Que bom! Nossa democracia ganhou
nessa semana um artífice espetacular contra a corrupção (contém ironia). Agora vamos prender os causadores da mais básica
ferramenta corrupta do nosso sistema político (contém sarcasmo), que são as rachadinhas e/ou distribuição de
cargos. Explico:
Todo político eleito pelo
povo, tem direito a uma infinidade de benefícios e, além disso, tem o direito
de contratar assessores para os mais diversos fins. Quanto mais alto o cargo
político, mais assessores. Não se surpreenda em saber que o número de vagas que
o político tem direito é MUITO maior que o necessário. Isso leva a dois tipos
de corrupção. A primeira é a indicação de pessoas sem mérito algum para
executar as funções do cargo e que são colocadas lá apenas por favores
políticos. Muitas vezes nem trabalham e dão retorno nenhum para o estado. A segunda
é a fatídica Rachadinha, da qual o Queiroz é investigado de organizar. Nesse
modelo, o candidato coloca outras pessoas – obviamente, sem méritos ou
capacidades necessárias – que também não dão retorno algum ao estado e muitas
vezes também sequer trabalham, e “pedem” uma parte dos seus salários em troca.
Esses salários normalmente são MUITO bons, obrigado! E boa parte dos
rendimentos volta para o bolso do político, que lava o dinheiro depois. É
simples, é básico, é feito em larga escala no Brasil. E é CRIME!
A questão é que quanto a
esse crime, infelizmente, sempre foi feito vistas grossas pelas nossas
autoridades, e somente agora, com claros interesses políticos maiores, estão
sendo feitas grandes operações para prender os (o) investigados (o). Mas aqui,
amigos, a lei não é para todos. Minha esperança é que os nomes dessa enorme
lista sejam tratados de maneira igual e investigados, presos, e que tenham suas
vidas vasculhadas. Mas é demais esperar isso de um sistema político onde tudo é
feito apenas por interesses obscuros. Gostaria ainda que, caso comprovado, os
criminosos sejam condenados à proporcionalidade da magnitude dos seus crimes,
mas isso também não acontece – meu conhecimento jurídico acaba aqui – e roubar*
R$ 1 e R$ 1 milhão (R$ 49 milhões no caso do André Ceciliano, do PT), acaba
tendo o mesmo julgamento jurídico (se investigado for). Nesse nosso caso bem particular,
àquele que movimentou 50 vezes menos, é dado 5000 vezes mais atenção e lugar nos
noticiários. Que a lei seja igual para todos, e que todos os criminosos paguem
pelos seus crimes de maneira igual, e nesse caso de desvio de verbas públicas, proporcional.
*
A informação na imagem diz respeito às movimentações suspeitas dos
parlamentares. Não está ainda provado, até onde tenho conhecimento, que essas
verbas foram de fato desviadas, ou roubadas.
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