segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Sociedade de Medíocres


Pedro Cardoso eternizou um dos malandros mais carismáticos da história da TV brasileira, o taxista Agostinho Carrara, na série televisiva “A Grande Família”. Mas hoje, quem chama a atenção na mídia não é mais o personagem, e sim o ator. Pedro coleciona dezenas de entrevistas onde simula ter um conhecimento quase que filosófico sobre questões sociais e é seguido por uma manada de fãs que levam muito a sério suas opiniões. Infelizmente a maioria delas são fundamentadas na insanidade marxista que domina a mente de boa parte dos artistas brasileiros.

Em um dos seus mais recentes vídeos que viralizou, Pedro é questionado por Marcelo Tas sobre a riqueza que acumulou enquanto deu vida ao seu mais famoso personagem. Segundo ele, não foi possível acumular uma economia para “não precisar mais trabalhar” pois quem ficou rico de verdade foi a Rede Globo de Televisão, se utilizando do princípio da “mais valia”, o que ele considera injusto. Lamenta ainda que “precisa vir ao Brasil para trabalhar” pois depende “disso” para sobreviver.

Pedro é mais um dos filósofos de CCH que apresentam seus pensamentos completamente utópicos em círculos de alienados, onde almejam uma sociedade sem qualquer diferença de classes, justa e igualitária. Se utilizam do falecido conceito marxista de “mais valia” para acusar empresas e empresários capitalistas de tomar para si os frutos do trabalho de toda uma população de explorados, ficando com os lucros e dividindo apenas algumas migalhas. Mas esses “pensadores” nunca oferecem um modelo funcional para a sociedade contemporânea, até mesmo porque o socialismo que tanto defendem sempre fracassou.

O mais grave na fala de Pedro é que ele diz considerar que a relação entre empresas e empregados “produz pobreza”. Um flagrante absurdo para qualquer pessoa que estude por 10 minutos a geração de riqueza nas sociedades capitalistas e a melhoria de vida que ela proporcionou para a população. A pobreza é um estado inerente ao ser humano e somente o capitalismo, através da livre troca de bens e serviços, foi capaz de gerar prosperidade exponencial no mundo. Sem o capitalismo ainda viveríamos em feudos e pequenas vilas lutando diariamente para sobreviver através da caça, pesca e agricultura de subsistência. Jamais o mundo acomodaria oito bilhões de habitantes nesse modelo, que é completamente impraticável em larga escala.

Pedro parece não entender que toda ação de empreendedorismo vem acompanhada de risco, e por causa disso, premia mais quem sai na frente, têm ideias revolucionárias ou coragem de arriscar seus bens em troca de benefícios. Quase todas as biografias de grandes personalidades que geraram muita riqueza, têm um ou mais desses componentes – exceto os que se utilizaram da intervenção estatal para escalar socialmente. Mesmo a Rede Globo de Televisão, que se utilizou (e muito!) de benefícios estatais para construir seu império têm méritos próprios, pois foi capaz de revolucionar o modo de fazer entretenimento no Brasil, produzindo obras grandiosas e financiando muitos artistas para que pudessem trabalhar em seus projetos, inclusive o próprio, e ingrato, Pedro Cardoso.

É curioso imaginar a sociedade que Pedro Cardoso almeja. Se o objetivo for implantar a igualdade social completa, eliminar-se-á no processo a variável da recompensa obtida frente aos riscos envolvidos no ato de empreender, pois os empresários terão que dividir os lucros de maneira igual com os trabalhadores. O resultado óbvio é uma sociedade onde ninguém se sentirá motivado para produzir ou se arriscar mais do que a média geral, dando fim ao empreendedorismo e ao esforço em busca de méritos. Uma sociedade de medíocres.

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