O território brasileiro é
terra arrasada em meio à corrupção. Todos os dias surgem novos escândalos por
meio das investigações da operação Lava Jato. Cada um deles, por si só, já
seria uma notícia bombástica em qualquer época da nossa história, mas o fato de
todos eles serem revelados em período tão curto de tempo causou uma espécie de
paralisação emocional em toda a sociedade, e parece que nada será tão
escandaloso ao ponto de nos surpreender novamente. A notícia mais recente trata
do rombo descoberto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no Financiamento
Estudantil (FIES), um dos programas mais respeitados do governo do PT, e indica
que mais de 20 Bilhões podem ter sido superfaturados entre 2009 e 2015. É “apenas”
mais um caso que se soma aos tão famigerados escândalos da Petrobrás, na Prefeitura
do Rio de Janeiro, das Pedaladas Fiscais, entre tantos outros.
Tudo isso ocorre em meio a
uma das maiores crises financeiras que o país jamais enfrentou. Em decorrência disso,
o Governo Federal trabalha fortemente para aprovar medidas de contenção de
gastos e, segundo palavras do próprio presidente Michel Temer: “será necessário
um sacrifício de toda a nação, e teremos que cortar na “própria carne” para
fazer o país voltar a crescer.” Entretanto, parece que os políticos não fazem
parte desse pacote de medidas. Os representantes da nação continuam firmes no
seu modelo de corrupção. E na iminência das delações premiadas da Odebrecht serem
acertadas, - o que pode colocar muitos políticos na mira do Juiz Sergio Moro, -
eles parecem ter perdido de vez qualquer resquício de vergonha na cara que um
dia tiveram. Nos últimos dias, os
deputados trabalham para tentar aprovar, na calada da noite, a proposta que tipifica
o crime de caixa 2, mas anistia os crimes praticados anteriormente, ou seja, é
claro o interesse dos deputados em criar um mecanismo para salvaguardar os
possíveis citados nas delações premiadas que estão por vir.
Dessa maneira fica difícil o
Governo Federal convencer a população a fazer os sacrifícios necessários para
vencer a crise. Afinal, deve ser muito fácil ditar leis que vão por em risco o
futuro de milhões de pessoas, enquanto eles, os políticos, estão sentados na
beira de suas piscinas hollywoodianas e dentro de suas mansões milionárias,
adquiridas com o dinheiro do povo. A sociedade pode até estar disposta a se
sacrificar, mas não por políticos dessa laia. Em contrapartida, alguns setores
da sociedade tem se posicionado firmemente para defender os interesses dos
cidadãos. Vez ou outra as atitudes tem sido contraditórias, como greves e
paralisações, e não são aprovadas por todos, mas é fato que estão lutando em
prol do bem comum, afinal, todos estamos no mesmo barco, e parece que nessa
guerra cada um usa as armas que tem em mãos.
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