sexta-feira, 19 de janeiro de 2024

Operações contra ambulantes

 


 

A matéria de capa da Folha de Londrina desta quinta-feira, 18, cobriu a operação realizada pela CMTU para combater o comércio de produtos irregulares no calçadão de Londrina. Foram apreendidos desde cigarros, bijuterias, eletrônicos, até panos de prato, além de aplicação de multas de até R$ 1,2 mil. Operações similares à essa estão se tornando cada vez mais comuns no país, principalmente em grandes metrópoles como o Rio de Janeiro e São Paulo. São muitos os vídeos disponíveis nas redes sociais que mostram fiscais apreendendo produtos de ambulantes, que ficam revoltados e causam também a indignação da população em geral. O entendimento popular é de que falta humanidade a esses fiscais na hora de apreender produtos de pessoas que estão lutando para sobreviver e vencer a crise.

Uma questão importante nesse tema é de que os fiscais não tem nenhuma culpa nesse tipo de situação. Eles são funcionários como qualquer outro, e estão cumprindo ordens de superiores, que por sua vez, estão seguindo o que está previsto na legislação. Os verdadeiros culpados são os vereadores e deputados, que são quem fazem as leis do país. Apenas eles têm o poder, dado pelo povo, de legislar e tomar ações para mudar esse quadro. Não adianta a população reclamar e se sentir injustiçada e depois voltar a eleger os mesmos parlamentares. A cada dois anos o cidadão tem a ferramenta do voto para transmitir sua indignação, mas ao reeleger políticos que fazem essas leis ou as aprovam, estão dando um atestado de anuência a eles, o que é claramente contraditório nesse caso.

O Brasil sofre de uma pandemia de representantes públicos incompetentes. Isso se dá exatamente porque a população não demanda a devida atenção na escolha dos políticos. Esse ano teremos eleições mais uma vez, e certamente veremos eleitores votando em candidatos sem o preparo básico para exercer uma função pública. As características dos vereadores eleitos são das mais bizarras: popularidade, capacidade em criar conflitos, herança política e sobrenome famoso, entre outras “qualidades” muito duvidosas. Poucos se atentam ao histórico dos candidatos, à sua honestidade, ética, moral e, principalmente, conhecimento técnico e legal da administração pública. As propostas são das mais estapafúrdias e irracionais, nunca refletindo em posteriores cobranças aos eleitos. São esses políticos que farão leis abusivas e que levam ao cerceamento da liberdade da população. E esse é um ciclo sem fim. Quanto antes a população se atentar ao que está fazendo no momento de votar, poderemos ver o fim das situações dramáticas como essas operações de fiscalização.

Sobre a moralidade de vender produtos nas ruas, sem pagar impostos e sem arcar com uma série de outros custos como os demais comerciantes regularizados, há muito o que se debater. Mas o caminho correto para a prosperidade é sempre o livre mercado e o que deveríamos estar discutindo é como tirar o peso de impostos e regulações das empresas, visando o aquecimento econômico da cidade. O centro de Londrina já vem há muito tempo sofrendo com o enfraquecimento do comercio, e legislações duras e a falta de variedade de produtos e serviços só tendem a piorar essa situação.


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