Nesta segunda-feira uma família foi brutalmente assassinada
na cidade de São Paulo. Avó, Tia, Mãe e Pai foram baleados, e o principal
suspeito é o filho do casal, que segundo investigação da policia, cometeu
suicídio após os crimes. A barbárie, se confirmada essa versão da polícia, é
gigantesca. Uma criança de 13 anos, que ainda deveria estar começando a
descobrir as malícias da vida, é apontada como suspeita da chacina dos próprios
parentes. Só a hipótese de a história se confirmar, o que deve acontecer visto
que não existem outros suspeitos, já deve servir para a sociedade refletir sobre
o nível de cidadãos que estamos criando para ser o futuro da nação.
As crianças passaram a ser protegidas por uma legislação que
dá a elas todos os tipos de direitos, e quase nenhum dever. Bem acomodadas do
alto dos artigos do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – os aprendizes
de vagabundos se tornaram verdadeiros Sheiks dentro das suas casas. Os pais,
por sua vez, são reféns dos pestinhas e ficam de mãos atadas, sendo algumas
vezes, até ameaçados, agredidos, e agora assassinados pelos novos marmanjos. É
um grande absurdo um cidadão de 14 anos não poder trabalhar e ajudar seus pais
na renda de casa. Um jovem dessa idade tem força, disposição e saúde para
trabalhar meio período e estudar no outro. Se assim fosse, ao invés de ficar na
rua aprendendo tudo o que não presta, poderia ser iniciado em alguma profissão.
E além do ofício, estaria aprendendo noções de respeito, honra e dignidade que
há muito foram esquecidas por boa parte da sociedade.
Algumas das pessoas de melhor caráter que conheço começaram a
trabalhar ou ajudar seus pais por volta dos doze anos de idade. Isso não os
transformou em incapazes nem tirou deles a saúde, muito pelo contrário, ensinou
a eles a dar valor ao pão que dispõem na mesa na hora das refeições. Essas
mesmas pessoas contam com orgulho algumas histórias de vezes em que passaram
dos limites nas artes que costumavam aprontar, ao ponto de seus pais entenderam
que palavras não seriam suficientes para aprenderem a lição. A cinta usada pelo
pai durante o dia do trabalho costuma ser a grande vilã desses contos. Hoje em
dia, tal punição é praticamente inconcebível. Os psicólogos afirmam que os pais
não podem castigar seus filhos com “violência”, os políticos compraram a ideia
e fizeram leis para punir. Mas esqueceram que a grande maioria das famílias não tem acesso à cultura necessária
para educar somente na base da paz e amor. Não conheço um programa do governo para
ensinar essa outra maneira tão mágica, e os pais, coitados, não podendo
corrigir seus filhos ao seu jeito, simplesmente deixaram de fazê-lo de jeito algum. O
resultado é uma juventude que simplesmente não sabe o que é punição. Não
entende o valor das coisas e acredita piamente que o mundo é uma paraíso da
tecnologia e do conforto. Quando esses jovens chegam ao mercado de trabalho e à
vida de verdade, ficam perdidos e se tornam adultos incompetentes, estressados
e infelizes.
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