terça-feira, 8 de outubro de 2024

Viva la Revolución

 



O Brasil passou recentemente por mais uma “festa da democracia”. O dia em que toda a população é convocada para ir às urnas e escolher seus representantes. A cada eleição o que se espera em um país com milhões de pessoas reclamando da situação atual é um grande movimento de revolta e de mudança, mas curiosamente no Brasil isso nunca acontece. Mais uma vez vimos a perpetuação no poder de muitos políticos com histórico de corrupção e escândalos. Houve alguma mudança, mas em um grau muito aquém do necessário. Será que o Brasil tem jeito?

Abraham Maslow, em seu artigo “A teoria da motivação humana” descreveu os fatores que motivam as pessoas, o qual foi adaptado posteriormente por Charles McDermid para a figura de uma pirâmide. Na base se encontram os fatores mais básicos e fisiológicos, como respiração, comida, água e sexo, e no grau mais alto se encontram os fatores de realização pessoal como moralidade, criatividade e solução de problemas. Baseado nessa teoria podemos começar a compreender os motivos da população brasileira ser tão inerte frente aos atos dos seus representantes.

O Brasil é basicamente um grande oásis no Planeta Terra. Existe abundância de tudo. Basta um breve passeio pelas estradas do sul do país para que se possa contemplar quilômetros infinitos de plantações que produzem o ano todo. No centro-oeste ocorre o mesmo, mas com criações de cabeças de gado contadas aos milhões. No solo existem riquezas infinitas e a maior reserva de água doce do mundo. O clima é ameno durante todo o ano e, salvo alguns eventos isolados, nunca se vê situações extremas como grandes tempestades, terremotos ou ciclones. Furacões e vulcões não existem em terras brasileiras, muito menos nevascas e ou temperaturas desérticas. Portanto, é muito fácil viver no Brasil, pois todas as necessidades básicas da pirâmide de Maslow são facilmente atendidas. E, acredite, grande parte da população se contenta somente com o básico.

Os políticos brasileiros têm completa consciência do estado de satisfação da população e trabalham apenas o mínimo para manter as necessidades básicas atendidas com um tempero de muito samba e carnaval para entreter. Por outro lado, focam a maior parte dos seus esforços em projetos pessoais para se manterem no poder. Quando algo foge ao cotidiano miserável da massa brasileira e algum grande escândalo de corrupção ou crise financeira vêm à tona, a população ensaia manifestações como as que vimos nos últimos anos, sempre pacíficas, o que é um pudim de leite condensado para o establishment.

Historicamente, somente manifestações sangrentas e situações de guerra civil foram eficientes para dar fim a projetos de poder ditatoriais ou abusivos que colocam a população como refém dos poderosos. Um exemplo recente é a revolução Ucraniana, chamada de Euromaidan. Não há a mínima possibilidade de que algo em grau similar ocorra no Brasil, com a população verdadeiramente revoltada e disposta a se sacrificar por uma causa. Essa conclusão pode ser comprovada avaliando-se o próprio subconsciente do leitor que acompanha esse texto. Pense: Você sacrificaria sua vida ou a de seus próximos para lutar contra o poder estabelecido pelos políticos no Brasil? Estaria na frente de batalha para tomar os primeiros tiros? Eu não!

 


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