sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Xandão VS Musk

 


No dia em que escrevo esse artigo, o Brasil acompanha atento a briga entre o Ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), que está na iminência de ser suspensa no país. Depois de uma série de notificações, multas e ordens judiciais descumpridas pela rede e a extinção da personalidade jurídica da empresa no país, o Ministro do STF dobrou mais uma vez a aposta e todos os brasileiros que utilizam os serviços do X serão afetados. Mas além das discussões jurídicas, o que vemos é uma discussão sobre democracia e liberdade.

A plataforma ficou muito conhecida por ser o cenário de grandes discussões e debates políticos, além de ser a ferramenta utilizada por muitos usuários para criticar o Ministro Alexandre de Moraes. Depois de uma perseguição voraz contra essas pessoas, onde o ministro se utilizava da “lei” para ordenar a exclusão de contas e, por consequência, silenciar vozes, o que configura censura prévia e é taxativamente proibida pela constituição brasileira, o excelentíssimo optou por calar a todos de uma só vez. A rede social, por meio de seu proprietário, Elon Musk, optou por não mais obedecer às ordens do ministro, em uma clara ação de rebelião. Mas em terras brasileiras, ninguém pode afrontar o líder máximo da nação.

Um dia ouvimos da boca de Martin Luther King a seguinte frase: “É nosso dever moral, e obrigação, desobedecer a uma lei injusta.” No Brasil, as ações do Ministro Alexandre vão muito além de leis injustas, pois subjugam a constituição para seguir suas fantasias e elucubrações pérfidas acerca dos direitos individuais no país. Há muito que o Ministro vem ignorando as leis para perseguir seus opositores e seus críticos. Não foram poucos os que se negaram e resistiram, acarretando em resultados trágicos para todos. Alguns fugiram do país e continuam a lutar de terras longínquas, e para quem ficou, a sensação de medo e a obediência ao chicote tomaram conta das suas vidas. Aos demais, prisão.

Os ensinamentos de Martin Luther King ficaram na história e foram engolidos pelo sistema. Suas palavras foram reinterpretadas e esquecidas. Hoje vemos um cenário de briga política e os envolvidos apenas lutando pelos seus interesses. Nesse cenário, até existem pessoas defendendo as ações do Ministro Alexandre de Moraes que, por sua vez, diz agir em defesa da democracia. Mal sabem todos que nessa ânsia por salvar a democracia, acabaram por assassiná-la.


quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Centro de Eventos de Londrina

 


Nessa semana está sendo realizado em Campinas/SP o Congresso Brasileiro da Ciência das Plantas Daninhas, na Expo Dom Pedro. São quatro dias de uma programação intensa, que recebe participantes e palestrantes de todas as regiões do Brasil e diversos países. Esse tipo de evento movimenta a cidade trazendo investimentos e consumo em todo o ecossistema ligado aos setores envolvidos. O local escolhido tem capacidade para receber até 15 mil pessoas, e tem uma agenda bastante concorrida durante todo o calendário anual. O que chama a atenção para um londrinense é o sentimento de que Londrina não recebe tantos eventos similares, ou que teria a capacidade para receber mais do que recebe atualmente. Em especial, no Centro de Eventos de Londrina, que parece ser utilizado em pouquíssimas oportunidades durante o ano.

Londrina tem uma região metropolitana com mais de 1 milhão de habitantes e é um polo em diversos setores, como o da saúde, tecnologia e agronegócio. A cidade possui uma estrutura completa para receber visitantes, contando com uma rede hoteleira e gastronômica extremamente diversificada e numerosa. Portanto, é difícil para o cidadão comum compreender a baixa movimentação em um local com tamanha estrutura como o Centro de Eventos de Londrina. O local possui uma capacidade de público ainda maior que a Expo Dom Pedro, podendo receber até 16 mil pessoas - segundo o site da CODEL - além de estar localizado em uma região extremamente nobre e de fácil acesso.

