Neste domingo foi votado, e
aprovado na câmara dos deputados o processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff. Durante toda a negociação política que antecipou o fatídico ato dos
deputados, o Brasil se polarizou, e se transformou numa verdadeira guerra de
torcidas organizadas contra e pró a presidente. Após a votação, um lado
comemorou e o outro chorou. Entretanto, todos os brasileiros perdem com mais esse
episódio lamentável da política tupiniquim. O que se viu na câmara foi mais um
show de horrores, que reflete o fraquíssimo grau de capacidade dos políticos em
Brasília. Personagens caricatos e extremistas tomaram mãos do microfone e
apresentaram nenhum conhecimento técnico da causa, e sim, muito ódio e defesa
apenas dos seus interesses, sem nenhuma preocupação com o futuro político da
nação.
À presidente Dilma, de mãos
atadas, resta aguardar os procedimentos no Senado, mas nada deve salva-la. Talvez,
Dilma não tenha as mãos totalmente sujas, nem seja mentora dos desvios que
causaram os escândalos que levarão à sucumbência do seu governo, todavia, é
fato que ela já não possui nenhuma condição de governar. O presidente da
república tem o principal papel de liderar o país frentes aos desafios diários,
e para tal, precisa possuir um perfil de liderança, para que todos sintam
confiança em segui-lo. Dilma nunca teve esse perfil. Apenas tomou proveito das
condições deixadas por Lula, e com isso governou seis anos. Nos últimos meses,
Dilma foi traída por sua incapacidade ao tomar medidas trágicas, e por sua
falta de dialética ao fazer discursos vergonhosos e sem sentido algum, que
ganharam fama nas redes sociais e acabaram com o que restava da sua reputação.
Hoje, o Brasil vive seu
segundo processo de impeachment em menos de trinta anos da nova constituição. É
algo impensável em países desenvolvidos cultural e politicamente. Entretanto,
não é muita novidade por aqui. O país paga caro por ser uma criança, no que diz
respeito à história e desenvolvimento. O Brasil sofreu durante centenas de anos,
com os abusos das potências colonizadoras que apenas levaram as riquezas de
suas terras. Durante esse período, nenhum investimento considerável foi feito
por aqui. Hoje, o que se vê na população é um grau de cultura lamentável, quase
nenhuma noção ética e representantes políticos que em nada diferem dos seus
eleitores.
Talvez esse triste processo
que o país enfrenta seja necessário para seu desenvolvimento como nação. Se
fosse quinhentos anos no passado, o país estaria em plena guerra civil, com a
sociedade em caos e muitas vítimas. Muitos países passaram por isso. Aos tempos
atuais, e à passividade desse povo, não cabe mais esse tipo de ação, e resta ao
brasileiro acreditar que, dessa guerra política, sobrem bons frutos para se
colher num breve futuro.
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