As discussões sobre o aborto tomaram conta mais uma vez das redes sociais e do congresso motivadas pela PL 1904/2024 que equipara o aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio. Alguns dos debates mais acalorados tratam de definir em que período da gestação o feto passa a ser uma vida humana. Alguns defendem que isso acontece somente após o nascimento, e assim, o aborto deveria ser legalizado em qualquer período. Outros defendem que logo após a concepção já existe uma vida. É óbvio que as discussões, invariavelmente, passam pelo tabu religião x ciência, o que esquenta ainda mais os debates.
Muitos que se dizem ateus acabam trazendo os argumentos descontextualizados da ciência para defender seus pontos de vista e qualificar o feto como um “simples amontoado de células”. Mas é um argumento contraditório, visto que a própria ciência tem várias lacunas sobre a origem da vida. Inclusive, recentemente a NASA lançou o telescópio espacial James Webb, que custou bilhões de dólares, e tem como um dos seus objetivos buscar no vasto universo qualquer sinal de vida ou pistas de sua origem. Se encontrarmos indícios da existência de apenas uma célula em qualquer um dos milhares de planetas já descobertos, teremos a prova de que existe vida fora do nosso planeta. Ainda assim, aqui na Terra, um bebê no útero da sua mãe não é considerado uma vida? É necessário muita fé para ser ateu e crer que a vida humana é o resultado de uma série de coincidências improváveis, acontecendo em uma sequência perfeita durante milhões de anos, para que somente neste planeta exista a vida, e que isso seja simples obra do acaso, sem a existência de um Criador.
Quem já acompanhou uma mãe durante a gestação sabe muito bem que um milagre está acontecendo dentro do seu útero: uma vida está se formando, construindo órgãos e membros do “nada”, evoluindo e, bem próximo à 22ª semana, respondendo a estímulos externos. Não é um simples amontoado de células como afirmam. É uma vida em seus estágios iniciais e deve ter o direito de existir. Se colocarmos um tempo mínimo para considerar o nascituro uma vida e detentor de direitos básicos, logo estaremos discutindo a prorrogação desse tempo até o 9º mês, e claro, após o nascimento, como já se discutiu em alguns países da Europa. E essa discussão será apenas um estágio de debates futuros, onde discutiremos se nossos opositores devem ser considerados dignos de viver, como já foi feito em outros tempos e, como se vê, isso não terá fim.
O direito à vida está previsto no artigo 5º da constituição e do texto, subentende-se também o direito de nascer. O PL 1904 está correto ao equiparar o aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio, pois é assim que deve ser chamado o ato de ceifar uma vida, além de ser um pecado mortal.
E aí, tudo bem?
ResponderExcluirEu sou ateu. E absolutamente contra o aborto indiscriminado. Concordo com a equiparação dele ao homicídio.
Grande Azarão. Que bom vê-lo por aqui. Realmente temos muitos ateus contra essa barbárie. O texto foi inspirado por algumas discussões específicas no twitter, mas eu poderia ter sido mais claro na colocação. Falando em Twitter, esses dias compartilhei lá um texto seu de 2012 sobre o Róger do Ultraje a Rigor! Ele inclusive retweetoou! Fez bastante sucesso!
ExcluirSe você tiver conta no X, sou o @valmexp.
Abraço.
Então foi você. Quando publiquei o texto em 2012, o Roger pôs no Twitter dele e teve bastante visualizações na época. Tinha mesmo estranhado essa "ressureição" dele.
ExcluirNão tenho conta no X, mas me inscrevi no seu canal no YouTube.
Aliás, também me arrisco lá de vez em quando :
@amarretadoazarao1448
Abraço