Recentemente o governo
brasileiro criou um programa para importar para médicos do exterior. Calei-me
sobre o assunto, pois a complexidade do mesmo foge aos olhos de uma opinião sem
profundo conhecimento das dificuldades do sistema de saúde brasileiro. O território
nacional é muito extenso e as localidades mais afastadas sofrem com a rejeição dos
profissionais da área. Os motivos são diversos: falta de estrutura, distancia
da família, dificuldade de locomoção, clima. Sendo assim, os moradores de tais
regiões acabam sofrendo com a falta de assistência, e para sanar tal deficiência,
o governo foi pontual e importou a mão-de-obra. Desde ponto de vista, a medida
foi acertada. E somente deste ponto de vista. Mais uma vez os políticos
brasileiros tomam medidas para tirar os seus da reta e criam leis para camuflar
sua incompetência histórica na gestão do país. Não faltam profissionais
brasileiros na área da saúde. O que falta é dar a esses profissionais as
condições mínimas para exercer a sua profissão. Não adianta oferecer salários
exorbitantes e deixa-los à mercê da sorte na hora de uma cirurgia importante,
sem as ferramentas necessárias. Até mesmo nos grandes centros as condições são
alarmantes. Os investimentos demoram a sair, e quando saem, desaparecem nas
mãos dos burocratas e corruptos. Para a população, pouco chega.
Não bastasse essa lambança
que o governo Dilma aprontou, a coisa promete piorar. Hoje alguns portais
noticiaram a intenção da presidenta de importar engenheiros para destravar o
andamento das obras públicas. Segundo o governo, faltam especialistas nas
prefeituras dispostos a elaborar projetos para o básico e executivo,
fundamentais para que as cidades possam receber recursos da União. Era a cereja
do bolo, ou a sentada na merda que faltava para completar o estrago. No lugar
de o governo investir na sua população, no ensino e na formação de profissionais,
ele prefere busca-los no exterior. Qualquer pessoa que já estudou numa escola
pública sabe das dificuldades que enfrenta. Minto! Na verdade não enfrenta “dificuldade”
alguma, pois lá quase nada se aprende. Lembro-me bem de algumas aulas de
Geografia onde o exercício do dia era pintar mapas. No Primário? Não, em pleno
terceiro ano do ensino médio. Um aluno de escola pública que anseia entrar numa
faculdade de medicina ou engenharia tem que, literalmente, aprender todo o
conteúdo depois que se forma na escola. Assim realmente fica complicado formar
médicos ou engenheiros. Tive a sorte de estudar em escolas públicas com boas
estruturas e bem localizadas. Assim fico pensando: se eu pintava mapas no Terceirão,
o que os alunos das escolas do Acre fazem? Aviões de papel?
O Brasil possui 201 escolas
médicas em atividade. Deve possuir número parecido de escolas de engenharia. O
Brasil tem uma população que já ultrapassa os 220 milhões. O Brasil bate
recordes de arrecadação de impostos ano pós ano. E ainda assim o Brasil não
consegue formar mão-de-obra. Onde vão trabalhar os 13 mil médicos que se formam
todos os anos? Essa é uma conta que não fecha. O governo adora fazer propaganda
para mostrar a evolução do país. Segundo ele e a TV Globo, aqui a crise mundial
não chegou. O Governo adora dar Bolsa Vagabundo e Desempregado. Mas para o pai
de família trabalhador, só sobra chumbo e impostos. Pergunte a uma mãe, que
está nesse momento sentada com o filho no colo esperando o atendimento a horas
e horas no postinho de saúde sobre o que ela pensa do desenvolvimento do país. Aqui
tem Dinheiro, tem Copa do Mundo, tem Olimpíadas, tem ajuda para “países amigos”.
O que falta mesmo é um pouco de respeito para com a população.
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