Já existem em Londrina diversas iniciativas e órgãos que se empenham em debater o desenvolvimento da cidade em diversas frentes e certamente essa discussão já foi tema da pauta nas reuniões. Mas o que o poder público poderia fazer para colaborar? Se pegarmos como exemplo grandes cidades no Brasil e no mundo que são famosas por receber grandes eventos, podemos colher alguns ensinamentos e descobrir o caminho. Entretanto, em se falando de poder público, um bom início seria simplesmente reduzir a burocracia e entraves que a iniciativa privada enfrenta para realizar eventos na cidade. Mas na contramão disso, recentemente os nossos vereadores estavam discutindo até mesmo uma restrição no horário do funcionamento dos bares da cidade, o que certamente não ajudaria em nada nesse tema. As empresas e a iniciativa privada normalmente se retroalimentam com investimentos e não precisam de incentivos além do livre mercado para prosperar, basta que o Estado não atrapalhe.

Além dessas questões, a prefeitura poderia, além de facilitar a organização de eventos na cidade, publicitar isso para todo o país, pois são muitas as feiras e congressos que acontecem no Brasil e são poucas as cidades que possuem um Centro de Eventos com os benefícios que o de Londrina oferece. Com um pouco de esforço e um projeto bem executado, Londrina poderia ser um polo também no setor de eventos técnico-científicos, congressos e feiras. Basta aos nossos representantes trabalhar um pouco mais. Ou menos, para não atrapalhar.


terça-feira, 6 de agosto de 2024

Elas vão trazer o ouro!

 

Hoje tivemos um resgate ao futebol brasileiro. A partida da seleção feminina contra a Espanha foi um alento para os anos de desilusões que temos enfrentado nesse esporte, no qual já fomos os melhores do mundo. As meninas do Brasil jogaram uma partida brilhante contra as atuais campeãs do mundo e conseguiram conquistar a tão sonhada vaga na final olímpica, mesmo em meio a tantas críticas e desconfianças. Foi um jogo digno dos grandes jogos da história, e trouxe um clima de paixão que os brasileiros há muitos anos não sentiam. Um espetáculo do esporte, da determinação, da luta e da superação.

Mesmo com uma primeira fase muito ruim, o que segundo a própria Gabi Portilho, levou o Brasil a uma “classificação culposa”, ou seja, sem a intenção de se classificar, as meninas fizeram duas partidas incríveis contra a França e a Espanha, fazendo com que cheguem à final com muita moral para enfrentar as americanas, nosso algoz histórico. Tudo indica que estamos em tempos de redenção e que o Brasil tem toda a capacidade para ganhar o Ouro Olímpico no sábado contra os EUA.

Outro grande desafio para as meninas foi enfrentar a ausência da sua grande líder, Marta, que tem um capítulo à parte nessa história. Eleita seis vezes a melhor do mundo, esteve suspensa durante os dois últimos jogos e segue sendo duramente criticada nas redes sociais. Mas, se estamos em tempos de redenção, essa história indica que a Rainha do futebol também pode ter seu espaço nessa epopéia, fazendo um grande jogo e, quem sabe, sendo decisiva para o título. Certamente a história que ela construiu no futebol merece esse final.

O futebol feminino continua a lutar contra vários adversários. Falta estrutura, apoio, amadurecimento, confiança e investimento. Mas a cada lance da partida de hoje, elas pareciam vencer a tudo e a todos. Ninguém pode acusá-las de falta de brio e paixão, pois jogaram com a alma na ponta das chuteiras. Elas conseguiram resgatar um sentimento há muito tempo esquecido no Brasil: a paixão pelo jogo, pela superação, pela camisa verde-amarela. Isso está levando a um clima também não visto há anos no país: àquele que faz os brasileiros pararem tudo e se doarem completamente aos 90 minutos de futebol. E se elas ganharem, tenho certeza, será a maior comemoração nacional desde o penta em 2002. Força meninas, vocês merecem!

 


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