O Brasil passou recentemente por mais uma “festa da
democracia”. O dia em que toda a população é convocada para ir às urnas e escolher
seus representantes. A cada eleição o que se espera em um país com milhões de
pessoas reclamando da situação atual é um grande movimento de revolta e de
mudança, mas curiosamente no Brasil isso nunca acontece. Mais uma vez vimos a
perpetuação no poder de muitos políticos com histórico de corrupção e
escândalos. Houve alguma mudança, mas em um grau muito aquém do necessário.
Será que o Brasil tem jeito?
Abraham Maslow, em seu artigo “A teoria da motivação
humana” descreveu os fatores que motivam as pessoas, o qual foi adaptado
posteriormente por Charles McDermid para a figura de uma pirâmide. Na base se
encontram os fatores mais básicos e fisiológicos, como respiração, comida, água
e sexo, e no grau mais alto se encontram os fatores de realização pessoal como
moralidade, criatividade e solução de problemas. Baseado nessa teoria podemos
começar a compreender os motivos da população brasileira ser tão inerte frente
aos atos dos seus representantes.
O Brasil é basicamente um grande oásis no Planeta Terra.
Existe abundância de tudo. Basta um breve passeio pelas estradas do sul do país
para que se possa contemplar quilômetros infinitos de plantações que produzem o
ano todo. No centro-oeste ocorre o mesmo, mas com criações de cabeças de gado
contadas aos milhões. No solo existem riquezas infinitas e a maior reserva de
água doce do mundo. O clima é ameno durante todo o ano e, salvo alguns eventos
isolados, nunca se vê situações extremas como grandes tempestades, terremotos
ou ciclones. Furacões e vulcões não existem em terras brasileiras, muito menos
nevascas e ou temperaturas desérticas. Portanto, é muito fácil viver no Brasil,
pois todas as necessidades básicas da pirâmide de Maslow são facilmente atendidas.
E, acredite, grande parte da população se contenta somente com o básico.
Os políticos brasileiros têm completa consciência do estado
de satisfação da população e trabalham apenas o mínimo para manter as
necessidades básicas atendidas com um tempero de muito samba e carnaval para
entreter. Por outro lado, focam a maior parte dos seus esforços em projetos
pessoais para se manterem no poder. Quando algo foge ao cotidiano miserável da
massa brasileira e algum grande escândalo de corrupção ou crise financeira vêm
à tona, a população ensaia manifestações como as que vimos nos últimos anos,
sempre pacíficas, o que é um pudim de leite condensado para o establishment.
Historicamente, somente manifestações sangrentas e
situações de guerra civil foram eficientes para dar fim a projetos de poder
ditatoriais ou abusivos que colocam a população como refém dos poderosos. Um
exemplo recente é a revolução Ucraniana, chamada de Euromaidan. Não há a mínima
possibilidade de que algo em grau similar ocorra no Brasil, com a população
verdadeiramente revoltada e disposta a se sacrificar por uma causa. Essa
conclusão pode ser comprovada avaliando-se o próprio subconsciente do leitor
que acompanha esse texto. Pense: Você sacrificaria sua vida ou a de seus
próximos para lutar contra o poder estabelecido pelos políticos no Brasil?
Estaria na frente de batalha para tomar os primeiros tiros? Eu não!
Você está certíssimo, meu amigo. O brasileiro, preguiçoso e indolente como é, se contenta com o básico, não quer se esforçar para ir além disso. E, claro, os políticos sabem disso não é de hoje. Então, fica fácil, eles vão jogando as esmolas assistenciais pro povão, as migalhas, e o populacho fica satisfeito. O brasileiro médio, tendo sua cervejinha e uma pelanca pra fazer um churrasco no fim de semana, não quer mais nada da vida. Dorme satisfeito.
ResponderExcluirIr para a batalha e tomar uns tiros por esse povinho?
Jamais, meu caro, jamais.
Abraço.
É exatamente esse o ponto! E a cada eleição eu desisto mais! O negócio é cuidar das nossas almas, das nossas famílias e tentar ganhar dinheiro para não pertencer à massa miserável brasileira, e posteriormente se proteger dela. Não tem mais jeito!
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