segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Polêmica no apito

A arbitragem, mais uma vez, foi o centro das atenções da rodada do campeonato brasileiro. Um impedimento triplamente qualificado não foi anotado contra o time do Santos, que teve o gol mais ilegal do ano (se não da década) validado. Esse fato praticamente decidiu a partida, pois jogou um balde de água fria num time Corintiano que até então vinha fazendo uma excelente apresentação, de certa maneira, dominando a jovem, mas experiente, equipe do Santos.
Este não foi o primeiro erro gravíssimo que a arbitragem brasileira comete, muito menos será o último. Nas rodas de bate-papo futebolístico a ordem dos corintianos é sabatinar o trio de arbitragem (na verdade eram 6 homens, árbitro, bandeirinha, árbitros de fundo e quarto árbitro). Mas num olhar mais cauteloso, eu prefiro analisar mais friamente os fatos. Que o Corinthians foi prejudicado, não há dúvidas. Isso nem o mais fanático dos santistas consegue discutir. Foi um impedimento tão claro que até a mulherada conseguiu enxergar tamanho absurdo. Mas essa é uma situação que poderia prejudicar qualquer uma das equipes.
Me recuso a acreditar que houve maldade dos árbitros. Apesar de não ter concordado com uma série de coisas, eu sou do time que acredita na honestidade dos homens, e não vejo possibilidade de existir campeonato inteiro "armado" pelos cartolas e cheio de "tramóias", como as teorias da conspiração afirmam.
Outro fato é que a FIFA precisa urgentemente aceitar os recursos tecnológicos e fazer uso deles nas partidas. Se o técnico Tite tivesse a opção de pedir uma revisão da jogada por meio eletrônico, o resultado da partida seria totalmente modificado. Claro que o Santos poderia sair vitorioso mesmo assim, pois possui equipe gabaritada para tal, mas seria de maneira mais, no mínimo, menos polêmica.
Uma terceira questão é a profissionalização da arbitragem brasileira. Os árbitros trabalham como prestadores de serviço para a CBF ou federações estaduais. Não possuem uma renda fixa nem registro em carteira. Não tenho informações aprofundadas sobre os investimentos que são feitos em treinamentos e preparo, mas imagino que não sejam lá grande coisa. Assim fica difícil de se aperfeiçoar e trabalhar melhor. Uma árbitro precisa ter um preparo psicológico para enfrentar uma Vila Belmiro lotada, uma enxurrada de jornalista questionando suas decisões e o medo constante de uma punição da CBF. Os árbitros precisam ser melhor preparados e mais respeitados pelos profissionais do futebol e torcida.
Certa vez o árbitro Sandro Meira Ricci foi questionado pela Anaf, sobre quais as maiores dificuldades da carreira. Ele respondeu: - desconfiança e a interferência política sobre as comissões estaduais de árbitros são fatores que certamente dificultam, quando não inviabilizam, a carreira de um árbitro de futebol iniciante. Além disso, a condição de estar sempre sob suspeição e de ser vítima de comentários irresponsáveis de alguns torcedores travestidos de jornalistas e dirigentes é algo que pode atrapalhar a carreira de qualquer pessoa que não tenha seus princípios e convicções bem desenvolvidos.
Vemos que a pressão é grande e não pode ser enfrentada sem preparo. Creio que a equipe que arbitrou o jogo deste Domingo não tinha tal preparo, e se o tivesse, o resultado da partida seria favorável ao meu Coringão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário