sucessor.
Esse novo cenário abre, agora sim, chances para uma terceira via, com muitas possibilidades
de ser alguém do centro. Para o país, pode ser uma boa alternativa. De qualquer
maneira, se Bolsonaro se mantiver com essa postura, estará salvado a nação da
volta da esquerda ao poder. E só isso, somente isso, já é um ato de heroísmo
digno de elogios. O centro, apesar de ser formado pelos políticos que tem mais
apetite pelo poder, não é tão insensato como os esquerdistas, pois eles sabem
que para ter paz política, é preciso um país estável e próspero. Muito ao
contrário da esquerda, que leva o povo à miséria para depois escravizá-lo. Sejam
quais forem os acontecimentos das próximas semanas, uma coisa é certa: ficou
tudo muito interessante! De qualquer maneira, se a esquerda está nervosa com o
que o presidente fez, é sinal de que vai ser bom para todo o povo brasileiro.
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