Uma
matéria publicada no portal Bonde me deixou surpreso já pelo seu título.
"Preso liga para rádio e denuncia superlotação em Londrina". O que?
Até pensei que se tratava de alguma piada de mau gosto, mas não, este absurdo
realmente aconteceu. É o golpe final para um sistema carcerário que está com as
pernas bambas há muitos anos.
O
interno ligou para um programa comandado por Carlos Camargo na Paiquerê AM e
descascou críticas à superlotação da cela em que se encontrava. "Está
impossível ficar aqui dentro. São mais de 130 presos, tem suspeita de
tuberculose. Eles só sabem abrir a portinhola e jogar preso aqui dentro."
Pasmem,
quase fiquei com pena do preso! Não sei qual crime ele cometeu para estar lá
dentro, mas ninguém merece ser colocado num situação precária dessas. Tá,
talvez alguns mereçam, mas com certeza não todos que lá estão.
Em
contrapartida, um preso mais famoso, o presidente do PV em Londrina, que é acusado de
pedofilia, onde algumas das vítimas teriam menos de seis anos de idade, está
preso no quartel do corpo de bombeiros, provavelmente sozinho e com um amplo
espaço para tirar seus cochilos.
Não
sei o que está mais errado. Um sistema que deveria servir para ressocializar os
indivíduos que lá estão, mas só faz piora-los e deixa-los mais criminosos do
que quando lá chegaram, ou as leis, que deveriam ser um escudo de amparo para a
sociedade, mas protege aqueles que deveriam ser punidos com mais contundência.
Não somente pelas barbáries cometidas, mas por portar um diploma de curso
superior e não contar a desculpa da ignorância.
São
tantos absurdos em sequência, que o fato de um aparelho celular estar dentro de
uma cela, perde toda a importância que deveria ter. Afinal, eles parecem já
fazer parte do cotidiano das cadeias brasileiras. Sabe-se lá por qual orifício
eles chegam até lá, mas sempre chegam.
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