Nesta semana os recursos das
condenações de um dos maiores escândalos políticos do Brasil começaram a ser
julgados. Trata-se do famigerado episódio conhecido como “Escândalo do Mensalão”.
Tal nome – Mensalão - foi inspirado nas mensalidades direcionadas a cada
participante de uma inescrupulosa rede de corrupção. O nome “escândalo” nasceu
da ignorância do brasileiro e da cara-de-pau dos corruptos. Segundo o
dicionário, a palavra “escândalo” se refere a algo indecoroso e fora dos bons
costumes. Entretanto, se existe uma coisa que não é ausente aos bons costumes
dos políticos brasileiros, são as pomposas mensalidades. A corrupção está arraigada
no DNA da política brasileira desde sempre. Este país funciona à base da
mensalidade e do agrado. Os poucos políticos que tentam vencer esta barreira
acabam vencidos pela maioria corrompida e, logo, corrompedora. O Mensalão foi
apenas a ponta do iceberg, onde todos se fingiram estar embasbacados com tanta
sujeira explicita.
Os porquês de tanta
corrupção são muitos, mas um deles com toda a certeza é a impunidade. Em pouco
mais de dois anos completar-se-ão dez anos do estopim do escândalo. Até hoje
nenhum investigado foi punido, e muitos deles continuam com seus cargos
públicos ativos e sabe-se lá com quantas mensalidades caindo nos seus bolsos. Assim
fica muito fácil ser político corrupto. O sistema, mais uma vez, privilegia o
criminoso e pune a população.
Ninguém mais, em sã consciência,
acredita que tanto burburinho vai dar em alguma coisa. O escândalo do Mensalão
se foi e novos escândalos surgiram. Nenhum deles acarretou em punições a
políticos. A única coisa que fez algum político ficar de cabelos em pé nesse
meio tempo, foi a recente manifestação da população contra a falta de respeito
que vem sofrendo desde sempre. Esta sim motivou ações rápidas e pontuais. Mas
as manifestações se foram, e a calmaria promete se prolongar algum tempo. A
esperança que fica é que esse tempo seja curto, e que, na próxima manifestação
o povo não grite que acordou, mas sim que não voltará a dormir jamais.
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