A CPI da pandemia foi chamada
de Circo da Pandemia desde o seu início. Não era mistério que o único objetivo
era político e que as verdadeiras investigações para apurar corrupções seriam
enterradas uma a uma, como de fato foram. Uma comissão com seus membros
escolhidos a dedo, onde o grande líder era o Senador Renan Calheiros, que
dispensa apresentações. Calheiros é mais um entre tantos políticos de carreira
no Brasil que reúne no seu passado uma miríade de escândalos políticos, denúncias
por corrupção, lavagem de dinheiro e tantos outros crimes de colarinho branco
tão comuns na política brasileira. Seu fiel escudeiro, Omar Aziz, carrega na
sua sombra a suspeita de envolvimento num escândalo de corrupção que desviou
200 milhões da saúde do seu estado, quando era Governador. Somente isso já
bastaria para qualquer cidadão minimamente razoável não levar a sério a CPI.
Mas ela seguiu.
Durante os trabalhos, o grande
foco da CPI foi desmoralizar o governo Bolsonaro. A única meta foi a de
encontrar um fio para puxar que desestabilizasse todo o governo. A mente desses
senhores, bandidos de carreira, funciona de maneira muito previsível. Ora, se a
corrupção é a sua principal atividade, eles pensavam: “Se eu fosse do governo, de
onde desviaria verbas públicas”? A cada nova ideia que tinham, eles iniciavam
uma nova investigação. Era óbvio para eles, por exemplo, que o governo estaria
superfaturando os contratos da compra de vacinas, pois é o que eles fariam. E
por isso criaram uma narrativa transformando uma suposição das suas mentes
diabólicas em verdade absoluta. Em vão, pois nenhum pagamento foi efetuado. E
dessa mesma maneira foram criadas dezenas de outras narrativas pela CPI que
foram se desmanchando como castelos de areia. Nada prosperou e a credibilidade,
que já era baixa, foi enterrada enquanto ficava claro que a pressão em cima do
governo não era justificável.
Ainda assim, a CPI chegou
perto de desenterrar o grosso da corrupção. Quando algo realmente tinha chances
de prosperar e identificar os corruptos que fazem nosso país seguir à margem do
mundo desenvolvido e que foram – esses, sim – responsáveis por mortes na
pandemia, eles optaram por não investigar. Isso aconteceu quando os escândalos
de desvios de recursos enviados pelo Governo Federal foram descobertos nos
Estados: Superfaturamento na compra de respiradores, verbas direcionadas para
centros de atendimentos nunca construídos, empresas fantasmas e de fachada, lobistas
atuando na intermediação de contratos. Tudo estava claro e cristalino. Mas a
CPI fechou os olhos e optou por não investigar os governadores.
Hoje, o Circo chega ao fim.
Dos meses de trabalhos e recursos públicos desperdiçados, deve sobrar um
relatório de mil páginas com as denúncias contra o governo Federal. Um relatório
que já estava todo montado na cabeça corrupta de Renan Calheiros desde antes de
os trabalhos começarem. Ele sonha com esse momento desde o início, onde a CPI
deveria chegar ao seu ápice e ele mesmo ser reconhecido com um herói nacional
ao colaborar ativamente para retirar Bolsonaro da cadeira Presidencial. O
relatório é um balde de água fria na cabeça de Renan e de todos que torceram
pela CPI durante todo esse tempo. São mil páginas de delírios e pornografia
mental de velhos lobos da política brasileira. Como a CPI não tem poder de indiciar
ninguém, apenas de sugerir ao Ministério Público, certamente quase nada
prosperará. Se bem usada pelo Governo Federal, pode até servir de munição para
a campanha de Bolsonaro para o ano que vem. Afinal, jamais um governo foi tão
minuciosamente investigado por tanto tempo e por tanta gente. Se, ainda assim
nada de relevante é encontrado, certamente esse é o Governo mais transparente e
honesto que já esteve à frente desse país.
Nenhum comentário:
Postar um comentário