sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Escândalos sem fim

O território brasileiro é terra arrasada em meio à corrupção. Todos os dias surgem novos escândalos por meio das investigações da operação Lava Jato. Cada um deles, por si só, já seria uma notícia bombástica em qualquer época da nossa história, mas o fato de todos eles serem revelados em período tão curto de tempo causou uma espécie de paralisação emocional em toda a sociedade, e parece que nada será tão escandaloso ao ponto de nos surpreender novamente. A notícia mais recente trata do rombo descoberto pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no Financiamento Estudantil (FIES), um dos programas mais respeitados do governo do PT, e indica que mais de 20 Bilhões podem ter sido superfaturados entre 2009 e 2015. É “apenas” mais um caso que se soma aos tão famigerados escândalos da Petrobrás, na Prefeitura do Rio de Janeiro, das Pedaladas Fiscais, entre tantos outros.
Tudo isso ocorre em meio a uma das maiores crises financeiras que o país jamais enfrentou. Em decorrência disso, o Governo Federal trabalha fortemente para aprovar medidas de contenção de gastos e, segundo palavras do próprio presidente Michel Temer: “será necessário um sacrifício de toda a nação, e teremos que cortar na “própria carne” para fazer o país voltar a crescer.” Entretanto, parece que os políticos não fazem parte desse pacote de medidas. Os representantes da nação continuam firmes no seu modelo de corrupção. E na iminência das delações premiadas da Odebrecht serem acertadas, - o que pode colocar muitos políticos na mira do Juiz Sergio Moro, - eles parecem ter perdido de vez qualquer resquício de vergonha na cara que um dia tiveram.  Nos últimos dias, os deputados trabalham para tentar aprovar, na calada da noite, a proposta que tipifica o crime de caixa 2, mas anistia os crimes praticados anteriormente, ou seja, é claro o interesse dos deputados em criar um mecanismo para salvaguardar os possíveis citados nas delações premiadas que estão por vir.
Dessa maneira fica difícil o Governo Federal convencer a população a fazer os sacrifícios necessários para vencer a crise. Afinal, deve ser muito fácil ditar leis que vão por em risco o futuro de milhões de pessoas, enquanto eles, os políticos, estão sentados na beira de suas piscinas hollywoodianas e dentro de suas mansões milionárias, adquiridas com o dinheiro do povo. A sociedade pode até estar disposta a se sacrificar, mas não por políticos dessa laia. Em contrapartida, alguns setores da sociedade tem se posicionado firmemente para defender os interesses dos cidadãos. Vez ou outra as atitudes tem sido contraditórias, como greves e paralisações, e não são aprovadas por todos, mas é fato que estão lutando em prol do bem comum, afinal, todos estamos no mesmo barco, e parece que nessa guerra cada um usa as armas que tem em mãos.


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