Neste domingo ocorreram as
esperadas eleições na Venezuela. E como todos já previam, Nicolás Maduro
anunciou a sua vitória por uma margem muito apertada contra seu opositor
Edmundo González em um processo eleitoral absurdamente obscuro e recheado de
denúncias de fraude. O resultado tem sido contestado pela oposição e por
líderes de outros países, visto que o regime atual ainda não apresentou sequer
um boletim de urna onde saiu vitorioso e chegou a anunciar um resultado com
132% de votos apurados. Ao mesmo tempo, a oposição alega que Edmundo venceu a
eleição por larga margem. Grandes manifestações estão se iniciando no país
pedindo transparência na apuração dos votos e a violência pode tomar conta da
Venezuela nos próximos dias. Em paralelo, o Brasil ainda não havia
se manifestado oficialmente sobre o pleito até a manhã desta terça-feira.
Não foram poucos os indícios
de fraude nas eleições venezuelanas. Desde as semanas que antecederam a
votação, Maduro já fazia movimentos indicando que não haveria nenhuma
transparência no processo eleitoral, chegando a expulsar do país observadores
internacionais. Mas o que mais chama a atenção no Brasil é o posicionamento da
grande mídia, que chegou a taxar o presidente venezuelano de “bolsonarista” há
alguns dias. E após a fraudulenta eleição a situação de negação da realidade
alcançou níveis alarmantes, com o comentarista político Valdo Cruz,
referindo-se ao regime venezuelano como “conservador” e que “de esquerda não
tem mais nada, zero”. Esse fenômeno pode ser explicado pelo conceito
de paralaxe cognitiva, muito utilizado pelo professor Olavo de
Carvalho, que ocorre quando pessoas aderem a entendimentos
diferentes de situações comuns, transformando suas perceptivas em diferentes
realidades, como se uma pós-verdade fosse criada a respeito de eventos e
fatos. Ao mesmo tempo que o jornalista faz essa declaração absurda,
seu parceiro afirma que “esquerda é democracia” deixando claro que considera
qualquer ideologia de direita como antidemocrática.
Os jornalistas se esqueceram, ou não, de que todos os grandes regimes ditatoriais do mundo atual são pautados por ideologias marxistas e com orientações políticas comunistas: Coreia do Norte, China, Rússia, Cuba, Venezuela, Nicarágua e, seguindo nessa linha, o Brasil. Negar a realidade, ou torcê-la de acordo com suas vontades ou sua própria ideologia não faz com que tal realidade seja alterada. Mas a grande mídia brasileira continua se pautando por mentiras e alucinações jornalísticas para mascarar os fatos. Os venezuelanos, que enfrentam anos de uma crise infindável, são as verdadeiras vítimas desse processo, com muitos tendo que fugir do país para buscar acolhimento nas nações vizinhas, preferindo apostar na sorte do que enfrentar o regime cruel do presidente Nicolás Maduro. Esses são os fatos, e todos que chancelam essa situação ao mentir sobre esse desastre humanitário são cúmplices da tragédia, algumas vezes com culpa, outras vezes com dolo.