“Nada é mais certo neste mundo do que a morte e os impostos”. Foi Benjamim Franklin que popularizou essa famosa frase que deixa bem clara a verdade que os cidadãos precisam aceitar: impostos sempre existiram e sempre vão existir. O primeiro sistema de tributação conhecido remete ao Antigo Egito, por volta de 3000 a.C., durante a primeira dinastia do Antigo Império. Mas como tudo na vida, o problema é sempre a dose. A curva de Laffer, um famoso conceito teórico, demonstra que existe um limite ao nível de taxação ao qual a economia pode suportar de maneira saudável mantendo a crescente de arrecadação por parte do Governo. A partir de um certo grau, haverá uma desaceleração econômica e, por consequência, uma redução na arrecadação total anotada pelo Estado. Muitos economistas defendem que o Brasil já ultrapassou esse ponto da curva há muito tempo.
Nesta semana o Governo Lula apresentou o
projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas por aplicativo. O
objetivo é estabelecer diretrizes para a relação dos trabalhadores com as
empresas e, claro, arrecadar mais impostos. Será cobrado um total de 27,5%
sobre a remuneração mínima dos trabalhadores – 7,5% dos motoristas e 20% das
empresas –, e serão estabelecidos limites de horas trabalhadas, além da criação
de sindicatos para intermediar a criar ainda mais regras no relacionamento
entre as partes, o que significará mais burocracia e ganhos menores para os
profissionais.
Com o desenvolvimento da tecnologia, a
sociedade tende a buscar soluções e criar mecanismos para se desprender das
amarras estatais, e o Governo luta para barrar esse movimento. Os aplicativos
de serviços de entrega eram, até essa semana, um oásis na relação de livre
comércio e liberdades individuais, onde os profissionais podiam escolher onde e
quando trabalhar, obtendo ganhos acima da média nacional. Além do mais, esse
mercado foi fundamental para que pessoas desempregadas conseguissem uma renda
extra, ou principal, durante os duros anos de recessão originados pela pandemia
do Coronavírus.
Uma característica muito comum em países onde
existem estados inchados e burocráticos é a existência de grandes corporações
que criam monopólios ou oligopólios. É exatamente através de fortes
regulamentações que se torna possível barrar a entrada de novos concorrentes e
dominar mercados. As grandes empresas certamente apoiam essa iniciativa do
Governo Lula, por mais que o neguem, pois estão interessadas em dominar
definitivamente os mercados. Os maiores prejudicados são sempre os
trabalhadores e os clientes, uma vez que os primeiros terão seus ganhos
reduzidos e os últimos verão os preços finais dos produtos aumentarem para
bancar os custos extras das empresas. Não se engane: as grandes corporações e o
governo nunca perderão e quem pagará essa conta é a população.
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