terça-feira, 19 de outubro de 2021

Bandido bom é bandido morto?

 



Nesse Domingo uma ação da PM de Maringá foi amplamente registrada e divulgada nas redes sociais. Na situação um veículo é perseguido por várias viaturas até ser fechado ficar sem saída. Aparentemente os bandidos disparam contra os policiais que revidaram prontamente com uma dezena de disparos contra levando os três meliantes a óbito. Tudo testemunhado e filmado por vários cidadãos. A reação do público foi imediata e uma famosa frase logo estava presente na boca da maioria: bandido bom é bandido morto.

É compreensível que a população esteja exausta da situação da criminalidade no país. Muitos não aguentam mais ser vítimas de assaltos ou crimes de toda natureza praticados por bandidos que simplesmente parecem não temer a nada nem a ninguém. O caos urbano tomou proporções incontroláveis e ações do tipo por parte da polícia são amplamente comemoradas pelos cidadãos. Alguns também exigem a liberação das armas e o livre acesso para que possam se defender quando as forças policiais não conseguem faze-lo. Entretanto, quando se trata de uma análise séria sobre o assunto é preciso ter cautela em julgar rapidamente esse tipo de ocorrência. Precisamos nos perguntar primeiro, o que leva pessoas a cometer crimes e os motivos dessas ações estarem se tornando mais numerosas e violentas.

Não é saudável para a sociedade concluir que algumas pessoas simplesmente nascem ruins e escolhem a seu bel prazer seguir o caminho do crime. Existe um contexto, principalmente nas comunidades mais carentes. O crime tem sido, em certa medida, “glamourizado”, e vemos crianças brincando de assaltar seus amiguinhos e poucos deles estão brincando de ser policiais. Isso pode ser motivado pela imprensa, filmes e novelas, mas também pelas expectativas deles que presenciam criminosos levando uma “vida boa” e esbanjando dinheiro oriundo de crimes e do tráfico de drogas. Falta na nossa sociedade a divulgação e valorização de valores conservadores como respeito, ética, moral, honestidade, família, Fé em Deus e companheirismo. Sobra a valorização de individualismo e de como é possível levar vantagem em cima do próximo com alguma malandragem ou até mesmo com alguns delitos. Nossos representantes precisam trabalhar com políticas sociais para recuperar os valores bons da sociedade e divulga-los aos mais jovens. São diversos os caminhos: a educação nas escolas; pratica de esportes; acompanhamento para entender o que essas crianças estão pensando e sentindo; palestras, livros e filmes para educa-los. Outro fator determinante para o crescimento da criminalidade é a clara impunidade no nosso sistema legal, onde bandidos ficam pouco tempo presos ou são liberados para saidinhas de feriados. São muitos direitos para os bandidos e poucos direitos para as vítimas. Se não existe uma punição seria e exemplar para criminosos, outros ficarão tentados a se desviar da lei achando que o crime compensa.

Quando tudo dá errado, o crime cometido, e ainda um policial é alvejado durante a fuga dos criminosos, como aconteceu em Maringá, não existe mais muito a ser feito, e a PM foi perfeita na sua ação. Com tantas falhas no sistema e na sociedade, é de se comemorar que bandidos sejam definitivamente impedidos de cometer crimes. É triste que tenhamos chegado tão longe e a uma percepção tão cruel por parte da população. É triste que muitos queiram comprar armas e fazer justiça com as próprias mãos ou procurem alguma chance de se defender. Mas é o que temos hoje e, a depender do interesse dos nossos políticos no assunto, será assim por um bom tempo, e para muitos, continuará sendo uma verdade: Bandido bom, é bandido morto!

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