Falar contra a CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) tornou-se praticamente uma afronta e quase
um delito. No entanto, é urgente que nossos legisladores abordem esse tema com
discernimento e seriedade. Compreende-se que o propósito da CLT seja proporcionar
segurança ao trabalhador, mas toda ação gera uma reação, que, neste caso, se
traduz em custo. O Brasil já possui diversos entraves para a criação e
manutenção de empresas, como por exemplo: 1) Um dos sistemas tributários mais
complexos do mundo; 2) Taxas e impostos extremamente altos; 3) Uma das
infraestruturas mais precárias entre os países emergentes. Somam-se a esses
fatores, uma legislação trabalhista altamente protetora dos
"direitos" dos empregados e que infla a carga de custos das empresas.
Sendo assim, não é surpreendente que o Brasil forme cada vez menos
empreendedores e perca competitividade frente ao resto do mundo.
Em um cenário tão turbulento,
os mais afetados são os micro e pequenos empreendedores. Empresas com menos de
dez empregados não têm estrutura financeira ou jurídica para atender às
demandas da CLT ou para acompanhar suas mudanças, que sempre chegam para complicar
ainda mais a gestão desses negócios. Mesmo antes dessa nova atualização, o
vínculo trabalhista já previa direitos ao trabalhador que prejudicam
consideravelmente a produtividade das empresas, obrigando-as a manter em seus
quadros funcionários com baixo rendimento por força de lei, como a estabilidade
resultante de diversos fatores.
Como resultado dessa nova
atualização feita pelo Ministério do Trabalho, pessoas com problemas
psicológicos ou até mesmo usuários de drogas poderão utilizar essa lei de
estabilidade para se beneficiar de afastamentos médicos ou até mesmo obter
estabilidade no serviço se for atestado que esse problema foi gerado pelo
trabalho executado. A questão aqui é que essa situação é um tanto subjetiva
para ser diagnosticada e comprovada, e o país não possui estrutura suficiente
para garantir que todos os casos sejam analisados com a devida atenção, o que
resultará em ainda mais insegurança econômica e jurídica.
Em um país onde historicamente
as taxas de desemprego foram elevadas, com uma economia subdesenvolvida que não
consegue competir no mercado internacional, seja com a China em bens de
consumo, ou com a Europa e EUA em bens com alto valor agregado, o Brasil não
pode se dar ao luxo de continuar impondo dificuldades às suas empresas e
empreendedores. Caso sigamos por esse caminho, o futuro nos reserva ainda mais
pobreza, miséria e fome.
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