Nesta terça-feira, o futebol
acordou de luto. Um desastre envolvendo o avião que levava o time da Chapecoense
vitimou a equipe quase por completo, além da comissão técnica, jornalistas e
convidados. Trata-se da maior tragédia no esporte da América do Sul.
Além da irreparável perda de
vidas, é preciso lembrar a grandiosa fase que vivia o futebol de Chapeco. O
time, que tem uma trajetória muito parecida com a do Londrina FC dos últimos
anos, conquistando acessos consecutivos desde a quarta divisão do futebol
brasileiro até chegar à elite. O Tubarão ainda está trilhando esse caminho, mas
a Chape já tinha chegado ao ponto mais alto, e ainda mais que isso, estava
disputando a segunda competição mais importante das Américas, com reais chances
de ser campeã. Seriam os dois jogos mais importantes da sua história e, além da
cidade de Chapecó, o país todo estava acompanhando o time com um carinho que só
o futebol pode explicar. Essa tragédia acaba com a euforia de todos os
torcedores, e deixa o mundo do futebol perplexo com a fragilidade da vida, mas
evidencia a compaixão das pessoas. Hoje, todos estão unidos num esforço para,
se possível, diminuir as dores dos familiares dos jogadores e dos torcedores da
Chapecoense. Quase todos os times do futebol brasileiros prestaram homenagens e
se colocaram à disposição para ajudar no que for possível. Torcedores de todos
os times esqueceram as suas bandeiras e estão sendo solícitos às vítimas. Até o
adversário da final da Copa Sul-Americana, o Club Atlético Nacional já se
manifestou fazendo um pedido para a Conmebol considerar a Chapecoense campeã do
torneio. Afinal, essa competição já acabou depois dessa tragédia.
No passado, já aconteceram desastres
similares ao ocorrido com o time da Chapecoense. Em 1949 o time do Torino da
Itália sofreu um acidente de avião e todos os 30 ocupantes da aeronave
morreram. O time liderava o campeonato daquele ano, e na ausência dos jogadores
para disputar os últimos quatro jogos, mandaram a campo os juniores do clube.
Os adversários se solidarizaram com a tragédia e também enviaram seus juniores
a campo. O Torino sagrou-se campeão daquele ano. Nas eliminatórias para a Copa
do Mundo de 94, o time da Zâmbia teve o mesmo destino, e seu avião caiu
vitimando os 18 jogadores da promissora equipe africana. Mais recentemente, em
2011, 44 pessoas morreram quando o avião que transportava a equipe de hóquei no
gelo Lokomotiv Yaroslavi, caiu às margens do Rio Volga. São desastres terríveis
e que deixaram marcas profundas aos fãs do esporte, mas que fizeram ficar
evidente o que o ser-humano possui de melhor, que é a compaixão com o próximo
num momento de dificuldade. Que a cidade de Chapecó e o time consigam passar
cima dessa tragédia e que voltem em breve para o lugar que merecem: o topo do
futebol brasileiro.
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