As disputas no mundo
corporativo e empresarial se tornam cada vez mais acirradas. Os profissionais tem
procurado a especialização para crescer na carreira e buscar algo que a
sociedade entende como sucesso. Este sucesso está baseado, quase na sua
totalidade, em conquistas financeiras. Carros luxuosos, mansões, dinheiro para
gastar com produtos que o mercado cria para atenuar esta sede insaciável pelo
consumo. Com essa filosofia são criadas pessoas que, cada vez mais, esquecem
que existe uma vida além da profissional, e se perdem como pessoas e como ser
humanos.
Para buscar o crescimento,
alguns profissionais fazem de tudo, e teorias para mapear tal caminho não são
poucas. O marketing, famoso criador de termos, é o pai de um que está na moda.
O tal do Networking. Em tese, seria algo como cultivar uma rede de
relacionamentos. Mas eu prefiro definir como: Ir a lugares que você não quer,
para fazer coisas que você não gosta, para agradar pessoas que você não
conhece. Assim você se enche de contatos à sua volta e pode ter facilitada sua
ascensão profissional. As pessoas só esquecem que seguindo tal caminho deixam
de ser quem são. Esquecem suas características pessoais e seus valores e acabam
por se tornar pessoas que odeiam a si mesmas. Talvez conquistem o objetivo
financeiro, mas comumente se perdem no processo. Isso acontece porque, no mesmo
momento em que os marqueteiros dizem para cultivar sua rede de contatos, eles
afirmam que você tem que tomar cuidado com o que fala, pensa, ou que posta nas
redes sociais. Ou seja, você não pode postar uma foto na balada se divertindo
com seus amigos porque tal sujeito que trabalha na sua empresa vai ver, e vai
espalhar um boato que você é um cachaceiro irresponsável, e isso pode atrapalhar
sua promoção, que estava por vir. Você não pode escrever um palavrão na sua página
pessoal porque vai ser mal interpretado. Para que serve então uma página pessoal se não para dizer o que pensa no momento em que tem vontade?
Obter sucesso financeiro
deveria ser menos burocrático. Um profissional, que trabalha duro e
honestamente, automaticamente deveria conquistar depois de algum tempo, a sua
plena realização pessoal. Essa frescura criada para padronizar comportamentos é
nada mais que uma bela de uma hipocrisia com um nome bonitinho. A ascensão na
vida profissional deveria se manter ligada ao rendimento do profissional no seu
horário de trabalho, e não no que faz ou deixa de fazer na sua vida pessoal. Esse
caminho, que já é seguido por algumas corporações e até ensinado nas faculdades, é perigoso. No momento em que as pessoas deixarem de ser elas mesmas, a
diversidade de opiniões e até a própria democracia estarão ameaçadas. Não é benéfico
para a sociedade como um todo, ser formada por pessoas que dizem amém a tudo e
a todos. A beleza da sociedade está exatamente na diversidade de opiniões e é
ela que traz o progresso.
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