É
incrível a capacidade que a lei brasileira tem de punir. Pessoas honestas,
trabalhadores, policiais, bombeiros. Qualquer cidadão que tente cumprir seu
dever estará à mercê dessa maquiavélica legislação. Pouco ela faz com bandidos,
políticos corruptos e assassinos, mas o cidadão de bem, esse sim esta ferrado.
Quando
algo acontece errado e atrai a atenção da mídia, como a tragédia de Santa
Maria, as autoridades são rápidas em criar inquéritos para indicar os culpados.
Normalmente são eles homens da linha de frente, nesse caso específico, os
bombeiros. Tanto é assim que oito foram indiciados pelo incidente. Raras são as
vezes que alguém do escalão mais alto é investigado. Logo eles que tem o poder
para prover condições para as linhas de frente trabalharem corretamente. Será que esses
bombeiros tinham equipamentos adequados para exercer suas funções? Ninguém
sabe. Outra situação em que a lei é "eficaz" é no momento em que um policial mata
um bandido. Dois personagens. O oficial colocando sua vida em risco para
proteger a população, e o bandido, que não teve coragem de trabalhar e escolheu o
caminho do crime. No momento do embate, vence o policial, e o que ele ganha?
Uma investigação para apurar se agiu da maneira correta. Este, que deveria
ganhar uma medalha de honra e ser visto como herói, acaba afastado das funções
até que seja provado que ele é inocente. Que felicidade quando um bandido é
morto, e de preferencia com vários tiros, para ter certeza que não vai
sobreviver, pois é sabido que vaso ruim não quebra fácil. Que alegria, um a
menos para ameaçar a vida do cidadão de bem. Só que não. O bandido vira vítima
e propenso mártir.
A
lei é dura. É cruel com a parcela frágil da sociedade. Sua função deveria ser
exatamente a de proteger estas pessoas, mas o que faz é o contrário. O cidadão
de bem é um refém desarmado, e quando menos esperar estará sendo julgado. Talvez por
cometer o simples pecado de ser honesto. Assim, conclui-se que lei é lei, justiça
é outra coisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário