O LEC tem feito uma campanha maravilhosa na Série B e
muito acima das expectativas iniciais para esse campeonato. No início na
disputa, muitos comentaristas apontavam o Londrina como candidato a brigar
contra a queda para a Série C, e os próprios dirigentes do time sempre
defenderam que o principal objetivo deste ano era manter-se na Série B. Entretanto,
passadas vinte e nove rodadas, o LEC se encontra no G4 do campeonato, e
apresenta chances reais de conseguir o acesso à elite do futebol brasileiro. O
time ainda tem condições de alcançar o Vasco já na próxima rodada, quando se
enfrentam, e brigar por objetivos ainda maiores esse ano, como o título da
Série B. Por outro lado, o público da cidade parece não acompanhar a euforia do
time. Apenas os mais fiéis torcedores do Tubarão seguem indo com frequência ao
estádio, e as médias de público são baixas. A própria torcida presente reclama
da falta de apoio por parte da grande maioria dos torcedores da cidade, mas
isso não tem sido o bastante para convencê-los a ir para o estádio.
O LEC apresenta uma média de público de 4.116 pagantes
até o momento no Campeonato Brasileiro. Isso significa uma ocupação média de
apenas 14% do estádio do café. Se comparado a grandes clubes da Série A, este
não é um número vergonhoso. O Fluminense leva 6.962 torcedores pagantes aos
seus jogos, e o Botafogo, 5.804. A questão é que o Londrina possui um grande
estádio à sua disposição, e a torcida tem que se esforçar muito para fazer a
diferença no Café. A Falange Azul tem dado conta disso, mas poderia contar com
a ajuda de muito mais gente.
O problema de público no estádio não é somente do
Londrina. A maioria dos clubes brasileiros enfrenta o mesmo dilema. Trata-se de
uma questão cultural, uma vez que grande parte das famílias não tem o costume de
frequentar os estádios, seja por temer a violência, pelo preço dos ingressos,
ou simplesmente porque não enxergam no futebol, um programa atrativo para a
família toda.
Mas como resolver esse problema? A diretoria do Londrina
tem feito esforços consideráveis para atrair mais público para o estádio, e tem
colhido resultados positivos. O programa sócio torcedor é um deles. Entretanto,
parece que pouco tem sido feito para melhorar o espetáculo de maneira geral. Em
muitos países, uma partida de futebol é um evento para se desfrutar o dia todo.
O LEC pode copiar essa receita e utilizar o Estádio do Café como um grande
trunfo, já que o local possui uma enorme estrutura externa para realizar
eventos.
Em dias de jogos, a diretoria poderia organizar feiras e
exposições no entorno do estádio. A cidade de Londrina possui dezenas de Food
Trucks que se reúnem em diversos locais da região. O estádio do Café pode ser
mais uma opção nos dias de jogos. Londrina ainda conta com uma variedade enorme
de bandas. A diretoria poderia disponibilizar um pequeno palco para que as
mesmas se apresentem antes das partidas. Além dessas atividades, poderiam ser
oferecidas: Feiras de adoção de animais; apresentações teatrais e de artistas
locais; feiras-livres de produtores da região; apresentação de carros antigos;
rodas de capoeira; etc.
Nota-se que a grande maioria dessas atividades poderia
ser realizada com um custo mínimo por parte da diretoria do LEC, ou através de
parcerias, visto que a cidade é carente de espaços para esses eventos. Dessa
maneira, o espetáculo, de maneira geral seria melhorado, criando um ambiente
além do jogo de futebol, o que poderia atrair mais famílias para o local. Claro
que nem todos iriam adentrar ao estádio, mas o simples fato de estarem
presentes, criaria uma curiosidade para comprar ingressos e assistir o jogo. E
uma vez dentro do Café, ouvindo os cânticos da Falange Azul, e saboreando as
emoções que um a partida do LEC proporciona, com toda certeza eles voltariam
mais vezes.
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